quinta-feira, 11 de março de 2010

Cai o uso do fogo e vai a 56% a mecanização da colheita da cana em São Paulo

A cana-de-açúcar já é colhida de forma mecanizada e sem o uso do fogo em cerca de 56% dos 4,34 milhões de hectares cultivados em São Paulo. O uso da tecnologia vem ajudando o Estado a evitar emissões de gases poluentes, causadores de efeito estufa, e a reduzir os fatores de degradação do solo e o consumo de água, entre outros.

Esses resultados não seriam possíveis sem o Protocolo Agroambiental, assinado entre o governo do Estado e o setor sucroalcooleiro, em 2007, para pôr fim à queima da cana durante a colheita, conforme balanço do programa divulgado pela Secretaria do Meio Ambiente. “E ninguém tem ouvido falar de desemprego nesse setor. Isso por causa da ação bem feita pelo governo e pelas empresas”, comemora o secretário do Meio Ambiente, Xico Graziano, ao se referir ao programa de reciclagem dos cortadores de cana, previsto nodocumento, permitindo que permanecessem nas usinas ou conseguissem emprego em outros setores da economia local.

Menos emissão - De acordo com o gerente do Programa Etanol Verde, da Secretaria do Meio Ambiente, Ricardo Viegas, o acordo permitiu evitar a queima de 2,6 milhões de hectares de área plantada com cana e, com isso, a emissão de 7,92 milhões de toneladas de monóxido de carbono (CO), 1,13 milhão de hidrocarbonetos e 679 mil toneladas de material particulado. “Além desses gases poluentes, deixamos de emitir 1,63 milhão de t de CO2 equivalente, gás de efeito estufa. Esse volume equivale à emissão de uma frota de 23 mil ônibus a diesel durante um ano”, explica.

“Esses resultados mostram a condução acertada do processo. Não dava para fazer como queriam algumas organizações ambientalistas, de mudar tudo de uma hora para outra. Definimos o prazo de sete anos, tempo de duração de um canavial. E o resultado está dentro das melhores expectativas”, diz o secretário. “Chegaremos em 2014 com quase a totalidade da área plantada, colhida de forma mecanizada”, acrescenta.


Evolução - De acordo com Viegas, na safra 2006/2007 a área com colheita mecanizada, sem uso do fogo, somava 1,1 milhão de hectares, 34,2% dos 3,24 milhões de hectares cultivados com a gramínea no Estado. “Nesse período, em 2,13 milhões de hectares ainda se queimava a cana.”

O quadro apresentado pela secretaria referente à safra 2009/2010 indica mudança de qualidade na atividade agrícola. A cana avançou em áreas degradadas, antes usadas para atividade de pecuária. A área cultivada cresceu em 1,1 milhão de hectares, totalizando 4,34 milhões de hectares. “Os números que acabamos de fechar indicam que a área de colheita mecanizada mais que dobrou, saltando de 1,1 milhão de hectares em 2006/2007 para 2,42 milhões de hectares na safra 2009/2010. Saltamos de 34,2% para 55,8% da párea total cultivada”, afirma.

Redução do fogo - Já a área de colheita com o uso de fogo, que na safra 2006/2007 representava 65,8% do total, ou 2,13 milhões de hectares, hoje representa apenas 44,8% do total ou 1,9 milhão de hectares. “Em números absolutos, deixou-se de queimar uma área equivalente a uma vez e meia a cidade de São Paulo ou o equivalente a 314 mil campos de futebol”, explica Viegas.

Segundo o representante da Secretaria do Meio Ambiente, a previsão é a de que a área plantada com cana no Estado deve perfazer 7 milhões de hectares em 2014. Viegas prevê que 90% da colheita deverá ser feita com máquinas e sem o emprego do fogo.

Fonte: Terra

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