A capitalização da Petrobras pode chegar ao valor inédito de R$ 127,4 bilhões (US$ 72,8 bilhões), caso os bancos de investimento consigam vender todas as ações ofertadas e os lotes adicionais de papeis. Desses, os recursos recebidos em dinheiro podem chegar a até R$ 52,3 bilhões (US$ 30 bilhões), considerando o valor máximo que pode ser captado no processo, descontado o aporte de até R$ 74,805 bilhões que o governo colocará por meio de títulos públicos.
Segundo analistas, porém, é improvável que isso ocorra com o valor médio dos barris que serão cedidos pela União à companhia definido em US$ 8,51. Isso porque, quanto maior o valor do barril, mais difícil fica para que acionistas minoritários acompanhem a União na operação de aumento de capital da Petrobras.
Quanto menor o valor, menos poder de fogo tem o governo federal, que é o acionista majoritário da companhia estatal, para abocanhar fatia maior da empresa.
Maior oferta de ações em curso no mundo, a capitalização da Petrobras ocorrerá em duas etapas, que acontecerão simultaneamente. Na primeira, 80% dos novos papéis vão direto para os atuais acionistas, que terão prioridade de compra.
Os 20% restantes serão oferecidos aos demais interessados, sejam eles brasileiros, sejam estrangeiros. Desse lote, os investidores pessoa física ficarão com 10% a 20% das ações. Os funcionários da estatal têm direito de levar até 50% da oferta do varejo, mas não poderão vender os papéis por 365 dias.
O preço das ações na oferta será fechado no dia 23, e os novos papéis começam a ser negociados no dia 24 na Bolsa de Nova York. No Brasil, a estreia será no dia 27. O dinheiro arrecadado entra no caixa da Petrobras já no dia 29 deste mês, com folga de um dia da data máxima estipulada pelo governo.
A Petrobras vai promover a capitalização --aporte de recursos de acionistas ou de investidores-- para pagar por até 5 bilhões de barris em reservas que a União lhe cederá e levantar dinheiro para novos investimentos.
A oferta de ações terá 2,17 bilhões de novos papéis ordinários (PETR3-ON) e 1,58 bilhão de novas ações preferenciais (PETR4-PN), segundo comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) pela companhia.
As ações serão nominativas e o coordenador líder da oferta será o Bradesco BBI.
RECORDE
Com esse valor estimado, a oferta da Petrobras deve ser, de longe, a maior da história, deixando em segundo lugar a operação da Nippon Telegraph and Telephone, do Japão, que levantou US$ 36,8 bilhões em 1987.
O terceiro lugar entre as grandes ofertas mundiais de ações fica com o banco britânico RBS, que realizou capitalização de US$ 24,4 bilhões em 2008.
Fonte: Folha de São Paulo
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Capitalização da Petrobras pode chegar a inéditos R$ 127 bilhões
Postado por Marina Lapietra às 11:49
Marcadores: Direitos Humanos
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