quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

DIESAT – 27 anos de serviços prestados aos sindicatos e à sociedade brasileira

DIESAT - 27 anos

Em 14 de agosto de 1980 era oficializada a criação de uma entidade sindical que marcou a vida sindical brasileira. A criação do DIESAT– Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes de Trabalho –, que completou 27 anos, mostrou-se ser de fundamental importância para o movimento sindical e os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros enfrentarem os desafios do mundo do trabalho e suas relações com a saúde.

Uma entidade intersindical, com a presença de sindicatos de trabalhadores de diversos setores e ramos econômicos, com um equilíbrio entre as diversas centrais sindicais e voltado para assessorar o movimento sindical com pesquisas, estudos, publicações e uma metodologia de formação específica, mostrou-se ser uma experiência inovadora e única no universo sindical brasileiro e internacional.

As conquistas ao longo destes 27 anos e a experiência acumulada pelo DIESAT, permitem o desenvolvimento de um trabalho de assessoria para que o movimento sindical enfrente os desafios presentes e futuro.
O estado atual do desenvolvimento do mundo do trabalho impõe desafios crescentes e extremamente intrincados para os diversos atores sociais, sejam eles governamentais, empresariais ou sindicais, especialmente nas relações entre trabalho e saúde. Um dos maiores desafios atuais seja no campo da academia, seja no campo das ações sociais, está em como lidar com a complexidade inerente a este ponto de contato entre o mundo do trabalho e suas conseqüências para a saúde dos trabalhadores e trabalhadoras.

Ao enfrentar a complexidade do mundo do trabalho em seu cotidiano, trabalhadores e trabalhadoras, em conjunto com o DIESAT, desenvolvem e aprimoram seu próprio conhecimento acerca das condições de trabalho, produzindo soluções para os problemas enfrentados e se adaptando a situações adversas. Este conhecimento que embora útil no dia a dia, acaba por não ser devidamente valorizado nas instâncias da educação formal e pelos profissionais e técnicos que atuam na área de saúde e segurança. Neste sentido, é de fundamental importância que o processo educativo, como o implementado pelo DIESAT, em SST tenha como ponto inicial o resgate e a valorização do conhecimento desenvolvido pelos próprios trabalhadores e trabalhadoras na sua relação com o trabalho.

Segundo dados da OIT – Organização Internacional do Trabalho – cerca de 45% da população mundial e cerca de 58% da população acima de 10 anos de idade faz parte da força de trabalho. É através do trabalho desta população que se sustenta a base econômica e material das sociedades, além de, por outro lado serem dependentes da sua capacidade de trabalho. Desta forma, segundo a OPAS – Organização Pan-americana de Saúde “a saúde do trabalhador e a saúde ocupacional são pré-requisitos cruciais para a produtividade e são de suma importância para o desenvolvimento socioeconômico e sustentável”. Desenvolver ações nesta área, ainda segundo a OPAS, é “uma importante estratégia não somente para garantir a saúde dos trabalhadores, mas também para contribuir positivamente para a produtividade, qualidade dos produtos, motivação e satisfação do trabalho e, portanto, para a melhoria geral na qualidade de vida dos indivíduos e da sociedade como um todo”.
De acordo com a OMS – Organização Mundial da Saúde – atualmente e nos próximos anos, os maiores desafios para a saúde do trabalhador são os problemas de saúde ocupacional ligados às novas tecnologias de informação e automação, novas substâncias químicas e energias físicas, riscos de saúde associados a novas biotecnologias, transferência de tecnologias perigosas, envelhecimento da população trabalhadora, problemas especiais dos grupos vulneráveis (doenças crônicas e deficientes físicos), incluindo migrantes e desempregados, problemas relacionados com a crescente mobilidade dos trabalhadores e ocorrência de novas doenças ocupacionais de várias origens.
O Brasil tem atualmente uma População Economicamente Ativa de cerca de 83 milhões de trabalhadores, com aproximadamente 23 milhões registrados de maneira formal e segundo dados do Ministério da Saúde, “somente entre estes com carteira assinada, a Previdência Social registrou, entre os anos de 1999 e 2003: 1.875.190 acidentes de trabalho, com 15.293 mortes e 72.020 com incapacidade permanente”.

Na tentativa de enfrentar este problema, recentemente a 3ª Conferência Nacional de Saúde dos Trabalhadores, que contou com a presença do DIESAT, apresentou como eixos temáticos as seguintes preocupações:

Eixo I – Como garantir a integralidade e a transversalidade da ação do Estado em Saúde dos (das) trabalhadores(as)?
Eixo II – Como incorporar a saúde dos (as) trabalhadores nas políticas de desenvolvimento sustentável no país?
Eixo III: Como efetivar e ampliar o controle social em saúde dos(as) trabalhadores(as)?

Soma-se a estas questões, diversas outras dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores e trabalhadoras no seu cotidiano de trabalho, configurando um complexo quadro da SST no Brasil.

É neste contexto que os dirigentes sindicais tem que desenvolver e aprofundar uma visão que possibilite a união entre o conhecimento da situação complexa em saúde e segurança no trabalho numa ponta e, na outra, os instrumentos necessários para promover uma ação social, utilizando as ferramentas atuais que o Estado brasileiro apresenta e atuando de forma a multiplicar as ações em SST a partir do conhecimento acumulado pelos trabalhadores e trabalhadoras.

Um lugar de destaque merece a atuação sindical na área de saúde do trabalhador no Brasil que inicia seu período de fortalecimento na década de 80 com o surgimento de diversas ações sindicais voltadas exclusivamente para a melhoria das condições de trabalho. É neste esforço sindical que surgiu e se desenvolveu o DIESAT, que tem desenvolvido ações fundamentais no sentido de desenvolver pesquisas e qualificar dirigentes sindicais para uma atuação crítica e abrangente em SST.

Ao longo das últimas décadas a quantidade de informação e conhecimento produzido em SST tem se tornado de fundamental importância para uma boa atuação sindical, no entanto, a estrutura sindical brasileira não tem acompanhado a crescente necessidade de formar e manter atualizados seus dirigentes sindicais. Por outro lado, as diversas instâncias do estado brasileiro que atuam em SST, necessitam cada vez mais de um corpo de dirigentes sindicais amplamente capacitados a exercer um papel fundamental no controle social das instituições, bem como na definição de Políticas Públicas em SST.

O DIESAT é de fundamental importância com um trabalho de assessoria de qualidade ao movimento sindical, através de pesquisas, estudos, publicações e uma metodologia de formação específica.

Venha fazer parte deste trabalho, ajudando a construir esta história, filie-se ao DIESAT.

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