Fonte: Folha de São Paulo
Blitz autua fábricas e lacra 52 máquinas em Sertãozinho
Equipamentos não seguem normas de segurança, pondo em risco os trabalhadores, segundo Ministério do Trabalho
Multas variam de R$ 3 mil a R$ 40 mil; neste ano, três pessoas morreram em acidentes de trabalho nas metalúrgicas da cidade
GEORGE ARAVANIS
DA FOLHA RIBEIRÃO
A fiscalização foi feita na segunda, terça e quarta-feira desta semana. Neste ano, três trabalhadores foram vítimas de acidente de trabalho em empresas de Sertãozinho, de acordo com o delegado. "Tem fábrica em que um trabalhador perdeu três dedos no dia 20 do mês passado e, no dia 2 deste mês, outro trabalhador também sofreu um acidente. E a máquina continuava lá", afirmou o gerente regional, que não deu os nomes das empresas.
As máquinas com problemas não tinham aparatos de segurança para evitar o contato do trabalhador com as partes perigosas do equipamento.
Segundo Silva, todas as indústrias foram notificadas e podem ser multadas - o valor vai de R$ 3 mil a R$ 40 mil. Elas têm dez dias para apresentarem suas defesas. Caso não convençam o ministério, a penalidade é aplicada.
Quando adaptarem as máquinas às normas de segurança, as empresas terão de chamar os técnicos do ministério para conferir o resultado. Enquanto isso, os equipamentos ficam lacrados dentro das próprias fábricas. "Quem usar a máquina lacrada estará cometendo um crime", disse Silva.
Sertãozinho foi escolhida para a fiscalização por concentrar a maior parte das metalúrgicas da região.
O presidente do Ceise-BR (Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroalcooleiro e Energético), Mário Garrefa, não foi encontrado ontem para comentar o assunto. A reportagem ligou cinco vezes para o celular dele, mas não conseguiu nem deixar recado.
O gerente do Ministério do Trabalho afirmou que no início do ano fez uma reunião com os industriais de Sertãozinho para alertar sobre as condições das máquinas. Segundo ele, todos os que participaram foram avisados de que haveria uma fiscalização ainda neste ano. "E daqui a alguns meses vamos fazer outra", disse Silva.
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