A paralisação feita pelos bancários traz em discussão a saúde do trabalhador e a aplicação da lei
Por Marina Lapietra
A greve dos Bancários ocorrida em outubro teve grande apoio e repercussão nacional, no entanto alguns pontos da pauta de reivindicações não ganharam o devido destaque na mídia.
Um destes pontos de reivindicação tinha por objetivo estabelecer o Programa de Reabilitação Ocupacional, que assegura as condições de reinserção do trabalhador ao local de trabalho, após afastamento por motivo de doença, de origem ocupacional ou não, que tenha gerado redução de capacidade laborativa, e outras situações similares.
A justificativa para esse pedido é que freqüentemente o bancário é acometido por problemas de saúde que o incapacitam de exercer seu trabalho, e mesmo após permanecer afastado e ter-se submetido a tratamento, retorna com seqüelas e com limitações.
Entre essas doenças estão: LER/DORT, os distúrbios psíquicos adquiridos em decorrência das condições de trabalho, o sofrimento mental desencadeado por assédio moral e outras formas de violência organizacional.
Quando discutimos o tema assédio moral, sempre é ressaltado que as longas jornadas e a produção a qualquer custo adoecem o trabalhador, mas não é tão fácil romper com esse mecanismo já estabelecido pelo mercado de trabalho. Segundo informações de responsáveis do Sindicato dos Bancários do ABC, poucos foram os avanços quanto às questões de Saúde do Trabalhador, o governo justifica que a falta de verba dificulta o andamento da negociação. A greve dos bancários aparece nesse contexto como um alerta a todas as pessoas que pesquisam e se interessam pelas questões de saúde no ambiente de trabalho, mostrando mais uma vez a necessidade de que as entidades sindicais estejam atentas e desenvolvam atividades na luta por melhores condições de trabalho.
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