quarta-feira, 2 de abril de 2008

Chinaglia recebe documento contra propaganda de bebida



Chinaglia recebe documento contra propaganda de bebida - 02/04/2008 - UOL Últimas Notícias
Da Agência Câmara

Representantes de organizações sociais da área de saúde entregaram hoje ao presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, um abaixo-assinado com cerca de 600 mil adesões pedindo a aprovação do Projeto de Lei 2733/08. A proposta amplia a restrição de propaganda para bebidas de teor alcoólico entre 0,5 e 13 graus na escala Gay-Lussac, como cervejas, vinhos, espumantes e os chamados ices.

Chinaglia informou que o projeto já está na pauta do Plenário, pois tramita com urgência constitucional, e está com prazo de tramitação vencido. Em razão disso, ele deve ser votado logo após a análise das 12 MPs que trancam a pauta. O presidente se declarou favorável à proposta, mas disse que apenas a regulamentação da publicaidade não resolverá o problema.

O presidente do Conselho Regionald e Medicina de São Paulo, Henrique Gonçalves, que participou da entrega do documento, considera a proposta em análise na Câmara um avanço, mas acredita que o ideal seria acabar com a publicidade de bebida alcoólica. "É um produto nocivo à saúde e não é possível admitir propaganda para estimular seu consumo", disse.

Organizada pelo Movimento Propaganda Sem Bebida, a manifestação tem apoio da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead), o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) e a Unidade de Álcool e Drogas (Uniad) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

O movimento reúne mais de 350 entidades da sociedade civil, entre instituições médicas, ONGs que trabalham com dependência química e saúde mental, igrejas, universidades, sindicatos, conselhos profissionais, conselhos municipais de políticas públicas de álcool e drogas, serviços de saúde e entidades de defesa do consumidor. Eles vão continuar coletando assinaturas em favor do projeto até atingir um milhão de nomes.

Os representantes do movimento também entregarão o abaixo-assinado ao ministro da Saúde, José Gomes Temporão.

segunda-feira, 31 de março de 2008

Dengue: Dois terços dos casos nas Américas ocorreram no Brasil

Fonte: globo.com - em 31/03/2008 - 09h45 BBC


Segundo OMS, dos 900 mil casos registrados em 2007, 560 mil ocorreram no país.
O Brasil respondeu por quase dois terços dos casos de dengue nas Américas em 2007, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).

De acordo com um dos coordenadores do Departamento de Doenças Tropicais da OMS, Michael Nathan, do total de 900 mil casos de dengue registrados em todo o continente, 560 mil ocorreram no Brasil.

Os dados da OMS também revelam que houve uma progressão no número de casos de dengue no Brasil desde 2004, quando o país registrou 112 mil infectados.

No ano seguinte, esse índice passou para 204 mil, saltando para 346 mil em 2006 e para 560 mil em 2007.

"Os casos de dengue no Brasil vêm aumentando nos últimos anos, o que contribui enormemente para o crescimento do índice em todo o continente", afirmou Nathan.

O especialista pondera que, apesar disso, a dengue hemorrágica, a forma mais severa da doença, está mais presente em outros países, como México, Honduras e Colômbia.

Segundo o especialista, no ano passado, o Brasil registrou 1,5 mil casos de dengue hemorrágica, uma pequena fração dos 26,4 mil detectados em todo o continente.

Nathan esclarece que é difícil apontar como os números do Brasil contribuem para o crescimento dos indicadores globais de dengue, já que a Ásia, outra região de grande incidência da doença, não oferece números precisos sobre a manifestação da doença.

Indicadores globais

"Os dados da Ásia acusam, geralmente, só os casos mais graves, que requerem internação hospitalar. Já nas Américas, os registros são mais abrangentes, incluindo também os casos mais brandos, em que os pacientes se recuperam da doença em casa", disse ele.

Ainda segundo os dados da OMS, o número de casos de dengue em todo o mundo vêm dobrando nas últimas cinco décadas.

Nos anos 60, a doença afetava, em média, cerca de 15 mil pessoas por ano. Na década seguinte, esse número passou para 122 mil, saltando para 296 mil nos anos 80.

Na década de 90, uma média de 480 mil casos foi registrada por ano em todo mundo e, de 2000 a 2005, esse indicador bateu 926 mil casos anuais.

O especialista lembrou que o Brasil, junto com outros países sul-americanos, conseguiu erradicar o mosquito transmissor da dengue, Aedes aegypti, na década de 50, eliminando os casos da doença.

Mas com o crescimento da densidade populacional nas áreas urbanas desde então, o mosquito, que vive nas cidades, voltou a se proliferar.

"A enorme quantidade de lixo que se produz, a água parada em pneus e vasos de plantas é um prato cheio para o mosquito", diz Nathan.


Vacina

O especialista afirma que as pesquisas na área de vacinação contra dengue estão avançando, mas apresentam um "desafio para a ciência".

Ele explica que a doença requer uma vacina que ofereça proteção contra os quatro tipos de vírus causadores da infecção. Na avaliação do especialista, isso seria "clinicamente desafiador".

"É difícil imaginar uma vacina que proteja contra os quatro tipos de vírus. É provável que a vacina estimule o organismo a produzir anticorpos contra um ou dois tipos da doença, mas o deixe vulnerável aos outros", explicou Nathan.

"E o contato dos anticorpos produzidos pela vacina com outro tipo vírus da dengue contra o qual não se tenha imunidade pode provocar a dengue hemorrágica."

Segundo a OMS, um terço da população mundial, ou 2,5 bilhões de pessoas correm risco de contrair a dengue.