quarta-feira, 21 de maio de 2008

Acidentes de trabalho somam mais de 2,5 milhões de casos no Brasil

Fonte:Redação O Estado do Paraná
Estima-se que, neste ano, a Previdência Social notifique perto de 500 mil acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Dados como este, fazem parte do cotidiano de muitos trabalhadores da saúde no Brasil, os quais, segundo dados do Ministério da Saúde, somam mais de 2,5 milhões. Funcionários estressados, sobrecarga de trabalho e baixos salários se somam a este panorama, reconhecido pelos especialistas como estado de “precarização” do trabalho na área de saúde. Não são raros os exemplos de profissionais de saúde acometidos por doenças respiratórias, musculoesqueléticas e mentais, dentre outras.
V. L. S., enfermeira, 29 anos de idade, teve perda parcial de três dedos da mão direita quando operava um equipamento sem a devida instrução. Conforme conta, naquele dia outra profissional faltou ao trabalho e ela foi colocada em seu lugar para manusear a máquina, sem ter sido esclarecida sobre os riscos que corria para a realização da tarefa. O laudo pericial atestou que a lesão fez com que a enfermeira tivesse a sua capacidade laborativa reduzida, e que, dificilmente, conseguirá ser recolocada no ambiente de trabalho com a lesão irreversível que sofreu.

Inerentes ao trabalho

De acordo com pesquisas, entre os profissionais de saúde, que mais adoecem são os trabalhadores braçais (cozinha, lavanderias e serviços de transporte) - profissionais que desenvolvem trabalho muscular intenso e movimentos repetitivos - e ainda os profissionais de enfermagem. Os médicos, por exemplo, apresentam os menores índices de absenteísmo. Para o médico do trabalho Geraldo Garcia Primo, o próprio objeto de trabalho do profissional da saúde interfere no absenteísmo. “Profissionais de outras áreas trabalham normalmente, mesmo com uma gripe ou resfriado, já no caso da saúde, isso não é possível, principalmente para um profissional que atua numa enfermaria com imunodeprimidos, por exemplo”, destaca.
De acordo com o especialista, os altos índices de acidentes com o pessoal da enfermagem se devem principalmente à natureza do trabalho. Em seu consultório a procura maior é por pacientes que sofrem com lombalgias, doenças nos membros superiores, além do estresse de lidar com o sofrimento e muitas vezes com a morte.
A área da saúde é uma das que lideram no ranking de acidentes. Somente no primeiro trimestre de 2008, já foram registrados 183 comunicados de acidentes de trabalho (CATs) em Curitiba e região. Apesar de que muitos acidentados não preenchem o documento como se deveriam, prejudicando tais estatísticas e podendo ocasionar quadros muitas vezes irreversíveis no dano ao trabalhador.
Para conseguir registrar o acidente, o empregado precisa provar que sua lesão foi decorrente exclusivamente do seu trabalho, uma vez sendo comprovado seu acidente ou doença ocupacional, a empresa é obrigada a registrar o comunicado. Os dirigentes do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Curitiba e Região (Sindesc) lembram que o CAT é um direito do trabalhador e a empresa não pode negar isso a funcionário nenhum.

Cientistas canadenses conseguem diagnosticar o autismo precocemente

Fonte: G1
Médicos conseguiram detectar a doença antes mesmo da criança saber falar.
Técnica é capaz de detectar quem terá autismo mesmo entre irmãos.

Médicos desenvolvem ferramentas para avaliar bebês a partir dos três meses de idade. Segundo trabalho científico apresentado na Reunião Internacional para Pesquisa de Autismo, em Londres, o novo método poderá antecipar o diagnóstico de autismo em pelo menos dois anos. Atualmente os médicos começam a poder fazer o primeiro diagnóstico de autismo por volta dos dois a três anos de vida.
O grupo, chefiado por Mel Rutherford, da Universidade MacMaster, do Canadá, utiliza tecnologias de reconhecimento de movimentos oculares para distinguir distúrbios de atenção em bebês que ainda não falam.
O trabalho que está em andamento e teve seus primeiros resultados apresentados vem se mostrando capaz de distinguir dentro de um grupo de irmãos quais poderão vir a desenvolver sintomas do autismo.
A pesquisa começou com a observação de que as crianças começam a se interessar pela observação de faces de adultos a partir dos dois meses de idade, especialmente pelo olhar das pessoas.
Aos três meses de idade os bebês começam a poder acompanhar o olhar dos adultos, especialmente quando esses movimentam a cabeça em direção ao olhar.
O método de diagnóstico de autismo se baseia na medição da direção e manutenção do olhar das crianças. O olhar do bebê é acompanhado através do reflexo da luz enquanto imagens de faces são mostradas em uma tela de computador.
As crianças são avaliadas de maneira seqüencial de três em três meses a partir do terceiro mês de vida até completarem um ano. Os especialistas canadenses acreditam que seu método consegue avaliar precocemente o desenvolvimento social das crianças.O diagnóstico precoce do autismo pode significar o início de uma atenção especializada mais cedo, traduzida por uma integração social maior no futuro dessas crianças.

Lula diz que mais dinheiro para saúde só com nova fonte de receita

Fonte: G1


Presidente se reuniu com o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.
Ele voltou a dizer que o governo não vai se envolver na aprovação de um novo imposto.


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nessa quarta-feira (21) com os membros do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) e voltou a dizer que o governo não vai se envolver na aprovação de um novo imposto para financiar o aumento de investimentos em saúde. Porém, o presidente salientou que a aprovação do projeto que amplia os gastos com saúde depende de uma nova fonte de receita e não pode ser feito pelo excesso de arrecadação.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da região do ABC, em São Paulo, José Lopes Feijó, que participou da reunião, afirmou que Lula argumenta que se aprovarem o projeto sem fonte específica de financiamento a saúde pode retroceder, quando as receitas do governo ficarem menores.

"O presidente explicou que sem uma fonte específica não há como aprovar o projeto que aumenta os investimentos na saúde. Porque agora tem excesso de arrecadação, mas no futuro pode ser que a arrecadação caia e daí a saúde é que vai sofrer", contou o sindicalista.

No primeiro trimestre desse ano, a arrecadação com impostos passou dos R$ 161 bilhões mesmo sem a cobrança da CPMF. Isso representa um aumento de 12,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Setores da oposição no Congresso têm dito que o governo não precisa de um novo imposto para financiar novos investimentos na saúde porque há esse aumento robusto da arrecadação.

O ministro das Relações Institucionais, José Múcio, também disse que o governo não se envolverá na aprovação de um novo imposto e lembrou que a extinção da CPMF não foi repassada para os preços.

"O governo não vai participar [da discussão sobre um novo imposto]. Nós temos um problema que é a Emenda 29 [regulamentação da Emenda 29 na verdade], que foi criada no Congresso no âmbito do Senado e está pautada para ser votada no próximo dia 28. Evidentemente que para que ela entre em vigor e tenha efeito prático precisa que tenha uma fonte. No último ano a despesa adicional será de R$ 23 bilhões. Não tem de onde tirar esse dinheiro. O negócio da CPMF nós não queremos discutir mais. Aqueles 0,38% que o governo deixou de ter para gastar na saúde nenhum produto brasileiro, nenhum segmento baixou 0,38%. Ou seja, o dinheiro da saúde ficou com alguém. E está faltando dinheiro para a saúde. Nenhum produto baixou 0,38%. A saúde deixou de ter recursos e está precisando de dinheiro para que nós tenhamos uma saúde como desejamos", argumentou o ministro.

Desemprego recua para 8,5% em abril, segunda menor taxa do ano

Fonte: G1
No mesmo mês de 2007, taxa havia ficado em 10,1%.
Percentual de trabalhadores com carteira assinada subiu 1,5%, diz IBGE

A taxa de desemprego brasileira ficou praticamente estável em abril, recuando 0,1 ponto percentual frente a março, para 8,5%. Em relação a abril de 2007, no entanto, houve um recuo de 1,6 ponto percentual, com a redução de 13,9% na população desocupada, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa é a segunda menor do ano, maior apenas que a registrada em janeiro, de 8,0%.

Na comparação mensal, a taxa não se alterou em nenhuma das seis regiões pesquisadas. Em relação a abril do ano passado, houve quedas em Recife (2,8 pontos percentuais), Salvador (2,3 pontos percentuais), Belo Horizonte (1,2 ponto percentual), São Paulo (2,2 pontos percentuais) e Porto Alegre (1,2 ponto percentual).
Em relação a março, o número de desocupados nas seis regiões metropolitanas investigadas pela Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE permaneceu estável, em 1,991 milhões, mas em relação a abril de 2007 (2,313 milhões), houve queda de 13,9%.

Pessoas ocupadas e carteira assinada

Em abril, a população ocupada (21,4 milhões) no total das seis regiões metropolitanas pesquisadas, não mostrou variação em relação com o mês anterior. Em relação a abril de 2007 a ocupação cresceu 4,3%, ou mais 886 mil postos de trabalho. Na comparação anual, Belo Horizonte (5,7%), Rio de Janeiro (4,0%), São Paulo (5,0%) e Porto Alegre (4,0%) registraram alteração positiva.
O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado cresceu 1,5% em abril em relação a março e 9,9% em relação a abril de 2007, chegando a 44,3% da população ocupada.
Os homens representavam 55,7% da população ocupada e as mulheres, 44,3%. A população de 25 a 49 anos representava 62,8% do total de ocupados.

Rendimento
Em abril de 2008, para o agregado das seis regiões, o rendimento médio real habitualmente recebido pelos trabalhadores (R$ 1.208,10) cresceu 1,0% em relação a março e 2,8% na comparação com abril de 2007.
No enfoque regional, em relação ao mês anterior, houve altas em Recife (7,7%) e no Rio de Janeiro (5,4%), e quedas em Salvador (-3,1%), Belo Horizonte (-1,7%) e Porto Alegre (-1,5%). Em São Paulo, houve estabilidade. Na comparação anual, houve elevação em todas as regiões investigadas: Recife (2,9%), Salvador (2,3%), Belo Horizonte (3,0%), Rio de Janeiro (5,2%), São Paulo (1,2%) e Porto Alegre (4,6%).
A massa de rendimento real efetivo da população ocupada foi estimada pelo IBGE em R$ 25,7 bilhões para o total das seis regiões metropolitanas. Houve alta em relação a fevereiro de 2008 (1,5%) e também em relação a março de 2007 (8,5%).

Falta de sono deixa funções cerebrais instáveis, diz estudo

Fonte: BBC

Um estudo conduzido por pesquisadores americanos e cingapurianos apontou que a falta de sono torna as funções cerebrais instáveis.
Os pesquisadores, da Duke University e da Universidade Nacional de Cingapura, afirmaram que mesmo estando privado de sono, o cérebro pode operar normalmente por certo tempo, mas em seguida responde lentamente diante de estímulos que requerem atenção e interpretações visuais.
"Os períodos de funcionamento aparentemente normal do cérebro podem dar falsa idéia de competência e segurança, quando, de fato, a inconstância cerebral pode ter conseqüências muito ruins", disse o coordenador da pesquisa, Michael Chee.
Segundo os especialistas, quando privado de sono, o cérebro pode processar processos visuais simples, como enxergar painéis luminosos. No entanto, as "áreas visuais maiores" do órgão --responsáveis por dar sentido ao que vemos-- não funcionam muito bem. "É aí que reside o perigo da abstinência do sono", acrescentou o pesquisador.

Apagão

Para testar a teoria, os especialistas usaram uma técnica de ressonância magnética que mediu o fluxo sangüíneo cerebral de um grupo de voluntários. Essa medida serviu como um termômetro da atividade cerebral.
Parte dos participantes teve boa noite de sono enquanto a outra passou a noite em claro. Eles tinham de identificar letras maiúsculas e minúsculas que piscavam em um painel.
Os pesquisadores observaram que voluntários de ambos os grupos viam as letras, mas os que estavam sem dormir tiveram mais dificuldades de identificar as diferenças de tamanho.
Os pesquisadores acreditam que os resultados têm implicações diretas nas rotinas de pessoas que trabalham durante a noite, como motoristas de caminhão e médicos.
"A maior descoberta é que o cérebro de um indivíduo privado de sono pode trabalhar normalmente, mas algumas vezes sofre de algo parecido com um apagão', disse Clifford Saper, da Universidade de Harvard.

A pesquisa foi publicada na revista especializada "Journal of Neuroscience".

A redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais tem a capacidade de gerar 52 mil postos de trabalho na região, segundo conta do Dieese

Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

A redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais tem a capacidade de gerar 52 mil postos de trabalho na região, segundo conta do Dieese.

A redução da jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais significaria a abertura de 51,8 mil empregos nas cidades da região, de acordo com cálculos da subseção Dieese do nosso Sindicato.

A conta é feita com base no total de trabalhadores na região em levantamento do Ministério do Trabalho. Atualmente, das 685 mil pessoas com carteira assinada no ABC, 510 mil trabalham 44 horas por semana, o que representa 75% dos trabalhadores.

Ou seja, só um em cada cinco trabalhadores formais tem jornada média de 40 horas semanais. O comércio e a construção civil são dois setores que exigem jornada de 44 horas para mais de 90% dos trabalhadores.

Já os 36 mil companheiros nas montadoras trabalham 40 horas semanais, assim como boa parte do setor de autopeças. Somado aos companheiros que trabalham entre 40 e menos de 44 horas, cerca de 70% da nossa base (de 97 mil trabalhadores) já conquistou a redução.

"Quem trabalha menos é exceção e se beneficiou das negociações coletivas entre empresas e sindicatos. O impacto da redução imediata seria grande. Geraria mais empregos do que os postos abertos nos últimos 22 meses na região. E seriam empregos estruturais, não postos de trabalho com risco de desaparecer", avalia o técnico do Dieese Osvaldo Cavignato.

Segundo o Dieese, com a redução em todo o País poderiam ser gerados cerca de 2 milhões de postos de trabalho.

Fator, IR e 40 horas são assuntos de hoje

Mesmo quem trabalha 40 horas ou menos de 44 não pode dar a luta pela redução da jornada como acabada.

Em outras regiões, metalúrgicos trabalham as 44 horas, o que é um ingrediente a mais a fermentar a guerra fiscal.

Esse é um dos motivos que dá importância às mobilizações do dia nacional de luta, 28 de maio, que será organizado hoje, em reunião de mobilização na Sede do Sindicato, a partir das 18h.

Fator previdenciário e tabela do Imposto de Renda são outros dois assuntos da mesma importância na reunião.

PORTARIA INSTITUI COMISSÃO TRIPARTITE PARA PREVENIR ACIDENTES DE TRABALHO

Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego (www.mte.gov.br)

Objetivo é estudar medidas e elaborar um plano. Estimativa é de que cerca de 4% do Produto Interno Bruto anual do mundo sejam perdidos em gastos provenientes de acidentes e doenças profissionais.
Brasília, 13/05/2008 - O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, assinou nesta terça-feira (13), juntamente com os ministros da Previdência Social, Luiz Marinho, e da Saúde, José Gomes Temporão, portaria que institui a Comissão Tripartite de Saúde e Segurança no Trabalho. A comissão, formada por representantes dos trabalhadores, empresários e dos três ministérios envolvidos, terá como objetivo estudar medidas a fim de elaborar um plano de ações para prevenir acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. A solenidade aconteceu no auditório do Ministério do Trabalho e Emprego, em Brasília.
"É de fundamental importância a criação dessa comissão. A relação entre trabalhador e empregador é um fato que tem avançado na sociedade moderna, sendo estratégico para toda a sociedade", disse Lupi, lembrando que o Ministério do Trabalho conta com dois setores que atuam na área de segurança e saúde do trabalhador: a Fundacentro e a Secretaria de Inspeção do trabalho (SIT).
A comissão vai trabalhar em questões como o aperfeiçoamento do sistema nacional de segurança e saúde no trabalho, por meio da definição de papéis e de mecanismos de interlocução permanente entre seus membros; na elaboração de um programa nacional de saúde e segurança no trabalho, com definição de estratégias e plano de ação para implementação, além do monitoramento, avaliação e revisão periódica entre os ministérios. Pretende-se, ainda, reunir instrumentos para que o país adote, no futuro, a Convenção 187 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Convenção 187 - A Convenção 187 da OIT é tida como o marco promocional para a segurança e saúde no trabalho. Esta norma destina-se a promover uma cultura de prevenção. O Japão foi o primeiro país a ratificar, seguido da Coréia do Sul. Ela estabelece, por exemplo, que o país-membro deverá ter uma rede de formação e informação de SST que permita, através da educação, suscitar mudanças positivas no ambiente de trabalho beneficiando todas as partes interessadas, incluindo trabalhadores, empresas e toda a sociedade.
A OIT estima que cerca de 4% do produto interno bruto anual do mundo (cerca de US$ 1,25 trilhão) sejam perdidos em gastos diretos e indiretos provenientes de acidentes e doenças profissionais, em termos de tempo de trabalho, indenizações pagas aos trabalhadores, interrupção de produção e gastos médicos.

Biblioteca de Paris desliga web sem fio após suspeita de "mal do Wi-Fi"

Fonte: Ansa, em Paris/ Folha on-line

A biblioteca de Sainte-Geneviève, em Paris, decidiu desativar de modo permanente o seu sistema de internet sem fio, após a denúncia de "violentos sintomas de mal-estar" por parte de um funcionário, atribuídos por ele à constante exposição aos campos magnéticos do local.
Esta é a quinta biblioteca francesa a desativar o sistema sem fio desde dezembro, quando o jornal "Le Monde" apontou o "mal do Wi-Fi": vertigem, náusea, insônia, dor de cabeça e dores musculares, supostamente causadas por esse sistema comunicação.
Na biblioteca de Sainte-Geneviève, no bairro Place du Pantheon, a direção encerrou o sistema após uma petição dos funcionários e convocou "para o mais breve possível" um Comitê de Higiene e Segurança com a presença do Inspetor de Higiene e Segurança do Ministério da Educação Superior e da Pesquisa, uma vez que o local pertence à Universidade Paris 3.
Os delegados do sindicato de funcionários públicos (Supap), que solicitou o cancelamento do Wi-Fi nas bibliotecas parisienses há algumas semanas, se reunirão em breve com a assessora da prefeitura Maité Errecart para discutir a situação.
Diante da falta de dados científicos nessa área, o Ministério da Saúde solicitou à Agência Francesa de Segurança Sanitária do Ambiente de Trabalho (Afsset) um relatório sobre os efeitos dos campos Wi-Fi sobre a saúde e do uso de telefones celulares por parte das crianças, que deverá ser entregue no final do ano;
Em dezembro, a denúncia do jornal "Le Monde" foi acompanhada por uma entrevista com pesquisador italiano Paolo Vecchia, do Departamento de Tecnologia e Saúde do Instituto Superior Sanitário, segundo o qual "pouco se sabe sobre as freqüências utilizadas no Wi-Fi".
"A principal dificuldade é dada pela rápida evolução destas tecnologias, quase não existe tempo para aprofundá-las", acrescentou o pesquisador.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Taxa de CO2 é a maior em 800 mil anos, diz estudo

Fonte: Folha de S.Paulo

Os gases de efeito estufa dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4) atingiram os níveis mais altos na atmosfera dos últimos 800 mil anos. É o que mostra um estudo do Epica (Projeto Europeu para Testemunhos de Gelo na Antártida) que analisou bolhas de ar presas no gelo a 3.400 metros abaixo da superfície.
A última pesquisa desse tipo analisou gelo com 650 mil anos. Segundo Thomas Stocker, da Universidade de Berna (Suíça), autor do estudo, pode-se afirmar com certeza que as concentrações de CO2 e CH4 são 28% e 124% mais altas, respectivamente, do que em qualquer período nos últimos 800 mil anos.
"Mais uma vez, as evidências e os resultados apontam que a atual elevação da temperatura média da Terra é resultado dos altos valores desses gases e que estes, pela escala de tempo, são de origem antrópica [ligado à presença humana]", diz o geógrafo Francisco Eliseu Aquino, do Núcleo de Pesquisas Antárticas e Climáticas da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).
Ele ressalta que os testemunhos de gelo têm importante papel como arquivo da história do clima terrestre.
Segundo Stocker, a pesquisa pode servir como ponto de referência para modelos de simulação do ciclo do carbono e ajudar a complementar as pesquisas que investigam as mudanças climáticas globais e o comportamento da concentração do CO2 na atmosfera.

Lula diz que Congresso terá de criar receita se quiser aprovar emenda da saúde

Fonte: Folha de S. Paulo

YGOR SALLES
enviado da Folha Online a Santos

O presidente Luiz Inácio Inácio Lula da Silva disse hoje que os parlamentares vão ter que encontrar fontes de receita para financiar a aprovação da emenda 29 --que amplia recursos para a saúde. Segundo ele, o Congresso não pode aprovar a elevação de despesas sem encontrar uma forma de cobrir o novo gasto.
"Se o Congresso quer regulamentar a emenda 29 e aumentar os recursos para a saúde, é importante que os companheiros pensem como vão aumentar as despesas da saúde sem ter uma nova receita", disse Lula hoje. "Só dá para aumentar despesa se tiver uma nova receita."
Lula afirmou a proposta de criação de uma nova fonte de receita --como a recriação da CPMF-- não será criada pelo Planalto. "Não partirá do governo e não haverá por parte do governo qualquer iniciativa para que o Congresso Nacional aprove qualquer imposto. É um problema do Congresso Nacional."
O presidente Lula reuniu ontem a equipe de coordenação política para discutir a recriação da CPMF. No encontro, ficou definido que a discussão sobre a proposta de recriar a CPMF será feita pelo Congresso, sem interferência clara do governo.
Mas a oposição promete barrar a recriação da CPMF no Congresso se a base aliada do governo apresentá-la como alternativa para compensar a chamada emenda 29 (que amplia a destinação de receitas para a saúde). Líderes do DEM e PSDB afirmaram que a proposta não tem chances de ser aprovada no Senado, uma vez que a Casa Legislativa foi responsável por derrotar a prorrogação da CPMF no final de 2007.
Lula participou hoje da cerimônia de assinatura de atos relativos a obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), em Santos (litoral paulista).

Doenças do trabalho em números

Fonte: DCI. 19/05/2008

Marcelo Brocchi

Brasil gastou cerca de R$ 1 bi, em cinco anos, com o pagamento de auxílio-doença a bancários com lesões.
Os números assustam. O Brasil gastou cerca de R$ 1 bi, em um período de cinco anos, com o pagamento de auxílio-doença a funcionários do setor bancário por conta de LER/DORT. Se você não sabe do que se trata, são as lesões por esforço repetitivo (LER), que atualmente convencionou-se chamar de DORT: distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho. Essa síndrome foi descoberta por volta do século XVIII e era conhecida como a "doença dos escribas".
Atualmente, temos o setor bancário como primeiro no ranking dos gastos do governo com afastamentos do trabalho por conta de LER/DORT.
O problema, entretanto, não é restrito a essa profissão, já que vários profissionais podem desenvolver lesões no horário do expediente. Entre eles, estão os operadores de telemarketing, os do mercado financeiro, executivos, motoristas de ônibus, ascensoristas, estoquistas de lojas e até mesmo as costureiras.
Posso afirmar então que quase ninguém escapa, caso não haja um planejamento preventivo. A grande questão a ser discutida é a responsabilidade compartilhada entre empregador e empregado quando o assunto é saúde. Pense bem, caro leitor, a empresa é comprometida em prover um ambiente saudável, em que seus funcionários possam trabalhar com segurança e motivação. Isso está garantido pelas leis do Ministério do Trabalho. Mas também não exclui a responsabilidade do funcionário.
Como é crescente o número de vagas informatizadas, vamos tomar como exemplo um operador de telemarketing que conviva durante seis horas por dia com computador.
Nesse caso, a empresa deve manter cadeiras ergonômicas e mesas reguladas para a altura de cada profissional, além de uma iluminação adequada e até nível de ruídos, para não prejudicar a saúde emocional e do aparelho auditivo do empregado. Se o ambiente também predispõe ao estresse, a empresa, mais uma vez, é responsável.
Você sabia que é preciso fazer uma pausa a cada 50 minutos de trabalho no computador? Isso mesmo, o funcionário tem 10 minutos de descanso garantidos por lei. Então, em uma empresa responsável, essa "paradinha" é algo comum e necessário. Além de oferecer um descanso para as mãos e para os olhos, ajuda a tranqüilizar a mente.
Por outro lado, se o funcionário não respeita essa norma e continua digitando por mais tempo, teremos um candidato a desenvolver um quadro de LER/DORT, possivelmente uma tendinite ou patologia similar.
Fica claro então perceber o porquê de falarmos em co-responsabilidade no assunto. Empregadores e empregados precisam estar do mesmo lado. Pouco adiantará investir em aparatos técnicos na hora do expediente se o funcionário não fizer a sua parte. Se ele não mantiver uma postura adequada ao sentar-se, se não respeitar a distância mínima entre os olhos e o monitor e se abusar do volume do headset, por exemplo.
Como existem muitas normas reguladoras para evitar essas lesões, o ideal é que a empresa conte com a ajuda de um profissional de Segurança e Medicina do Trabalho. Ele será o responsável por avaliar todos os possíveis riscos a que aquele ambiente expõe os funcionários.
Os pontos críticos serão avaliados com precisão e corrigidos. Os empregados também deverão receber treinamentos para saberem como proteger sua saúde ao trabalhar. Esses cursos serão oferecidos regularmente, tanto para novos contratados quanto para funcionários mais antigos que passarão por reciclagens.
Afirmo então, sem nenhuma demagogia, que a empresa só tem a ganhar ao cumprir a lei. Ela ganha em produtividade por oferecer condições adequadas e, caso seu funcionário venha a desenvolver LER/DORT, ficará fácil comprovar que a causa não foi negligência por parte da corporação. Daí, a empresa também se livra das possíveis multas e dos passivos trabalhistas.



segunda-feira, 19 de maio de 2008

Mulheres atuam 18 h em casa por semana; os homens, 5 h

Fonte: Folha de S. Paulo

Comparação leva em conta profissionais com jornada de trabalho acima de 40 hEstudo mostra que 85% dos homens têm jornada no mercado de trabalho de 40 horas ou mais por semana; entre as mulheres, são 56%

CLAUDIA ROLLIDA
REPORTAGEM LOCAL

Mulheres com jornada semanal de 40 horas ou mais no mercado de trabalho trabalham quase três vezes mais em serviços domésticos do que homens que cumprem a mesma jornada de trabalho. Enquanto eles trabalham, em média, 5 horas semanais fazendo serviços em casa, elas dedicam 18 horas por semana às mesmas tarefas.
O resultado é apontado por estudo do Ibmec São Paulo para avaliar as desigualdades entre homens e mulheres quanto à participação no trabalho dentro e fora casa.
O levantamento foi feito a partir de dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2006, do IBGE, e levou em conta informações de 206,5 mil pessoas com renda familiar média de R$ 1.634. A idade média dos chefes de família e seus parceiros é de 46 e 41 anos, respectivamente.
Entre os homens, 85,06% têm jornada de 40 horas ou mais por semana. Na média eles, dedicam 5 horas semanais ao serviço doméstico.
O percentual de mulheres que cumprem horário de 40 horas ou mais no trabalho é menor: 56,29%. Entretanto, elas dispensam 18 horas semanais para as tarefas domésticas.
"Comparando mulheres e homens, casados ou não, a diferença persiste. A mulher trabalha em casa, no mínimo, o dobro do que o homem. Dependendo da jornada no mercado de trabalho, essa diferença chega a três ou até quatro vezes", diz Regina Madalozzo, pesquisadora do Ibmec e uma das autoras do estudo.
Renda, educação e idade são três fatores que explicam, segundo ela, as desigualdades entre homens e mulheres ao cumprir jornada em casa.
"Quanto maior é a participação da mulher na renda da família, menos horas ela dedica ao trabalho doméstico. Ela tem mais poder para negociar as horas trabalhadas em casa. Se ganha mais, tem mais voz ativa", afirma a pesquisadora.
Prova disso, segundo diz, é que uma das variáveis do estudo mostra que, para cada ponto percentual que a mulher aumenta sua participação na renda da família, diminui em cerca de 8 horas o trabalho doméstico que ela executa por semana.
No caso dos homens, também há redução, mas a variação é menor. A diminuição é de duas horas semanais para cada ponto percentual em que ele aumenta a renda em relação à familiar. "O que isso mostra é que trabalhar em casa não é somente uma questão cultural e social, mas também existe o aspecto econômico", diz.
No Sul do país, segundo com o estudo, os homens dedicam mais tempo aos serviços domésticos do que nas demais regiões. "Ele trabalha em casa uma hora a mais do que um homem da região Sudeste. Esse tempo chega a quase duas horas se comparado ao dispensado por um homem do Centro-Oeste ao trabalho doméstico." Nesse caso, segundo ela, o que pode explicar essa maior participação é a questão cultural. "A região tem peculiaridades em relação a colonização e costumes. No Sul, os homens têm o hábito de cozinhar mais."A redução da jornada de 44 para 40 horas semanais, reivindicada pela centrais sindicais, não deve ter impacto, segundo diz, nas desigualdades das jornada de homens e mulheres. "Com o tempo, a tendência é que os homens façam mais horas extras para incrementar a renda e diminuam ainda mais o pouco tempo que dedicam ao trabalho doméstico."

Obras do PAC esbarram em conservação da Amazônia

Fonte: Folha de S. Paulo

Segundo ONG, 322 zonas de alta biodiversidade estão sob ameaça na florestaUnidade de conservação proposta por Marina Silva foi tirada de plano federal porque poderia impedir barragens futuras no Xingu

EDUARDO GERAQUE - DA REPORTAGEM LOCAL
CLAUDIO ANGELO - EDITOR DE CIÊNCIA

Ao serem colocados sobre a mesa, fica claro o choque. Os planos de infra-estrutura para a Amazônia, quando totalmente implantados, vão ameaçar as áreas prioritárias para a conservação da floresta, que já estão desenhadas pelo próprio governo federal.
O alerta vem sendo dado por cientistas e ambientalistas desde o lançamento do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). No ano passado, um levantamento da ONG Conservação Internacional apontou que 322 áreas de grande importância para a biodiversidade -ou seja, onde seria recomendável criar unidades de conservação- estão sob influência direta de estradas, hidrelétricas, portos ou gasodutos. Cinco estradas cortarão essas regiões sensíveis, aponta o documento.
As obras também influenciam diretamente terras indígenas e unidades de conservação já criadas. Em todas elas, há risco de aumento do desmate.
Neste ano, um relatório ainda inédito do IAG, um grupo de consultores contratados pelo Ministério do Meio Ambiente para avaliar o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento, fez críticas à forma como as obras de infra-estrutura vêm sendo planejadas.
O documento, obtido pela Folha, diz: "Apesar de todas as diretrizes estabelecidas em documentos governamentais (...), a efetividade do planejamento racional de infra-estrutura na Amazônia, sobretudo de estradas e hidrelétricas, ainda não está assegurada".
Segundo Carlos Nobre, pesquisador do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a ciência tem mostrado que grandes obras de infra-estrutura, em especial estradas, são vetores claros de desmatamento.
"Se o governo quer acelerar as obras, seja para a integração sul-americana, seja para a geração de energia, precisaria ter um novo paradigma de economia florestal. Só que ainda não descobrimos como tirar valor da floresta em pé", diz.
"É muito difícil prever que rumo o presidente Lula vai dar para a política ambiental [após a saída de Marina Silva]", afirma Ima Vieira, diretora do Museu Paraense Emílio Goeldi.

Xingu
A julgar pelos cortes feitos por Lula e pela Casa Civil no PAS (Plano Amazônia Sustentável), no entanto, a balança pende para o lado das obras -e não da floresta. Uma das principais unidades de conservação cuja criação foi proposta ao plano por Marina Silva, a Reserva Extrativista do Médio Xingu, no Pará, foi vetada porque poderia atrapalhar a criação de barragens adicionais da usina hidrelétrica de Belo Monte.Dilma Rousseff cuida diretamente desse projeto, considerado crucial para que o país não tenha um apagão de energia elétrica na próxima década.
Tudo indica que, depois da crise envolvendo o licenciamento das usinas do rio Madeira, Belo Monte seja a bola da vez. A região do Xingu concentra um grande número de terras indígenas, e os índios já impediram construção da usina 20 anos atrás, quando ela se chamava Cararaô.
O projeto, agora, volta a ser discutido pelos índios. Na segunda-feira, representantes de várias etnias se reúnem em Altamira para debater os possíveis impactos da megausina -e de outras- sobre suas terras.

Governo prepara nova CPMF para financiar gasto da Saúde

Fonte: Folha de S. Paulo

Tributo em estudo tem alíquota menor; imposto sobre fumo também pode subir
Contribuição da Saúde seria de 0,08%; governo pretende mudar lei aprovada no Senado que destina ainda mais dinheiro para o setor

GUILHERME BARROS
VINICIUS TORRES FREIRE
COLUNISTAS DA FOLHA

O governo pode decidir na segunda-feira a criação de um novo imposto e o aumento de um outro, o do cigarro, a fim de financiar a Saúde. A nova Contribuição para a Saúde seria cobrada sobre movimentações financeiras, tal como a CPMF, extinta em dezembro.
A alíquota da nova contribuição seria de 0,08%. A da CPMF era de 0,38%. O Imposto sobre Produtos Industrializados que incide sobre o fumo seria elevado, "uma paulada", segundo a Folha apurou. Em 2007, o governo federal arrecadou R$ 2,9 bilhões com o IPI sobre o fumo, cuja alíquota média fica em torno de 25% do preço do maço. A elevação do imposto sobre bebidas alcoólicas é improvável.Os aumentos serão decididos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na reunião semanal de coordenação do governo.
No caso da Saúde, o governo encampou uma proposta de deputados governistas. O objetivo é oferecer uma nova fonte de financiamento para a Saúde em troca da alteração do projeto de lei que regulamentou a Emenda Constitucional 29.
O projeto foi aprovado em abril no Senado e foi para a Câmara. Estipula normas que devem elevar os recursos para a Saúde dos R$ 48,5 bilhões previstos no Orçamento deste ano para R$ 58,4 bilhões. Até 2011, os recursos extras seriam de mais de R$ 20 bilhões anuais.

Nova CPMF
Em 2007, a arrecadação da CPMF foi de R$ 37,2 bilhões. Um tributo idêntico com alíquota de 0,08% deve render ao menos R$ 8,7 bilhões (considerado ainda o aumento de arrecadação média do governo federal este ano). Mas tal fonte de dinheiro para a Saúde evitaria que fossem vinculadas ao setor fatias cada vez maiores do Orçamento federal, tal como prevê a regulamentação da Emenda 29. Mesmo sem a receita da CPMF, a arrecadação do governo continua a crescer.
Logo após a aprovação da lei complementar, o governo passou a discutir com parlamentares um modo de evitar o aumento de gastos. Lula não gostaria de se defrontar com a necessidade de vetar a lei, caso ela fosse ratificada pela Câmara.
O aumento inesperado do Orçamento da Saúde foi objeto de críticas duras de Lula numa reunião no dia 25 de abril com o Conselho Político, que reúne presidentes de partidos aliados e líderes do Legislativo.
Mas deputados governistas, do PMDB em especial, também não querem derrubar lei que destina mais dinheiro à Saúde, ainda mais em ano eleitoral. Parlamentares sugeriram então um novo imposto, idéia por ora adotada pelo governo.
O Senado aprovou por unanimidade o projeto que regulamenta a Emenda 29 e, assim, define os recursos que União, Estados e municípios devem aplicar em saúde. O projeto teve o apoio do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, para quem o projeto permite financiar o "PAC da Saúde".
Segundo o projeto, o governo federal, por exemplo, terá de reservar anualmente para a saúde 10% de sua receita corrente bruta de impostos, a partir de 2011. Isto é, 10% de toda a arrecadação, mesmo antes de descontadas, por exemplo, transferências de recursos para Estados e municípios, determinadas pela Constituição.
O aumento do percentual de recursos será escalonado. Neste ano, seriam aplicados 8,5% da receita total do governo, fatia que subiria para 9% em 2009 e 9,5% em 2010. O autor do projeto foi o senador Tião Viana (PT-AC). A lei foi aprovada por unanimidade no Senado -a oposição não só votou pela aprovação do projeto como desobstruiu a pauta a fim de que ela ocorresse.
A Emenda 29 havia sido aprovada em 2000. Sem que fosse regulamentada, prevalecia a norma provisória que obrigava o governo federal a aplicar em Saúde a verba do ano anterior mais a variação nominal do PIB. O PIB real cresceu 5,4% em 2007; o nominal subiu 9,7%.A lei orçamentária prevê que a receita total de impostos do governo federal em 2008 deve ser de R$ 687 bilhões. Como em 2008 seriam aplicados 8,5% da receita, a saúde receberia cerca de R$ 58,4 bilhões, contra R$ 48,5 bilhões previstos no Orçamento -R$ 9,7 bilhões a mais.
A lei complementar não alterou os percentuais que Estados (12%) e municípios (17%) devem aplicar na saúde, mas também os obriga a usar como base do cálculo a receita bruta. A lei também exclui da rubrica de gastos com Saúde as despesas com pessoal ativo e aposentado, merenda escolar, saneamento básico, limpeza urbana e assistência social.

Grávidas estressadas tendem a dar à luz bebês alérgicos e com asma, diz estudo

fonte: Reuters/G1
Para pesquisadores, estresse funciona como uma espécie de 'poluição social' para feto.Problemas no sistema imune perduram por décadas após o nascimento da criança.
As mulheres que sofrem de estresse envolvendo dinheiro, relacionamentos e outros problemas durante a gravidez podem dar à luz bebês com tendência a ter alergias e asma, afirmam pesquisadores americanos. Os achados, apresentados durante a reunião da Sociedade Torácica Americana em Toronto (Canadá), sugerem que o estresse materno durante a gravidez pode ter conseqüências duradouras sobre os filhos.
"Essa pesquisa reforça um conjunto crescente de evidências que ligam o estresse materno a mudanças no sistema imune em desenvolvimento das crianças, mesmo durante a gravidez", afirmou em comunicado a pesquisadora Rosalind Wright, da Escola Médica de Harvard (EUA). Wright e seus colegas descobriram que as mães mais estressadas dão à luz bebês com níveis maiores de imunoglobulina E, uma substância do sistema de defesa do organismo -- mesmo que essas mães tivessem tido uma exposição muito pequena a substâncias que causam alergia durante a gravidez.

Poluente social
"Esses dados dão mais apoio à idéia de que o estresse pode ser considerado uma espécie de poluente social que, quando entra em contato com o corpo, pode influenciar a resposta imune dele", declarou Wright. Resultados parecidos vieram de um estudo coordenado por Andrea Danese, da Universidade de Londres. No trabalho, os pesquisadores acompanharam mil neozelandeses do nascimento aos 32 anos de idade. E descobriram que crianças que passaram por estresse severo -- gerado por eventos como rejeição materna, disciplina muito rígida ou abuso sexual -- tinham o dobro dos níveis normais de inflamação mesmo 20 anos após os eventos estressantes. Os marcadores ligados a inflamação no sangue são um sinal de risco aumentado para doenças do coração e diabetes. "O estresse infantil pode modificar as trajetórias de desenvolvimento e ter efeitos de longo prazo sobre o risco de outras doenças", afirma Danese.
Segundo Danese, os maus-tratos na infância podem atrapalhar a capacidade dos glicocorticóides -- hormônios que impedem as inflamações -- de responder ao estresse mais tarde, o que levaria à depressão e outros problemas psiquiátricos. Por isso, as crianças sob essas condições deveriam começar cedo a prevenção de doenças comuns em adultos.

Estudo revela que superprodução de nitrogênio ameaça clima e biodiversidade

fonte: Agência do Estado/ G1

Efeitos incluem chuva ácida, mortandade de peixes e redução da camada de ozônio.Uso excessivo do elemento químico como fertilizante é principal raiz do problema.

Compostos de nitrogênio lançados no ambiente pela atividade humana causam poluição, estimulam o efeito estufa e ameaçam a biodiversidade, afirmam dois artigos publicados hoje na revista especializada "Science". O planeta tem um ciclo natural do nitrogênio, que é essencial para a vida na Terra, mas o ciclo artificial, alimentado principalmente pelo uso de fertilizantes e pela queima de combustíveis fósseis, provoca desequilíbrios perigosos, dizem os cientistas.
“Um átomo de nitrogênio pode causar diversos efeitos em cascata, como smog (neblina poluente), chuva ácida, mortandade de peixes, efeito estufa e redução da camada de ozônio, tudo em seqüência”, explica o principal autor do artigo que trata do impacto global do nitrogênio, James Galloway, da Universidade da Virgínia, nos EUA. “Essa combinação do nitrogênio reativo se acumulando no ambiente e tendo um efeito em cascata torna muito difícil administrar os efeitos.”
Galloway explica que o chamado “nitrogênio biologicamente reativo” é essencial para a produção de alimentos. Ao fabricar fertilizantes, a humanidade transforma o nitrogênio inerte do ar nessas formas reativas necessárias. “Mas, na produção de alimentos, muito se perde para o ambiente, porque a eficiência de pôr o nitrogênio na carne ou nos cereais é muito baixa.” Além disso, “é claro que a maior parte do nitrogênio que entra na boca humana também acaba no ambiente”. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".

Cientistas descobrem relação genética entre pigmentação e câncer de pele

fonte: Efe, em Londres/ folha on-line 19/05/2008 - 07h30

Cientistas identificaram variantes genéticas relacionadas com a pigmentação do ser humano que aumentariam o risco de sofrer de câncer de pele, informou ontem a revista científica britânica "Nature".
Em um primeiro trabalho, especialistas islandeses, liderados por Daniel Gudbjartsson, descobriram uma série de variantes de seqüências genéticas ligadas à pigmentação do cabelo, dos olhos e da pele. Depois, comprovaram a associação de 11 delas com a suscetibilidade de contrair câncer de pele.
Os cientistas observaram que variantes localizadas perto do ASIP, um gene importante na pigmentação, conferiam um maior risco de melanoma cutâneo, um tumor maligno das células que produzem o pigmento da pele.
Também encontraram uma relação cancerígena com uma variante do gene TYR, que codifica uma enzima necessária para a produção da melanina, outro pigmento da pele.
Os especialistas observaram que cada gene estava associado também com outro tipo de câncer, o carcinoma basocelular, mais comum que o anterior, embora menos letal.
Outro estudo, dirigido por Stuart MacGreggor na Austrália, indica que duas variantes genéticas situadas na região do ASIP estão associadas ao risco de desenvolver melanoma cutâneo.
Em outra pesquisa, também publicada na "Nature", a equipe islandesa comprovou que duas variantes do gene TPCN2, que codifica proteínas transportadoras de cálcio, estão associadas com o cabelo loiro, o que confirma a importância dessas proteínas na pigmentação.

domingo, 18 de maio de 2008

Indústria farmacêutica financia ONGs, diz estudo

Fonte: Terra

Um recente estudo da ONG americana Essential Action aponta que pelo menos nove entidades brasileiras de defesa de doentes são financiadas por fabricantes de remédios. Uma entidade de pacientes com linfoma e leucemia, de São Paulo, recebeu R$ 1,5 milhão de multinacionais, segundo o levantamento. As informações são da Folha de S.Paulo.

Segundo a Essential Action, a relação financeira entre a indústria e as ONGs pode fazer com que as entidades priorizem os interesses das indústrias e deixem de lado os interesses dos pacientes.

Para chegar aos dados, a Essencial Action analisou um manifesto internacional sobre aa manutenção do sistema de patentes de remédios. Das 110 organizações que constam no documento, 61 tinham ligação com a indústria farmacêutica ou com fabricantes de equipamentos médicos, segundo a ONG que fez o levantamento.

Redação Terra