sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Críticos elogiam Lula e falam em "decepção" sobre Obama

Fonte: Terra Portal
Lúcia Müzell
Direto de Copenhague

Um discursou logo após o outro no plenário da Conferência do Clima de Copenhague, na Dinamarca, mas os resultados das falas dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Barack Obama foram diametralmente opostos nos corredores do Bella Center, onde acontece o evento. Enquanto Lula entusiasmou os poucos otimistas que ainda restam no centro de conferências, Obama foi alvo de críticas e decepcionou os que esperavam que ele pudesse mudar o rumo das negociações na reta final.

As diferenças já puderam ser vistas durante os pronunciamentos: Lula teve quatro vezes o discurso interrompido por aplausos, enquanto Obama nenhuma vez - apesar de as palavras do americano serem as mais aguardado de todo o evento. Ao final dos discursos, mais uma vez as palmas enfáticas para o brasileiro se distanciaram dos aplausos meramente protocolares dispensados ao americano.

"O Lula mandou muito bem e abriu a porta para quem sabe as negociações tomarem outro rumo", disse Paulo Adário, um dos coordenadores do Greenpeace Brasil. Adário elogiou a postura de vanguarda que o Brasil assumiu, ao oferecer contribuição financeira para o Fundo Global de Mudanças Climáticas para os países pobres. "A gente sabe que o Brasil não é mais nenhum Haiti e vínhamos cobrando isso há anos do presidente. Ele fez o que a gente esperava dele."

O coordenador da ONG Vitae Civilis, Rubens Harry Born, destacou que a fala improvisada de Lula fez toda a diferença. "Ele foi ele mesmo, falou com o coração e passou uma mensagem muito legal de comprometimento. Acho que essa postura pode ter efeitos nas negociações", afirmou Born.

O francês Fabrice Bourger, membro da delegação do seu país, achou que o país deu um exemplo "sem precedentes" e que o discurso de Lula o aproxima ainda mais dos europeus. "Foi constrangedor para os outros países. Mas, sinceramente, nós não esperávamos outra coisa de Lula", afirmou Bourger. "Ele se destaca de todos os outros líderes com essa posição aberta ao diálogo, sem perder a firmeza e a determinação."

Obama: "mico da história"
Já as palavras em relação a Obama foram bem diferentes. "Arrogante", "estúpido", "burocrático" e autor de um "mico histórico" são apenas algumas das definições empregadas nos corredores da COP-15.

"Uma parte, foi de palavras da boca para a fora (como a frase de que "não se pode mais perder tempo" para salvar planeta). E a outra, um verdadeiro absurdo. Foi um mico histórico", disse Born. Para o coordenador da Vitae Civilis, Obama só reforçou o discurso intransigente que os Estados Unidos vinham defendendo na Cúpula do Clima e não trouxe nenhuma novidade. E ainda usou como desculpa para a falta de ação um argumento que todos os países democráticos poderiam utilizar, se quisessem: o de que não pode fazer nada sem a aprovação prévia do Congresso de seu país.

Adário, do Greenpeace, foi ainda mais duro. "A postura do Obama naquele púlpito foi socialmente arrogante e politicamente estúpida. Não está nem perto de assumir a posição de liderança que as pessoas esperavam dele", afirmou, destacando que as três condições impostas pelo americano para que assine um acordo - transparência, verificação das ações e metas de redução baixas - devem manter as negociações travadas.

Também a ausência de especificações sobre quanto os Estados Unidos estarão dispostos a contribuir para fundo internacional de financiamento decepcionaram. Obama garantiu apenas que o país vai entrar com recursos, mas não detalhou nem quanto, nem quando. Bourger, negociador francês, preferiu não se estender nos comentários, mas não escondeu a decepção. "Acho que os esforços da Europa não foram suficientes para mudar nem um milímetro da posição americana."

Também o ministro brasileiro do Meio Ambiente, Carlos Minc, criticou o presidente americano e disse que o seu discurso "foi uma desgraça". "O Obama foi muito frustrante. Parecia até que o Lula tinha mais responsabilidades do que ele no plano climático mundial, de tanto que o Obama falou mal¿.

COP-15
A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, de 7 a 18 de dezembro, que abrange 192 países, vai se reunir em Copenhague, na Dinamarca, para a 15ª Conferência das Partes sobre o Clima, a COP-15. O objetivo é traçar um acordo global para definir o que será feito para reduzir as emissões de gases de efeito estufa após 2012, quando termina o primeiro período de compromisso do Protocolo de Kyoto.

Acidentes de trabalho crescem 13,4% entre 2007 e 2008

O número de acidentes de trabalho registrados em 2008 aumentou 13,4% em relação a 2007. Em 2008 foram registrados 747.663 casos, contra 659.523 no ano anterior, segundo o Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho, divulgado hoje (15) pelo Ministério da Previdência Social. O documento foi elaborado em conjunto com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
O secretário de Políticas de Previdência Social, Helmut Schwartz, afirmou que entre as seis principais causas de acidentes, quatro envolvem ferimentos nos punhos e nas mãos dos trabalhadores, mostrando que os processos de trabalho e a manipulação de objetos precisam ser redesenhados. O número de óbitos em 2008 foi de 2.757 casos, contra 2.845 em 2007, uma redução de 3,1%. Os casos de incapacidade permanente, no entanto, aumentaram em 28,6% em 2008 (12.071) em relação a 2007 (9.389).

O secretário vê também a necessidade de investimento em prevenção e maior preparo dos trabalhadores para evitar queimaduras, esmagamentos, amputações, cortes e inflamações e também mortes. Segundo ele, o Brasil registra hoje dados melhores do que na década de 90, embora os números ainda sejam preocupantes e exijam grande esforço das empresas, dos trabalhadores e do governo para o combate aos acidentes.

Helmut Schwartz lembrou que a partir de janeiro de 2010 as empresas receberão incentivos por meio da flexibilização das alíquotas do seguro de acidente de trabalho em casos de redução do número desses acidentes. Atualmente, elas pagam 1% sobre a folha de pagamento quando o índice de acidentes é baixo, 2% quando é médio e 3% quando os índices são altos. A instituição feita neste ano do fator acidentário de prevenção, que será informado pelas empresas anualmente, permitirá a flexibilização da alíquota, beneficiando as empresas que reduzirem os números de acidentes com o pagamento de alíquota menor.

Fonte: Agência Brasil

OIT: 43% dos homens trabalham mais de 44 horas semanais

Relatório divulgado nesta quarta-feira pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) indica que 25,2% das mulheres e 43,2% dos homens no Brasil trabalham mais de 44 horas por semana. Segundo o estudo, a jornada semanal chega a ser de mais de 48 horas para 13,7% das pessoas do sexo feminino e para 25,2% daquelas do sexo masculino.

De acordo com a publicação Perfil do Trabalho Decente no Brasil, a média semanal de trabalho das mulheres entre 1992 e 2007 foi de 36,4 horas e a dos homens, de 44,4 horas.

A OIT alerta ainda que o número de horas semanais que as mulheres dedicam aos afazeres domésticos supera em 12,5 o dos homens. Se for considerada a dupla jornada, as mulheres trabalham em média cinco horas a mais do que os homens.

A jornada semanal de 48 horas de trabalho havia sido estabelecida no Brasil em 1943, mas, com a promulgação da Constituição Federal de 1988, foi reduzida a 44 horas. Dez anos depois, foi aprovada a Lei nº 9.601, que criou o chamado banco de horas (sistema de compensação de horas extras).

Em momentos de grande atividade da empresa, a jornada de trabalho pode ser ampliada em até duas horas extras por dia, sem que esse período trabalhado a mais seja remunerado, mas compensado posteriormente em momentos de redução da produção, por meio de folgas ou de diminuição da jornada diária até a quitação das horas excedentes.

Fonte: Terra

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

OIT: taxar emissões de CO2 pode aumentar empregos

A criação de uma taxa para onerar as emissões de gases de efeito estufa pode aumentar o nível de empregos no mundo, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

A taxação de carbono será uma das propostas discutidas durante a 15° Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que começou hoje e vai até o dia 18 em Copenhague, na Dinamarca. Na reunião, 192 países tentarão chegar um consenso sobre o novo acordo climático para complementar o Protocolo de Quioto após 2012.

A conta da OIT considera o repasse da arrecadação com a taxação do carbono para criação de subsídios que diminuam a carga trabalhista das empresas e, assim, estimular a abertura de novos postos de trabalho.

Até 2014, a medida poderia aumentar em 0,5% o nível de emprego, com mais de 14,3 milhões de novas vagas. De acordo com a OIT, a expansão depende da aplicação de políticas “verdes” combinadas com práticas de trabalho decente.

“Esses empregos não se criarão automaticamente. São necessários programas que promovam a transição nos mercados de trabalho e as competências profissionais necessárias para que esses novos empregos se tornem realidade”, diz a entidade.

Atualmente, segundo a OIT, cerca de 40% dos empregos do mundo estão em setores de altas emissões de carbono, num total de 600 mil trabalhadores.

Fonte: Abril

Obama procura Lula para buscar "resultado positivo" em Copenhague

Fonte: Folha Online

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, falou nesta quarta-feira (16) por telefone com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como parte de seus esforços para impulsionar um resultado positivo da cúpula sobre mudança climática (COP15), que acontece em Copenhague.

"O presidente Obama destacou ao presidente Lula a importância de os dois países continuarem trabalhando para conseguir um acordo concreto que signifique um verdadeiro progresso e determinar uma ação global para enfrentar a ameaça da mudança climática", segundo informou a Casa Branca.

Na conversa, Obama disse que o Brasil tem um papel-chave. E tratou sobre as medidas tomadas pelos EUA e sobre o compromisso para um acordo em Copenhague, em respeito à redução das emissões, o financiamento e um regime de cumprimento transparente e internacionalmente observável.

O presidente americano também telefonou para o primeiro-ministro de Granada, Tillman Thomas, com o mesmo objetivo, declarou a Casa Branca.

COP-15

Os EUA endureceram sua postura nas já difíceis negociações na cúpula da ONU sobre mudança climática (COP-15), realizada em Copenhague, ao se negar a mudar as datas de referência para a redução de gases do efeito estufa, segundo o grupo ambientalista Greenpeace.

O coordenador político para a América Latina da organização ambientalista, Gustavo Ampugnani, disse nesta quarta-feira (16) que Washington apresentou na madrugada de terça-feira um documento com uma cruz no lugar da data a partir da qual se deve partir para calcular as emissões de dióxido de carbono (CO2).

Antes de ir a Copenhague, Washington tinha oferecido reduzir suas emissões de CO2 em 17% até 2020 em relação a 2005, o que representa 4%, em comparação com os parâmetros usados pela União Europeia (UE) e por outros países industrializados, que partem de 1990.

Na terça-feira (15), o enviado norte-americano para as mudanças climáticas, Todd Stern, disse que os EUA não pretendem aumentar, suas metas de redução de emissões de gases-estufa até 2020.

Stern também defendeu a oferta que apresentaram para a redução das emissões de gases estufa, que, de acordo com os americanos, é "comparável às demais" e, em alguns casos, até melhor que a da UE --apesar de ser, na prática, inferior.

Com esse ponto de partida dos EUA e diante do bloqueio atual das negociações na cúpula, a única solução é que os mais de cem chefes de Estado e de governo que começaram a chegar à capital dinamarquesa assumam diretamente as negociações, disse Ampugnani.

Com Efe

OIT vê progresso em acordos coletivos no Brasil

O sucesso contínuo na reposição salarial por meio de acordos coletivos nos últimos anos abre caminho para formas não judiciais de solução de conflitos. Acordos e convenções coletivas cada vez mais efetivos, firmados longe dos tribunais, refletem o amadurecimento de empresas, empregados e sindicatos na negociação de interesses, o que pavimenta o caminho para a aceitação da arbitragem e da conciliação para resolver divergências trabalhistas.

A opinião é de especialistas no Direito do Trabalho que se depararam com os números mais recentes da Organização Internacional do Trabalho sobre a qualidade de trabalho no Brasil. Em relatório divulgado nesta quarta-feira (16/12), a entidade aponta que, em 2007, 88% dos acordos e convenções coletivas acompanhadas pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) asseguraram a recomposição de perdas salariais ao menos referentes ao ano-base anterior. Foi o melhor resultado desde 1996, sendo 2007 o quarto ano seguido em que as perdas foram compensadas dessa forma, o maior período em que essas negociações garantiram reposições e aumento real de salários. A pesquisa avaliou dados de 1992 a 2007.

Os acordos foram mais frequentes na indústria (94%), em seguida no comércio (85%) e no setor de serviços (81%). Entre os reajustes que superaram a inflação, 70% ficaram abaixo de 2% de ganho real, e 2,5% conseguiram superar os 4% de aumento.

“Há um amadurecimento de ambos os lados”, diz o advogado Geraldo Baraldi, do escritório Demarest & Almeida Advogados. Na sua opinião, trabalhadores, empresas e sindicatos demonstram entender que é mais fácil lavar a roupa suja dentro de casa do que ter de chamar um terceiro distante do assunto. “Às vezes a decisão da Justiça não agrada nem o empregador, nem o trabalhador. Ninguém melhor do que as próprias partes para saber o que lhes interessa”, diz.

Para Orlando Almeida, do Homero Costa Advogados, o que existe é uma especialização nas discussões. “O costume em negociar está ensinando negociação”, afirma. Segundo ele, o hábito pode abrir caminho para derrubar a resistência contra a arbitragem na área trabalhista. O meio é muito usado na área civil e comercial por ser mais rápido, mas ainda não é bem visto principalmente pela Justiça, que entende que essa é uma forma de transacionar direitos, o que é ilegal. “Quando as partes começam a verificar que negociar é evitar litígios, a tendência é que formas alternativas de solução ganhem espaço”, diz ele.

A Justiça também é responsável por esse resultado, segundo o juiz Rogério Neiva Pinheiro, da 20ª Vara do Trabalho de Brasília. Ele explica que a Emenda Constitucional 45/04 introduziu o parágradfo 2º ao artigo 114 da Constituição Federal, determinando que, para o prosseguimento dos julgamentos de dissídios coletivos na Justiça, é necessária a concordância entre as partes. “A intenção do legislador foi de que houvesse acordo, caso contrário, não existiria solução”, diz. O próprio Tribunal Superior do Trabalho, segundo ele, também vem flexibilizando antigas determinações, o que tem ajudado nas negociações. “A corte já admite que o adicional de periculosidade seja pago em valor abaixo do legal, e que o intervalo entre as jornadas sejam fracionados, por exemplo”.

O Perfil do Trabalho Decente no Brasil, relatório divulgado nesta quarta, foi construído pela OIT com base em dados apurados até 2007 pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE. O estudo analisou oportunidades de emprego, jornada de trabalho, combinação entre trabalho e vida familiar, trabalho infantil e forçado e ambiente de trabalho seguro. O relatório é um dos projetos-piloto para avaliar os programas de Trabalho Decente. O Brasil participa como voluntário juntamente com Áustria, Ucrânia, Malásia e Tanzânia. O projeto foi financiado pela União Europeia.

O estudo foi apresentado no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada pelo especialista da OIT José Ribeiro, coordenador nacional do projeto Monitorando e Avaliando o Progresso do Trabalho Decente, e teve a participação do diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, Jorge Abrahão de Castro.

Entre as boas notícias estão a diminuição do trabalho infantil, o maior número de trabalhadores registrados e a maior quantidade de idosos que recebem benefícios como aposentadoria ou pensão, o que contribui para a aceleração da economia. De 2003 e 2007, a queda na taxa de desemprego foi constante. Entre as ruins, a persistência de trabalho forçado, a constante diferença no salário pago a homens e mulheres e a negros e brancos na mesma função, e o alto número de jovens e adolescentes que não estudam nem trabalham.

Embora tenha registrado uma queda na quantidade de horas trabalhadas acima do permitido semanalmente, o levantamento ainda aponta números expressivos. Até 2007, a jornada semanal de trabalho era maior que 44 horas para 35% dos empregados com carteira assinada, e estava acima de 48 horas para 20% deles. De acordo com Pinheiro, no entanto, essa realidade tem mudado visivelmente nos últimos dois anos. “A quantidade de processos sobre horas extras caiu bastante, principalmente em relação a bancos e supermercados”, diz. “As Casas Bahia são a única exceção no segmento, já que esse comportamento hoje é mais comum em médias e pequenas empresas. Não são raras médias de quatro horas extras diárias nesses casos”.

Fonte: Consultor Jurídico

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Mulheres ganham menos e trabalham até 12 horas a mais que homens, diz OIT

Relatório da Organização Internacional do Trabalho divulgado nesta quarta-feira (16) indica que em 2007 as mulheres tiveram salários menores, ocuparam menos cargos de chefia e ainda cuidaram mais dos afazeres domésticos do que os homens, acumulando jornada semanal dupla de trabalho média de 12,7 horas a mais que a masculina.

De acordo com levantamento “O perfil do trabalho decente”, elaborado pela Escritório da Organização Mundial do Trabalho no Brasil, enquanto as mulheres gastam cerca de 22,3 horas semanais em afazeres domésticos, os homens dedicam cerca de 9,7 horas por semana à mesma atividade, uma média de 12,7 horas a menos.

No total, a jornada dupla das mulheres foi de 57,1 horas semanais, contra 52,3 horas dos homens.

Além disso, as mulheres receberam em média 29,7% a menos do que os homens em 2007.

O levantamento aponta que, apesar da inserção feminina no mercado de trabalho, ainda é desigual a dedicação de homens e mulheres aos afazeres domésticos, o que resulta em uma jornada dupla semanal feminina pesada.

"A sociedade ainda não entrou em um consenso de quem assume essa responsabilidade pela vida familiar. Muitas mulheres que assumem dupla jornada e isso pode ter seqüelas graves, como problemas de saúde e estresse", diz José Ribeiro, um dos autores da pesquisa e coordenador de projetos da OIT.

Cargos menores

O levantamento considerou a situação do mercado de trabalho entre 1992 e 2007 e dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad).
Em 2007, as trabalhadoras representaram apenas 29% dos cargos de dirigentes e chefia.

Para José Ribeiro, os dados da pesquisa mostram que a discrepância de oportunidades de trabalho e ascensão profissional para homens e mulheres está diminuindo no Brasil, mas em ritmo lento.

"Ao longo dos anos há uma redução, relativamente lenta. Há evolução em alguns setores e desafios em outros, como é o caso da proporção de mulheres dirigentes, por exemplo", diz o pesquisador.

Fonte: G1

Na crise, trabalhador perde R$ 13 bi

massa salarial na indústria brasileira de transformação diminuiu R$ 13 bilhões em um ano de crise financeira internacional. A soma dos salários pagos pelas empresas do setor caiu de R$ 190 bilhões para R$ 177 bilhões entre outubro de 2008 e setembro de 2009. A diferença entre os dois valores supera em R$ 900 milhões os R$ 12,1 bilhões que serão pagos de 13º salário aos trabalhadores da indústria em geral neste ano.

As informações são de um levantamento inédito feito por José Ricardo Roriz Coelho, diretor do Departamento de Competitividade e Tecnologia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O trabalho confirma que o estrago da crise global no mercado de trabalho na indústria foi além do corte no emprego.

No período analisado, a massa de salários caiu 5,3%, relativamente menos do que a produção industrial, cuja retração chegou a 8%, porém mais que o emprego, que recuou 4,1%.
"Na crise, as empresas cortaram horas extras, além de demitirem, o que em muitas empresas foi feito de uma forma seletiva, mandando embora funcionários de maiores salários", explica Roriz Coelho.

O executivo ressalta que empresas e trabalhadores, em sua grande maioria paulistas, chegaram a acordos para redução temporária de jornada e de salários na fase mais aguda da crise.
Apesar da retomada da atividade econômica observada desde o início deste ano, tanto a produção quanto a massa salarial e o emprego continuam abaixo dos níveis do período anterior à crise.

Fonte: Estadão

Em cinco anos, 11 morrem em obras de expansão do Metrô de São Paulo

15/12/2009 - 21h06

Em cinco anos, 11 morrem em obras de expansão do Metrô de São Paulo

Guilherme Balza
Fonte: Do UOL Notícias
Em São Paulo

A morte do operário Raimundo Maria de Almeida, 49, atingido nessa segunda-feira (14) por um trilho de aço de 700 kg enquanto trabalhava na construção da Linha 2-Verde do Metrô de São Paulo, elevou para onze o número de mortos nas obras de expansão do metrô paulista nos últimos cinco anos. O acidente de ontem ocorreu entre as estações Tamanduateí e Vila Prudente, na zona leste da capital.

Entre março de 2005 e dezembro deste ano, ocorreram ao menos 13 incidentes graves nas obras de expansão da malha metroviária de São Paulo, segundo levantamento do Sindicato dos Metroviários. O caso mais marcante ocorreu em 12 de janeiro de 2007, quando sete pessoas morreram em um desabamento no canteiro de obras da futura estação Pinheiros, da Linha 4-Amarela.

Antes, em 16 de março de 2005, três trabalhadores ficaram feridos após explosão no canteiro de obras da estação Butantã, provocada pela detonação de uma espoleta para implosão de rochas. Em 21 de novembro do mesmo ano, um vazamento de gás, causado por uma escavadeira que danificou a tubulação, paralisou as obras da estação Fradique Coutinho.

Em 2 de dezembro de 2005, um acidente semelhante ao ocorrido na última segunda, porém com um final menos triste: um funcionário que trabalhava na estação Vila Sônia foi atingido por uma barra de ferro e caiu em um poço de 27 metros, mas apenas teve a perna quebrada.

Um dia depois, uma casa afundou e a edícula de outra desabou em razão de uma infiltração de água nas escavações do metrô entre as estações Faria Lima e Pinheiros. Outras três residências foram interditadas por medida de segurança. Na mesma semana, a parede de uma loja na avenida Cásper Líbero, no centro, desabou durante a demolição de um prédio que dará lugar a uma estação.

Em janeiro de 2006, 4.000 casas ficaram sem conexão telefônica por três dias após os cabos telefônicos serem atingidos no momento em que técnicos do Metrô faziam a medição do nível de água no subsolo próximo a estação Oscar Freire. Em abril, na mesma estação, uma fissura encontrada na parede de um túnel do Metrô provocou a interdição de oito casas na rua João Elias Saad.

Menos de um mês depois, um carro atingido por uma picape quase caiu em um buraco com 35 metros de profundidade, aberto nas obras da estação Oscar Freire, em um local com sinalização precária. Em 27 de junho, um operário que trabalhava nas obras da estação Fradique Coutinho foi soterrado após um deslizamento de terra. Ele foi encaminhado ao Hospital das Clínicas com ferimentos leves.

Em 3 de outubro de 2006, a primeira morte nas obras da Linha 4: o operário José Alves de Souza morreu soterrado depois de um desmoronamento em um túnel de 25 metros de profundidade na estação Oscar Freire. Outro operário sofreu apenas escoriações.

O operário José Alves de Souza morreu soterrado depois de um desmoronamento em um túnel de 25 metros de profundidade na estação Oscar Freire. Outro operário sofreu escoriações e foi levado ao Hospital das Clínicas. Já em outubro de 2008, um carpinteiro morreu após cair em um buraco de 30 metros, aberto nas obras da estação Paulista.

"Obras em ritmo acelerado"
Na avaliação de Manoel Xavier Lemos Filho, técnico do Metrô em projetos de expansão, uma possível aceleração no ritmo das obras pode ter causado tantos acidentes nos últimos anos, inclusive o ocorrido na última segunda-feira. "As obras estão em um ritmo muito acelerado, principalmente na linha 2", diz.

Para Lemos Filho, considerando o atual estágio das obras, "não há condições de concluir a obra até março", prazo prometido pelo governo do Estado de São Paulo para a conclusão do trecho em que Raimundo trabalhava. Março é ainda o prazo limite para a desincompatibilização do governador José Serra, caso dispute o Planalto pelo PSDB.

"As empreiteiras estão sendo pressionadas pelo governo para que consigam concluir a obra até março, e isso prejudica o trabalho e a segurança dos operários", afirma.

Segundo Lemos Filho, a morte de Raimundo foi causada por falhas na segurança e na execução da obra. "Em algum momento a segurança falou. Enquanto está se transportando uma carga pesada, não pode acontecer de um trabalhador estar embaixo, executando outra atividade", diz.

Ontem (14), em comunicado à imprensa, a Galvão Engenharia, construtora contratada para a obra, informou que está apurando as causas do acidente e disse que o içamento de materiais e equipamentos faz parte da rotina diária dos serviços na obra. A empreiteira disse que prestará toda a assistência à família do operário morto.

A reportagem do UOL Notícias perguntou à empresa se as obras estão ocorrendo em ritmo acelerado, mas até o momento não obteve resposta. A Secretaria do Estado de Transportes disse que só poderá responder sobre o assunto nesta quarta-feira (16).

A Delegacia de Investigações sobre Infração contra a Organização Sindical e Acidentes do Trabalho (Dosat) assumiu as investigações da morte do operário e intimou operários e técnicos que trabalham na obra a prestar esclarecimentos sobre as condições de trabalho no local e as circunstâncias da morte de Raimundo.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Sudeste concentra quase metade de todos os atendimentos do SUS no país

Do UOL Notícias
Em São Paulo

Um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgado nesta terça-feira (15) mostra que a região Sudeste é que a concentra o maior número de atendimentos ambulatoriais realizados pelo do SUS (Sistema Único de Saúde) no país. São 1,3 bilhão de atendimentos na região ou quase a metade dos 2,7 bilhões de procedimentos realizados em todo o Brasil - o que representa 49,14% dos atendimentos do SUS no país.

Atendimento do SUS
Sudeste1.371.337.168
Nordeste690.720.964
Sul372.355.491
Norte185.388.640
Centro-Oeste171.149.442
TOTAL2.790.951.705
A pesquisa "Presença do Estado no Brasil: Federação, Suas Unidades e Municipalidades", que traça um panorama da atuação das três esferas de governo pelo Brasil, revelou ainda que o Estado de São Paulo, sozinho, concentra quase o mesmo número de funcionários do SUS de toda a região Nordeste. O Estado tem cerca de 465 mil funcionários contra pouco mais de 491 mil trabalhadores para os nove Estados do Nordeste.

Somando apenas os médicos, São Paulo tem mais de 54 mil no SUS enquanto todos os Estados nordestinos têm 36.284. O número é quase o mesmo da região Sul: 32.046 médicos. O Centro-Oeste (12.685) e Norte (7.535) são as regiões com menos médicos do SUS no país.

O documento revela, entretanto, que praticamente todos os municípios do país possuem pelo menos uma unidade ambulatorial do Sistema Único de Saúde (SUS). A exceção ficou por conta das localidades de Paraíso (SP) e Mimoso de Goiás (GO), únicas cidades no país onde não há qualquer unidade do SUS para atender a população.

Saiba se você está trabalhando demais e o que fazer para reverter o quadro

Reorganizar a rotina e ter uma conversa com a chefia podem ajudar.Qualidade de vida envolve equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Você costuma ficar horas além da jornada na empresa, fala sobre o seu trabalho o tempo todo, mesmo nos dias de folga e em momentos de lazer, tem sintomas como dor de cabeça, insônia, perda de memória, ansiedade, depressão, irritabilidade e sensação de falta de energia? Esses podem ser indícios de que você está trabalhando demais.

E especialistas alertam: somente se dedicar ao trabalho e não cuidar dos relacionamentos com a família e amigos e com o desenvolvimento pessoal pode levar à baixa produtividade no trabalho, exaustão e ao adoecimento. E a solução, segundo eles, não é necessariamente mudar de emprego, mas reavaliar prioridades e estabelecer metas diárias que possam ser cumpridas dentro do horário de expediente. Além disso, ter uma conversa franca com a chefia também pode ajudar a reverter o quadro.

De acordo com o médico Alberto Ogata, presidente Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV), muitas vezes o funcionário percebe que tem que trabalhar muitas horas, com prazos curtos e tem a percepção de que está sempre com tensão e sob pressão. “Não tem tempo para se encontrar com os amigos, praticar atividade física, ter refeições nos horários corretos ou mesmo ir ao médico para uma avaliação anual”, diz.

O médico diz que os sintomas mais comuns do excesso de trabalho são dores de cabeça, cansaço, dor nas costas e na nuca, insônia, perda de memória, hipertensão, ansiedade, depressão, irritabilidade e sensação de falta de energia.

Para Cleo Wolff, consultora da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), o primeiro sintoma do excesso de trabalho é o cansaço do ponto de vista físico e a desmotivação do ponto de vista psicológico. “O foco que antes tínhamos em relação às nossas metas se torna mais difuso, e as decisões passam a ser mais difíceis”, explica.

Cleo diz que o funcionário deve ter consciência de que não suportar a carga horária não é sinônimo de incompetência profissional. Por isso, não deve pensar que precisa mudar de emprego, e sim refazer seu cronograma de trabalho.

“Naturalmente, há momentos em que se exige maior dedicação, inclusive de tempo, por exemplo, para a conclusão de projetos especiais, mas isso não deve se transformar em uma rotina. Muitas vezes, a solução está no planejamento e organização do trabalho e o estabelecimento de prioridades”, diz Ogata.

O médico, autor do livro “Guia Prático de Qualidade de Vida”, diz que a busca da qualidade de vida envolve o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. “As pessoas devem ter tempo para si mesmas e isso deve ocupar um espaço na agenda e não ser relegado a um horário livre”, afirma.

Se na década de 90 houve um aumento na ocorrência das chamadas lesões por esforços repetitivos, segundo Ogata, o fortalecimento da área de serviços, a disseminação do “teletrabalho” (trabalho à distância) e do horário flexível e o uso intensivo da tecnologia da informação criaram uma nova realidade no mundo do trabalho.

“O excesso de demanda, a falta de autonomia e de controle, as novas exigências e sensação de insegurança no emprego fizeram com que os aspectos emocionais, como estresse, depressão e ansiedade se tornassem os principais fatores relacionados ao adoecimento dos trabalhadores”, diz o médico.

Questionado se o excesso de trabalho pode matar, ele afirma que, a longo prazo, o estresse crônico pode ser um dos fatores que levam a doenças cardiovasculares (infarto e derrame cerebral), diabete, problemas gastrointestinais e alguns tipos de câncer. “Frequentemente, as pessoas com nível elevado de estresse estão mais sujeitas a acidentes, casos de violência, depressão grave, síndrome do pânico e até suicídio”, afirma.

Segundo ele, houve casos de suicídio entre trabalhadores associados ao estresse de produzir mais, com mais qualidade e custos mais baixos.

'Síndrome de Burnout'

Há ainda a chamada “Síndrome de Burnout”, estágio avançado de estresse e estafa por conta do excesso de trabalho. Segundo Ogata, o termo "burnout" pode ser traduzido como "queimar até o fim".

“Trata-se de uma reação prolongada aos fatores de estresse que geram uma sensação muito forte de exaustão, ineficácia e falta de realização que culmina em desligamento do trabalho. A pessoa sente estar além dos limites e sem mais recursos físicos ou emocionais. Geralmente está associado a problemas de relacionamento e conflitos no trabalho e sobrecarga de atividades e exigências”, explica Ogata.

Segundo ele, a solução nesse caso é encarar a questão não como algo individual, mas que envolve busca de mudanças no ambiente, na estrutura e no funcionamento do local de trabalho. “Deve ser uma preocupação dos gestores e administradores, pois muitos estudos demonstraram o forte impacto do estresse e, particularmente, do 'burnout' na produtividade dos trabalhadores, no aumento dos custos de assistência médica e no nível de adoecimento e de acidentes no trabalho”, diz.

Mas, de acordo com Ogata, há empresas que buscam mudanças para valorizar a saúde, a qualidade de vida e a satisfação dos colaboradores, além de melhoria das instalações físicas, sistemas de apoio social e planos de carreira.

Fonte: G1

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Operário morre após ser atingido por trilho de aço de 700 kg em obra do Metrô de SP


Do UOL Notícias

Em São Paulo

Um operário que trabalhava na Linha 2-Verde do Metrô de São Paulo morreu na tarde desta segunda-feira (14), após ser atingido por um trilho de aço de 700 kg que se desprendeu de um guindaste da obra.

Raimundo Maria de Almeida, de 49 anos, morreu instantanemanete, segundo nota da Galvão Engenharia, empresa que realiza as obras e da qual ele era funcionário.

A ocorrência se deu no trecho entre as futuras estações Tamanduateí e Vila Prudente, de acordo com a assessoria de imprensa do Metrô.

Em comunicado a imprensa, a Galvão Engenharia informou que está apurando as prováveis causas do acidente e afirmou que o içamento de materiais e equipamentos faz parte da rotina diária dos serviços na obra.

Em nota, o Metrô de São Paulo lamentou a ocorrência e exigiu as providências da construtora Galvão Engenharia para o atendimento imediato aos familiares da vítima.

Em janeiro de 2007, sete pessoas morreram após o desabamento de um canteiro de obras da futura estação Pinheiros do Metrô, na zona oeste de São Paulo, de responsabilidade do Consórcio Via Amarela.

Educação entra na agenda dos candidatos

Fonte:Gilberto Dimenstein, 52, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz.

A pesquisa CNI/Ibope mostra que a educação entrou no topo da agenda do brasileiro --o que é uma notícia extraordinária sobre a mudança de mentalidade.

De acordo com os entrevistados, a principal preocupação nacional é a segurança. E, em segundo lugar, aparece educação. Até pouco tempo atrás, segundo o Ibope, educação chegava a, no máximo, sétimo lugar.

Isso se deve à percepção popular de que a abertura do mercado de trabalho está condicionada à escolaridade.

A tradução é a seguinte: os candidatos terão de falar mais em como formar as pessoas do que gerar empregos. Até porque, como se sabe, quanto mais e melhor escola, menos violência.

Brasil vai crescer de forma sustentável em 2010, diz Lula

Fonte: da Agência Brasil
da Folha Online

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que em 2010 a economia brasileira vai crescer de forma sustentável. Ele afirmou que setores como agricultura, indústria e comércio terão crescimento devido a facilidades de financiamento e ao aumento do crédito.

"A gente vai continuar crescendo porque o Brasil vai se transformar em uma grande economia", disse o presidente, no programa semanal de rádio "Café com o Presidente" transmitido nesta segunda-feira. "Ao invés de deixar para anunciar em 2010, anunciamos em 2009, aproveitando o final de ano e que as coisas estão bem para mostrar que o Brasil não tem retorno.

Lula lembrou que o governo vai expandir a linha de crédito para máquinas e equipamentos e também para caminhões e ônibus. Outros destaques, segundo ele, são a decisão de destinar R$ 15 bilhões a mais, para financiar a indústria naval, e a desoneração do setor petroquímico para facilitar a construção de refinarias.

Na pesquisa Focus feita na semana passada e divulgada hoje pelo Banco Central, a previsão do mercado para o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro deste ano passou a ser de queda de 0,26% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro neste ano. Na semana anterior, a previsão era de crescimento de 0,21%.

O dado reflete o desempenho da economia brasileira apresentado pelo IBGE na semana passada, que mostrou um crescimento de 1,3% no terceiro trimestre, na comparação com o segundo, e queda de 1,2% em relação ao mesmo período do ano passado. O governo atribuiu o valor abaixo do esperado --o ministro Guido Mantega (Fazenda) projetava crescimento de 2% em relação ao segundo trimestre-- às mudanças metodológicas feitas pelo IBGE.

Já a previsão para o próximo ano subiu levemente, de 5% para 5,3%.

O mercado vinha prevendo PIB negativo durante todo este ano até o início de outubro, quando pela primeira vez projetou crescimento positivo da economia em 2009 --na ocasião, de 0,01%. Os economistas chegaram a prever crescimento de 0,21%, mas voltaram a apostar no encolhimento da economia após os números da semana passada.

Com o resultado, para que o PIB fique estável neste ano o crescimento no quarto trimestre terá que ser de pelo menos 5%.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Morre no Rio o ex-ministro Jamil Haddad

Morre no Rio o ex-ministro Jamil Haddad

Fonte: Do G1, no Rio

Ele era presidente de honra do Partido Socialista Brasileiro (PSB).
Enterro será no final da tarde, no Cemitério São João Batista.

O presidente de honra do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e ex-ministro da Saúde Jamil Haddad morreu na madrugada desta sexta-feira (11), em casa, na Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro. Haddad estava com 83 anos e faleceu de infarto.

O corpo do ex-ministro vai ser velado na capela 2 do Cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul. O enterro está marcado para 17h desta sexta-feira (11).

A assessoria do governo do estado do Rio informou que vai ser decretado luto de três dias.

Haddad nasceu no Rio em 2 de abril de 1926. Ele se formou em ortopedia em 1949, na Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro. Haddad ingressou na política em 1962, quando foi eleito deputado estadual então estado da Guanabara.

Em 1983, foi prefeito do Rio entre março e dezembro. Em 1982, como senador, participou da Assembléia Constituinte. Foi um dos fundadores do Partido Socialista Brasileiro (PSB), em 1988, do qual recebeu o título de presidente de honra.

No governo de Itamar Franco, ele foi nomeado para o Ministério da Saúde, onde permaneceu até 1993. Durante sua passagem pelo governo federal, foi o autor do decreto dos medicamentos genéricos. Em entrevistas, ressaltava que a regulamentação dos genéricos em 1999 foi apenas a consequência da iniciativa tomada seis anos antes.

Em 2003, foi convidado a assumir a direção geral do INCA, cargo que ocupou durante cinco meses.

Em nota, o PSB ressaltou que "Jamil Haddad dedicou toda sua vida pública às lutas democráticas em favor dos trabalhadores, contra a ditadura militar e combatendo as desigualdades sociais. Como militante, trabalhou pela reconstrução e afirmação do socialismo no Brasil".

Consumo das famílias mantém crescimento e tem 24ª alta consecutiva

Fonte:CIRILO JUNIOR
da Folha Online, no Rio

O consumo das famílias segue em crescimento, ainda que em ritmo menor do que o observado no ano passado, antes do agravamento da crise econômica, em meados de setembro. No terceiro trimestre, houve alta de 2% frente aos três meses imediatamente anteriores.

Já em relação ao período de julho a setembro do ano passado, a elevação chegou a 3,9%, o 24º crescimento consecutivo. O consumo das famílias é relevante na composição do PIB pela ótica da demanda.
Neste ano, na comparação com período correspondente em 2008, verificou-se aumento de 1,5% no consumo das famílias no primeiro trimestre, e de 3% no trimestre seguinte. Os dados fazem parte do PIB (Produto Interno Bruto) divulgado nesta quinta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A economia brasileira cresceu novamente no terceiro trimestre deste ano, com alta de 1,3% frente aos três meses imediatamente anteriores. Em relação a igual período em 2008, no entanto, o PIB teve recuo de 1,2%.

No acumulado do ano, o consumo das famílias registra aumento de 2,8% em relação ao período de janeiro a setembro de 2008. No ano passado, esse mesmo dado apontava alta de 8,2%.

A gerente de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, explicou que o aumento da massa salarial e a recuperação do crédito vem mantendo em alta o desempenho do consumo das famílias.

"O consumo das famílias também teve desaceleração após a crise, mas nunca ficou negativo, sendo sustentado pelo aumento da renda, pela nível de emprego e pela recuperação do crédito", afirmou.

Ao mesmo tempo, o consumo da administração pública aumentou em 2008. De janeiro a setembro, acumula alta de 3,3%, na comparação com os nove primeiros meses do ano passado. Já no acumulado de janeiro a setembro de 2008, esse consumo havia crescido 2,1% sobre igual período em 2007.

A economia brasileira cresceu novamente no terceiro trimestre deste ano, com alta de 1,3% frente aos três meses imediatamente anteriores. Em relação a igual período em 2008, no entanto, o PIB teve recuo de 1,2%.
O PIB, que mostra o comportamento de uma economia, é a soma das riquezas produzidas por um país --é formado pela indústria, agropecuária e serviços. O PIB também pode ser analisado a partir do consumo, ou seja, pelo ponto de vista de quem se apropriou do que foi produzido. Neste caso, é dividido pelo consumo das famílias, pelo consumo do governo, pelos investimentos feitos pelo governo e empresas privadas e pelas exportações.

Setores

O investimento, medido pela chamada FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo), subiu 6,5% no terceiro trimestre, se comparado ao segundo trimestre. Em relação ao terceiro trimestre de 2008, houve retração de 12,5%. No acumulado dos nove primeiros meses, a queda foi de 14,2%, e nos últimos 12 meses, a redução chega a 10,2%.

A taxa de investimento no trimestre passado representou 17,7% da formação do PIB. No mesmo período de 2008, a taxa representava 20,1%.

Indústria

O setor industrial teve alta de 2,9% frente ao segundo trimestre. Em relação ao período de julho a setembro do ano passado, a indústria despencou 6,9%. De janeiro a setembro, a queda foi de 8,6%, e no acumulado em 12 meses, houve retrocesso de 7,1%.

Já o setor de serviços registrou incremento de 1,6% na comparação com o segundo trimestre. Em relação ao terceiro trimestre do ano passado, o PIB dos serviços subiu 2,1%, assim como no acumulado de janeiro a setembro, cujo avanço chegou a 1,9%. Nos últimos 12 meses encerrados em setembro, verifica-se também alta de 1,9%.

O setor agropecuário, por sua vez, caiu 2,5% na comparação com o período de abril a junho deste ano. Em relação ao terceiro trimestre de 2008, a agropecuária teve queda de 9%. A retração do setor chegou a 5,3% quando o desempenho de janeiro a setembro é comparado a igual período no ano passado. Nos últimos 12 meses, foi constatado retrocesso de 4%.

Produção da indústria paulista cresce 3,2% em novembro, aponta FGV

Fonte:da Folha Online

A produção da indústria de São Paulo cresceu 3,2% em novembro na comparação com o mês anterior, na análise com ajuste sazonal. Os dados fazem parte do SPI (Sinalizador da Produção Industrial), indicador divulgado nesta sexta-feira pela FGV (Fundação Getulio Vargas) e pela AES Eletropaulo que antecipa as tendências da atividade industrial no Estado.

Com esse resultado, a variação percentual em relação ao mesmo mês do ano anterior passaria de queda de 5,1% em outubro para alta de 4,4% em novembro. Na comparação dos últimos 12 meses com os 12 meses anteriores, a taxa passaria de -11,1%, para -10,6% entre outubro e novembro.

Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados no último dia 4, a produção industrial no Estado de São Paulo cresceu 2,1% em outubro, na comparação com o mês anterior.

O setor industrial no país como um todo teve alta de 2,9% frente ao segundo trimestre, de acordo com o IBGE, em dados divulgados ontem. Em relação ao período de julho a setembro do ano passado, a indústria despencou 6,9%. De janeiro a setembro, a queda foi de 8,6%, e no acumulado em 12 meses, houve retrocesso de 7,1%.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Mudança climática causará até 1 bilhão de migrações, diz relatório

Fonte:LAURA MACINNIS
da Reuters, em Genebra

A mudança climática deve levar até 1 bilhão de pessoas a deixarem suas casas nas próximas quatro décadas, disse um estudo divulgado nesta terça-feira (8) pela Organização Internacional para a Migração (OIM).

O relatório, lançado no segundo dia da conferência climática da ONU em Copenhague, estima que 20 milhões de pessoas já ficaram desabrigadas no ano passado por causa de desastres naturais, que devem se agravar devido à mudança climática.

O texto alerta que poucos "refugiados climáticos" têm condições de deixar seus países para tentar a vida em lugares mais ricos. O que ocorre, na verdade, é que eles se deslocam para cidades já superpopuladas, aumentando a pressão sobre países pobres.

"Além da luta imediata diante do desastre, a migração pode não ser uma opção para os grupos mais pobres e vulneráveis", disse o texto.

Ilhas

"Em geral, os países esperam gerir internamente a migração ambiental, à exceção de pequenos Estados insulares, nos quais em alguns casos [o aquecimento] já levou ao desaparecimento de algumas ilhas sob a água, forçando a migração internacional."

As estimativas sobre a migração decorrente de fenômenos climáticos variam de "25 milhões a 1 bilhão de pessoas [...] nos próximos 40 anos". O texto, no entanto, informa que a cifra mais baixa parece já estar ultrapassada.

O número de desastres naturais mais do que dobrou nos últimos 20 anos, e a OIM disse que a desertificação, a poluição da água e outros problemas tendem a tornar áreas cada vez maiores do planeta inabitáveis conforme o efeito estufa se alastrar.

"Uma maior mudança climática, com temperaturas globais previsivelmente subindo entre 2ºC e 5ºC até o final deste século, pode ter um grande impacto sobre o movimento das pessoas", disse o relatório, patrocinado pela Fundação Rockefeller.

O estudo aponta Afeganistão, Bangladesh, a maior parte da América Central e partes da África Ocidental e do Sudeste Asiático como as áreas mais propensas às grandes migrações por fatores climáticos.

Nesta semana, o alto comissário da ONU para refugiados, Antonio Guterres, alertou que metade dos refugiados do mundo já vive em cidades onde há aumento de tensões xenófobas, como Cabul, Bogotá, Abidjan e Damasco.

Planalto adia Programa Nacional de Direitos Humanos

SÃO PAULO - O Palácio do Planalto adiou para o dia 15 o lançamento da terceira edição do Programa Nacional de Direitos Humanos, que estava agendado para ocorrer hoje - véspera do 61.º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

A alegação oficial para a mudança foi a dificuldade para se coordenar a agenda do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, com a dos 29 ministros que devem participar do evento.

Porém, nos bastidores políticos a razão foi outra: a queda de braço entre os ministros Paulo Vannuchi (Direitos Humanos) e Nelson Jobim (Defesa) em torno de alguns pontos do programa. Dias atrás circulou a informação de que, em decorrência das divergências, Jobim não participaria da cerimônia de lançamento.

O ponto principal da discórdia é o capítulo denominado Direito à Memória e à Verdade. Trata da recuperação dos arquivos dos tempos da ditadura - especialmente aqueles que, segundo Vannuchi, ainda estão em poder dos militares - e da responsabilização criminal de agentes do Estado que se envolveram com torturas e mortes de opositores do regime.

Fonte: Estadão

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Missão oficial à China rende primeiro acordo de transferência tecnológica na Saúde

Fonte: Portal da Saúde - 09/12/2009 , às 16h39

Missão oficial à China rende primeiro acordo de transferência tecnológica na Saúde


Acordo entre a brasileira EMS e a chinesa Shanghai Biomabs permitirá a produção no Brasil de biofármacos de última geração

A missão brasileira liderada pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que está na China desde o início da semana com objetivo de estreitar as relações comerciais no setor produtivo da Saúde entre os dois países, já apresenta os primeiros resultados. Nesta quarta-feira (9), a EMS, maior farmacêutica brasileira, assinou um acordo de transferência de tecnologia com o laboratório chinês Shanghai Biomabs para a fabricação no Brasil de seis produtos biotecnológicos de última geração. Dentre esses produtos estão os chamados anticorpos monoclonais, medicamentos biológicos com indicação para tratamento de doenças graves e de alto custo em seus tratamentos, especialmente cânceres diversos, artrite reumatoide e osteoporose, entre outras.

O primeiro produto alvo dessa parceria será o Etanercepte, cuja indicação principal é a artrite reumatóide, e que hoje gera gastos anuais da ordem de R$ 80 milhões ao Ministério da Saúde, principal comprador do medicamento.

“A entrada de uma empresa brasileira neste mercado ampliará a concorrência, o que deverá levar à redução do preço do medicamento, uma vez que hoje ele é fornecido ao Brasil por apenas uma fabricante multinacional. Além disso, a transferência de tecnologia fortalece o complexo industrial brasileiro e contribui para a redução da nossa dependência externa em relação à tecnologia de ponta em saúde”, afirma o ministro Temporão.

Estima-se que 850 mil pessoas sofram de artrite reumatóide no país. Cada ampola de 50 mg do medicamento custa hoje ao ministério R$ 708,00. Levando-se em conta que o tratamento mensal é composto por quatro ampolas, o custo do tratamento por cada paciente chega a custar à pasta, mensalmente, R$ 2.832,00.

Até o mês passado, o ministério financiava 90% do valor do remédio por meio de transferência de recursos aos estados, aos quais cabia sua aquisição. Portaria recém-publicada pelo Ministério da Saúde transfere para a pasta a responsabilidade pela compra centralizada deste medicamento, o que deverá trazer uma economia de R$ 29 milhões ao ano para os cofres públicos.

Segundo a diretora de Relações Externas da EMS, Telma Salles, a expectativa é iniciar a produção do Etanercepte em território nacional em até cinco anos.

A cerimônia de assinatura do acordo entre as duas empresas, a ser realizada na tarde desta quarta-feira, em Pequim, contará com a presença do ministro e de sua delegação, a qual integram ainda representantes da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e representantes de indústrias farmacêuticas brasileiras.

OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS – Além dos representantes do governo, participam da comitiva liderada pelo ministro Temporão à China entidades ligadas à indústria farmacêutica que representam mais de 300 empresas nacionais. Nesta quarta-feira, a a delegação brasileira promoveu um workshop sobre oportunidades de negócios no setor de saúde do Brasil, que contou com a participação de mais de 120 empresários chineses em busca de conhecimento sobre o segmento no país. Além disso, os representantes dos dois países participaram de uma rodada de encontros de negócios.

“Não viemos aqui para simplesmente discutir ampliação do comércio bilateral da indústria entre Brasil e China. Queremos construir um caminho de parcerias para desenvolver e produzir tecnologias de interesse da saúde pública brasileira”, afirmou Temporão. Ele lembrou que, recentemente, um acordo de transferência de tecnologia entre a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e um laboratório da Ucrânia para a produção nacional de insulina gerou redução de 70% no preço do produto adquirido por pregão.

Atualmente, o mercado farmacêutico movimenta R$ 28 bilhões por ano, apresentando altas taxas de crescimento anual e situando-se entre os 10 maiores do mundo. Para o setor de produtos médicos no Brasil, o faturamento é de cerca de R$ 8 bilhões por ano.

Esta é a terceira missão internacional do ministro da Saúde com o intuito de fortalecer os negócios no segmento. Em julho de 2008, Temporão levou empresários do setor à Índia; e, em setembro deste ano, liderou missão à Inglaterra, onde o governo brasileiro assinou acordo com a multinacional GlaxoSmithKline para investimentos de R$ 183,7 milhões no desenvolvimento de novas vacinas.

“A idéia é atrair empresas ao Brasil, ampliar nossos processos de transferência de tecnologia, usando o nosso mercado, que é cada vez maior; o poder de compra do estado; e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) como grande financiador, para que possamos ampliar a produção no Brasil”, afirma o ministro.

A balança comercial do setor de saúde no Brasil deve fechar este ano com um déficit de US$ 8 bilhões. Mas, conforme ressaltou o ministro, a preocupação é principalmente com o déficit de conhecimento. “Nossa prioridade é reduzir a defasagem de conhecimento e desenvolver tecnologia no Brasil.”

De acordo com ele, o mercado brasileiro está pronto para atrair novos investimentos por uma série de fatores, entre eles: sua capacidade reguladora, gerenciada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária); potencial do setor, que movimenta 8% do PIB (R$ 160 bilhões) e emprega 9 milhões de pessoas; capacidade de financiamento, por meio do BNDES que tem uma carteira de R$ 3 bilhões disponíveis para a indústria farmacêutica; e políticas lançadas entre 2007 e o início deste ano, que tratam da Inovação e Pesquisa, da Política Industrial e da Saúde, esta última lançada pelo ministério, que possui um capítulo especial para o complexo produtivo.

DE OLHO NO SUS – Em encontro com a delegação brasileira, nesta terça-feira (8), o ministro da saúde chinês, Chen Zhu, manifestou interesse em visitar o Brasil no próximo ano para conhecer pessoalmente o funcionamento do SUS (Sistema Único de Saúde). A China iniciou, em abril passado, um plano de reforma de seu sistema de saúde, que tem como principal objetivo ampliar a cobertura da atenção básica, especialmente para a população rural – que representa mais da metade de sua população e que tem acesso precário aos serviços de saúde - e caminhar para o acesso universal, a exemplo do SUS, que, em 20 anos de existência, incluiu mais de 140 milhões de pessoas que não tinham qualquer acesso à saúde no Brasil.

Chen Zhu também sugeriu que os dois países impulsionem o intercâmbio entre seus institutos médicos e universidades para fortalecer a pesquisa científica e sugeriu iniciar discussões para a criação de um instituto de pesquisa comum, por meio da Fiocruz. Para Temporão, a área de princípios ativos encontrados em plantas – fitofármacos – tem grande potencial de cooperação bilateral, e deverá constar na agenda da Fiocruz em parceria com institutos de pesquisa e produção chineses.

Nesta quinta-feira, a delegação brasileira visitará a sede administrativa da Medicina Tradicional Chinesa. Parte da delegação brasileira terá ainda uma agenda de visita à agência reguladora chinesa de alimentos e medicamentos, a State Food and Drug Administration (SFDA), para troca de conhecimentos na área de regulação sanitária.

Assessora em viagem – Priscila Lambert (61) 9144-3654.

MANIFESTO pelo fim da publicidade e da comunicação mercadológica dirigida ao público infantil

MANIFESTO
pelo fim da publicidade e da comunicação mercadológica
dirigida ao público infantil

Em defesa dos diretos da infância, da Justiça e da construção de um futuro mais solidário e sustentável para a sociedade brasileira, pessoas, organizações e entidades abaixo assinadas reafirmam a importância da proteção da criança frente aos apelos mercadológicos e pedem o fim das mensagens publicitárias dirigidas ao público infantil.

A criança é hipervulnerável. Ainda está em processo de desenvolvimento bio-físico e psíquico. Por isso, não possui a totalidade das habilidades necessárias para o desempenho de uma adequada interpretação crítica dos inúmeros apelos mercadológicos que lhe são especialmente dirigidos.

Consideramos que a publicidade de produtos e serviços dirigidos à criança deveria ser voltada aos seus pais ou responsáveis, estes sim, com condições muito mais favoráveis de análise e discernimento. Acreditamos que a utilização da criança como meio para a venda de qualquer produto ou serviço constitui prática antiética e abusiva, principalmente quando se sabe que 27 milhões de crianças brasileiras vivem em condição de miséria e dificilmente têm atendidos os desejos despertados pelo marketing.

A publicidade voltada à criança contribui para a disseminação de valores materialistas e para o aumento de problemas sociais como a obesidade infantil, erotização precoce, estresse familiar, violência pela apropriação indevida de produtos caros e alcoolismo precoce.

Acreditamos que o fim da publicidade dirigida ao público infantil será um marco importante na história de um país que quer honrar suas crianças.

Por tudo isso, pedimos, respeitosamente, àqueles que representam os Poderes da Nação que se comprometam com a infância brasileira e efetivamente promovam o fim da publicidade e da comunicação mercadológica voltada ao público menor de 12 anos de idade.

http://publicidadeinfantilnao.org.br/



Sociedade se mobiliza pelo fim da publicidade infantil


http://publicidadeinfantilnao.org.br/


Sociedade se mobiliza pelo fim da publicidade infantil

Entidades civis e Organizações Não Governamentais de diferentes ramos de atuação estão fazendo uma campanha nacional de mobilização pelo fim da propaganda dirigida a crianças de até 12 anos de idade. Trata-se do Manifesto "Publicidade Infantil NÃO - pelo fim da publicidade e da comunicação mercadológica dirigida ao público infantil".

Segundo os manifestantes, a criança é hipervulnerável por ainda estar em processo de desenvolvimento bio-físico e psíquico.

Entre apoiadores e organizadores, a campanha tem a participação da Agência Nacional do Direitos da Infância (Andi), da Central Única dos Trabalhadores (CUT), do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, União Nacional dos Estudantes (UNE) e outros.

"Em defesa dos diretos da infância e para a construção de um futuro mais solidário e sustentável para a sociedade brasileira, pessoas, organizações e entidades afirmam a importância da proteção da criança frente aos apelos mercadológicos", afirma o manifesto.

O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) apóia a proposta e pede a todos os conselhos estaduais, conselheiros e observadores que assinem o manifesto. O pedido é extensivo a todos os militantes da segurança alimentar e nutricional.

Apóie, assine, divulgue.

O manifesto pode receber a adesão de qualquer pessoa, física ou jurídica. Basta acessar a página da campanha na Internet:
http://publicidadeinfantilnao.org.br/.

Fonte: Assessoria de Comunicação da Presidência da República


OIT - técnico elogia Brasil

O crescimento econômico não tem sentido se não permite diminuir a pobreza, essa a conclusão a que chegaram os técnicos da Organização Internacional do Trabalho, no relatório deste ano do Mundo do Trabalho, que analisa as consequências da crise e de como dela se deve sair do ponto de vista das relações com o mundo do trabalho.

Nesse sentido, foi elogiado, na apresentação do relatório, o modelo econômico brasileiro que procurou melhorar os laços entre o crescimento, o desenvolvimento e a diminuição da pobreza, disso resultando uma baixa do desemprego, diminuição da informalidade laboral e retomada do crescimento, consequências da campanha pelo trabalho decente e no reforço da proteção social.

O relatório foi divulgado no Palácio das Nações, em Genebra, pelo diretor de estudos sociais da OIT, Raymond Torres e suas conclusões vão no sentido de uma rejeição do modelo de desenvolvimento, adotado nos últimos anos e que desprezava a participação do Estado.

Pensava-se a que a proteção social era uma obstáculo ao crescimento economico, disse Raymond Torres, que a regulamentação laboral se fazia em detrimento do mercado do trabalho e que o salário mínimo era inimigo do emprego, ora aprendemos com as recentes experiências de reforma que podemos muito bom combinar uma proteção social inteligente, regulamentação do trabalho bem feita e um salário mínimo num nível aceitável com um desenvolvimento do emprego.

"Temos de aproveitar a crise para solucionar alguns problemas já antes existentes como a questão do emprego informal", diz Raymond Torres, mesmo porque na atual situação a tendência é de se perpetuar a situação dos desempregados e a informalidade no mundo do trabalho.

Fonte: Correio do Brasil

Famílias gastam 10 vezes mais com remédios do que o governo no Brasil

Fonte: Folha Online - 09/12/2009 - 10h06

Famílias gastam 10 vezes mais com remédios do que o governo no Brasil

DIANA BRITO
colaboração para a Folha Online, no Rio

Uma pesquisa divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira revela que as famílias gastam 10 vezes mais com medicamentos do que o governo no país. Segundo o estudo, enquanto as famílias tiveram gastos de R$ 44,7 bilhões em 2007, o governo consumiu R$ 4,7 bilhões, no mesmo período, com remédios de uso humano.

De acordo com pesquisadores do instituto, os dados do levantamento não contabilizam os gastos da rede hospitalar com prestação de serviço.

A pesquisa "Conta Satélite de Saúde Brasil 2005-2007" ainda mostrou que os gastos das famílias com remédios (R$ 44,7 bilhões) é quase igual aos gastos com consultas, laboratórios e outros serviços não hospitalares (R$ 46,1 bilhões). Já a administração gasta apenas R$ 1,3 bilhão com com consultas e laboratórios.

Dados do estudo ainda apontam que as famílias gastam R$ 11,6 bilhões com planos de saúde, inclusive seguro saúde, e R$ 22,3 bilhões com serviços de atendimento hospitalar.

O estudo aponta também que, no mesmo período, a proporção dos gastos das famílias com a área de saúde caiu de 58,84% para 57,4%, enquanto os gastos do governo com o setor teve um leve aumento: passou de 40,1% para 41,6%.

De acordo com pesquisadores do IBGE, apesar do avanço do governo com relação ao aumento dos gastos, a participação pública no país ainda é pequena quando comparada com outros países, que possuem em média 70% dos gastos cobertos pelo governo e 30% pelas famílias.

"O Brasil tem um padrão que tem o México e outros países com o mesmo tipo de perfil, um gasto proporcionalmente maior das famílias do que o gasto do próprio governo", destacou a pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública, Maria Angélica Borges dos Santos.

Por medida provisória, Lula dá ganho real a aposentado

Por: Folha Online
O presidente Lula deve editar na próxima semana uma MP (medida provisória) concedendo reajuste nominal de 8,7% (5,1% acima da inflação) a partir de janeiro para o salário mínimo, elevando o valor de R$ 465 para pelo menos R$ 505, informa reportagem de Valdo Cruz e Gustavo Patu para a Folha (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal). A MP também dará metade desse ganho real aos benefícios da Previdência Social superiores ao mínimo.

Com anúncio do reajuste, que passa a valer a partir de 1º de janeiro do ano que vem, Lula barra a votação do projeto na Câmara Federal que prevê um valor maior ao mínimo em 2010. O objetivo é oferecer um reajuste menor sem o desgaste de vetar o aumento previsto pelo Congresso Nacional.

A equipe do governo ainda não decidiu, porém, se será editada só uma MP, com o reajuste do mínimo e das aposentadorias, ou duas. Foi decidido que a MP do mínimo incluirá uma política de reajuste do salário mínimo válida até 2023, com revisões periódicas.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Acesse o vídeo sobre o Mutirão pela Inclusão

Fonte:Cristiane Alves (Sindicato dos Metalurgicos de Osasco)
Qui, 03 de Dezembro de 2009 10:32
No Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, 3 de dezembro, o Espaço da Cidadania e seus parceiros lançaram o vídeo "2º Mutirão pela Inclusão", que traz um panorama sobre o que foi o evento que reuniu 44 entidades, empresas, órgãos públicos, escolas e sindicatos no Osasco Plaza Shopping para se informar sobre inclusão de pessoas com deficiência na sociedade e, especificamente, no mercado de trabalho. O lançamento do vídeo aconteceu na OAB-Osasco, num encontro com a presença de cerca de cem pessoas.

Em sete horas de Mutirão, realizado em 21 de setembro, cerca de 2 mil pessoas conheceram as iniciativas voltadas para a inclusão realizadas em São Paulo e na região de Osasco. Teatro, exposição fotógrafica, audiodescrição, apresentações musicais e até um cavalo utilizado na equoterapia chamaram a atenção do público para as possibilidades e a necessidade da inclusão.

A edição e produção do vídeo é do empreendimento solidário Novo Parafuso, uma cooperativa composta por jovens formados pela Associação Eremim (apoiada pelo Sindicato).

Para mais informações, entre em contato com o Espaço da Cidadania pelo tel. (11) 3685-0915 ou pelo e-mail ecidadania@ecidadania.org.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. . Acesse o vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=-4HV_GnGHpc

O Brasil dos políticos

Fonte:LISBOA - O colunista Charles Krauthammer, provavelmente o melhor analista da política americana em atividade, concedeu entrevista à revista alemã "Der Spiegel" onde faz piada com o Brasil. Diz ele que, no coração sentimental do mundo, o Brasil é "o país do futuro". O mesmo acontece em relação a Obama. O presidente americano é uma espécie de "Brasil dos políticos": uma promessa nunca cumprida e eternamente adiada.

A metáfora é boa. Mas, primeiro, sejamos sentimentais: eu apreciei a eleição de Obama. Apesar das minhas simpatias por John McCain. Um país indelevelmente marcado pela escravatura e que manteve a segregação racial pelo século 20 adentro teria na eleição de Obama um dos seus momentos mais gloriosos. Antes de ser anti-Obama, eu sou um vergonhoso pró-americano ("sorry", selvagens). E nenhum outro país do mundo, sem uma maioria demográfica negra, seria capaz de eleger um negro para a chefia do Estado. Exato: nem o Brasil.

Acontece que Obama não foi apenas eleito. Na sua cabeça mitómana, ele acreditou que tinha um mandado dos céus para mudar a América e o mundo a golpes de retórica e boa-vontade.

Como afirma Krauthammer na entrevista, Obama foi eleito em circunstâncias excepcionais: seis semanas depois do colapso financeiro; e, claro, oito anos depois dos consulados Bush e das guerras no Afeganistão e no Iraque, que dividiram a América. Mas isso não impediu Obama de acreditar na sua própria natureza messiânica.

Doze meses depois, o que dizer da obra do messias? Pouca coisa.

Internamente, e apesar de contar ainda com a aprovação de metade dos americanos, a governação Obama limitou-se a importar os piores clichés do credo social-democrata que, obviamente, não se ajustam à tradição "liberal" da América. Taxar ainda mais os ricos e esticar o braço (e a despesa) do governo central pode fazer as delícias do europeu estatista. Não faz as delícias de um país que, mesmo nos seus momentos progressistas mais extremos (com Woodrow Wilson ou Franklin Roosevelt), nunca ultrapassou certos limites. A reforma da saúde proposta por Obama (preço: 1 trilhão de dólares na próxima década) é apenas um exemplo, e o melhor exemplo, de uma medida socialista que o Congresso não poderia engolir. Como, visivelmente, não engoliu.

E na política externa? Verdade que Obama venceu o Nobel, uma excentricidade de cinco noruegueses que ainda vivem traumatizados pelo fantasma do presidente Bush. Mas, tirando esses cinco idiotas, até Obama ficou embaraçado com o prémio. Não custa perceber por que.

Nas guerras herdadas, o cenário é bisonho: se esquecermos o Iraque, onde a presença americana se prolongará até 2012 (no mínimo), Obama não sabe o que fazer ao Afeganistão e agoniza diariamente com os pedidos dos seus generais para aumentar o número de homens no terreno. As indecisões de Obama servem apenas para animar as milícias talibãs e afugentar os aliados, com a Grã-Bretanha à cabeça.

O resto afina pela mesma pauta: não há acordo, ou possibilidade de acordo, entre Israel e as autoridades palestinas; o Paquistão, uma potência nuclear, está hoje mais perto de cair em mãos terroristas; a Coreia do Norte continua a testar os seus mísseis e, direta ou indiretamente, a ameaçar os seus vizinhos; e a telenovela nuclear iraniana está próxima de um desfecho triunfal que lançará o Oriente Médio na corrida às armas e, com o provável ataque de Israel, em nova guerra regional.

No cimo do bolo, escusado será dizer que Guantánamo não fechou as portas e que os suspeitos de terrorismo continuam a ser presos nos quatro cantos do mundo, sem a protecção da lei e dos tribunais.

Barack Obama é "o Brasil dos políticos"? A metáfora é boa, disse. Agora acrescento: a metáfora é injusta para o Brasil. Olhando para o último ano, qualquer pessoa racional conclui que o Brasil tem mais futuro do que a presidência do evangelista Obama.

São Paulo deve ter o maior volume de chuva do ano nesta terça

Fonte:colaboração para a Folha Online

O tempo fica nublado e com chuva intensa no decorrer do dia na cidade de São Paulo nesta terça-feira, de acordo com o CGE (centro de Gerenciamento de Emergências), da prefeitura. O volume de água deve ser um dos maiores do ano.

Segundo o órgão, o volume de chuva esperado para todo mês é de 200 milímetros (cada milímetro equivale a um litro de água por metro quadrado), no entanto, apenas hoje já choveu 98 milímetros em um dos pontos de medição, localizado na ponte do Piqueri, na marginal Tietê. A temperatura mínima foi de 18º C e a máxima será de 23ºC.

Uma zona de convergência de umidade manterá a grande quantidade de nuvens e a condição para chuva entre os estados do Norte e Centro-Oeste do país, além de São Paulo, parte de Minas Gerais e do Rio de Janeiro. Pode chover forte em algumas regiões e haverá acumulado significativo de chuva em algumas cidades.

Áreas de instabilidade causam pancadas de chuva no noroeste do Rio Grande do Sul, oeste de Santa Catarina e sudoeste do Paraná.

Pancadas de chuva também atingem o Maranhão, sul do Piauí e oeste da Bahia. Nas demais áreas do país, o dia terá sol e variação de nuvens.

Retirada de incentivos pode gerar demissões no País, alerta OIT

GENEBRA - A Organização Internacional do Trabalho (OIT) alerta para o risco de que uma retirada prematura dos incentivos fiscais - como a isenção de IPI - no Brasil acabe gerando uma nova onda de demissões no setor industrial, como ocorreu no início de 2009. Outro sério problema para a recuperação é a persistência da falta de qualificação dos trabalhadores brasileiros diante da baixa escolaridade média. Até junho, a entidade estima que crise econômica mundial já fez com que 20 milhões de pessoas fossem demitidas de seus trabalhos no mundo. Nos países emergentes, a volta aos níveis de emprego anteriores ao da crise ocorreria em 2011. Os países ricos teriam de esperar até 2013 ou 2014.

A OIT, diante de uma recuperação que ainda considera como fráfil, apelou na segunda-feira para que os pacotes de estímulo em todo o mundo não seja retirados. Se isso ocorrer, outras 43 milhões de pessoas serão expulsas do mercado de trabalho. 5 milhões de trabalhadores perderão seus empregos quase que imediatamente.

Por enquanto, a retomada no Brasil está sendo alimentada pelos incentivos ao consumo no mercado doméstico e um pacote de estímulo equivalente a 1,5% do PIB. O aumento de 6% no salário minimo também beneficiou 40% dos trabalhadores. Para a OIT, o Brasil está demonstrando que a elevação do salário não está gerando uma maior informalidade, já que essa taxa também vem caindo.

Mas os desafios no País são importantes. O primeiro deles está relacionado com a manutenção de incentivos, como a isenção de IPI na compra de carros e eletrodomésticos. A medida garantiu vendas e, portanto, preservou postos de trabalho.

Para a OIT, o principal desafio do governo a partir de agora será de como irá retirar o incentivo sem gerar uma queda brusca de novo no mercado de trabalho. "O desafo para o governo continua sendo o de retirar o estímulo sem reduzir o crescimento e geração de empregos"", afirmou a OIT.

Outro desafio que o Brasil enfrenta é a falta de trabalhadores qualificados. A OIT estima que a baixa escolaridade é um obstáculo para maior produtividade do trabalhador brasileiro. Em média uma pessoa no Brasil frequenta por 7,3 anos a escola. Nos países ricos, a taxa chega a 12 anos.

O resultado é a persistência da falta de mão de obra qualificada no País, ainda que o desemprego caia. Outro alerta da OIT está relacionado com o número de pessoas recebendo seguro desemprego. No Brasil, 93% dos desempregados não conta com qualquer tipo de ajuda. Nos países ricos, a taxa é de 55%. No Chile, Uruguai e Costa Rica, a taxa é de 80%.

No início da crise, a OIT havia estimado que até 59 milhões de pessoas perderiam seus trabalhos entre 2008 e 2009. No total, um recorde de 239 milhões de pessoas não teriam trabalho até o final do ano. Isso significaria uma taxa média de desemprego no mundo de 7,4%. O recorde anterior foi de 2003, com 6,5%.

Diante dos pacotes de incentivos, a entidade admite que muitos empregos foram salvos. Na Alemanha, por exemplo, empresas receberam verbas públicas para manter os trabalhadores nas fábricas. Mesmo assim, em dois anos, a ampliação de desempregados será de quase 40 milhões de pessoas. O estrago só será arrumado no início de 2014 nos países ricos.

Regiões

Na Europa, 6,1 milhões de empregos foram perdidos desde março de 2008. Nos Estados Unidos, 8,1 milhões de pessoas foram demitidas desde dezembro de 2007 e a taxa de desemprego passou de 5,3% para 10,2%.

O apelo pela manutenção dos pacotes também é direcionada ao Brasil, China e Índia. Juntos, essas economias foram responsáveis pela metade dos novos desempregados no primeiro trimestre do ano. A projeção é de que, nos países emergentes, os níveis de emprego voltarão ao período pré-crise apenas no início de 2011. O cenário é mais favorável que o dos países ricos. "Mas há o risco de uma retirada prematura dos pacotes prolongue a crise no setor de empregos", disse a OIT, em um documento publicado na segunda-feira.

"É bom que haja um crescimento de novo na economia mundial. Mas a crise de empregos não acabou", alertou Raymond Torres, diretor da OIT para políticas de emprego. "Em muitas empresas, os empregos apenas foram mantidos graças aos incentivos dados por governos", disse. "Se essas medidas forem agora retiradas, sem um crescimento sustentável, milhões perderão seus trabalhos", afirmou.

Apenas nos três primeiros meses de 2009, 1 milhão de empregos foram perdidos na América Latina. No Brasil, 490 mil trabalhadores foram demitidos entre janeiro e junho, uma das quedas mais pronunciadas. Mas a OIT admite que a crise do desemprego no Brasil foi de curta duração. No terceiro trimestre, 417 mil empregos foram gerados.

A OIT elogiou o fato de que o País está superando a queda nos postos de trabalho e que está superando os problemas de forma ainda mais rápida que outros mercados emergentes. Entre março e setembro, a taxa de desemprego caiu de 9% para 7,7%.

Fonte: Estadão

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Hypermarcas paga R$ 1,3 bilhão e leva a Neo Química

Hypermarcas paga R$ 1,3 bilhão e leva a Neo Química
SÃO PAULO - Desbancando a Pfizer e outros concorrentes, a Hypermarcas fechou a compra da Neo Química e, com isso, cresce no segmento de medicamentos similares e genéricos.

O valor do negócio passa de R$ 1,3 bilhão e envolve o pagamento de R$ 686 milhões em dinheiro, mais 7,3% do capital da Hypermarcas em ações, o que equivale a outros R$ 681 milhões, considerando o preço atual do papel de R$ 38,95.

A transação cria o terceiro maior laboratório de capital brasileiro e o quarto maior em operação no país. "Essa aquisição permite que a unidade de negócios Farma da Hypermarcas tenha o mais completo portfólio do mercado", disse o presidente-executivo da Hypermarcas, Claudio Bergamo, por meio de comunicado.


De acordo com Fato Relevante divulgado pela companhia, o negócio se dará pela incorporação das ações da Neo Química pela Hypernova Medicamentos Participações, uma subsidiária integral da Hypermarcas.

Cumprida essa etapa, a Hypermarcas desembolsa os R$ 686 milhões em três parcelas, sendo a primeira parte na data de implementação da operação e as demais no primeiro e segundo aniversários corrigidas pelo CDI. A companhia ainda fará um aumento de capital, para emitir as 17,5 milhões de ações, ou 7,3% do capital, que fazem parte do acordo.

As empresas também celebraram um acordo que coloca os atuais acionistas do Laboratório Neo Química no bloco de controle da Hypermarcas.

Fundado em 1959, o Neo Química foi um dos primeiros laboratórios a obter registro para produzir e comercializar medicamentos genéricos no Brasil. O faturamento bruto anualizado da empresa para 2009 totaliza R$ 380 milhões, com lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) de cerca de R$ 95 milhões.

Após a aquisição, o setor de medicamentos deve representar 40% do faturamento total da Hypermarcas. O setor de beleza e higiene pessoal deve responder por outros 40%. Alimentos e higiene e limpeza, combinados, devem contribuir com os 20% restantes.

(Eduardo Campos | Valor)

Começa cúpula sobre clima para definir novas metas contra mudança climática

Fonte: da Folha Online

A cúpula da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre mudança climática, destinada a discutir metas para reduzir as emissões de gases do efeito estufa, foi iniciada nesta segunda-feira, em Copenhague, na Dinamarca.

A maior reunião já realizada sobre o aquecimento global, que reúne 15 mil pessoas, delegados de 192 países, ambientalistas e ONGs, se propõe a superar a grande brecha entre países ricos e pobres para combater os efeitos das emissões de CO2 nas próximas décadas.

O encontro, que contará com a presença do presidente americano, Barack Obama, e da China, Hu Jintao, será liderada pelo primeiro-ministro dinamarquês, Lars Lokke Rasmussen e deve ainda definir a resposta mundial ao aquecimento global que ameaça o planeta.

O debate, contudo, não será fácil. Serão duas semanas de negociações, que chegarão ao fim em 18 de dezembro na presença de mais de cem chefes de Estado e de Governo.

A conferência começou, após 45 minutos de atraso, com a exibição de um filme sobre os povos do mundo que enfrentam as consequências do aquecimento global.

A missão da conferência, histórica por seu tamanho, é limitar a dois graus centígrados o aumento da temperatura média da superfície da Terra, o que faz necessária uma drástica redução das emissões de gases do efeito estufa.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

MPF denuncia bolivianos acusados de explorar trabalho escravo em SP

O Ministério Público Federal em São Paulo denunciou na última segunda-feira (30/11) três bolivianos residentes em São Paulo que exploravam compatriotas em condições análogas às de escravo em três oficinas de costura localizadas no bairro da Casa Verde, na zona norte de São Paulo.

Segundo informações da procuradoria, os bolivianos, que foram presos em flagrante em uma operação da Polícia Civil numa ação ocorrida em 4 de novembro, foram soltos dias depois por decisão da Justiça Federal e são acusados também pelos crimes de formação de quadrilha, ocultação de estrangeiro irregular e frustração de direitos trabalhistas.

Um dos denunciados, Marmeto Maximo Quispe Quispe, também é acusado pelo crime de introdução clandestina de estrangeiro. O MPF colheu depoimentos e provas materiais indicando que Maximo, como é conhecido o dono de umas oficinas, pagou R$ 4.800 por pessoa para que quatro bolivianos entrassem no país, em rota comercial de ônibus, por meio da fronteira seca com o Paraguai.

Os outros dois acusados são Cristobal Alanoca Mamani e Luis Apaza Mamani. Segundo a denúncia, Maximo, Cristobal e Luis seriam os donos das oficinas. Nelas trabalhavam dezenas de bolivianos, sendo que um grupo fugiu do local em outubro e revelou o drama à várias autoridades, entre elas a Polícia Civil e o Ministério Público Federal em São Paulo.

Ouvidos em depoimento no MPF, bolivianos que fugiram da oficina na zona norte contaram que foram arregimentados em La Paz por um brasileiro que vive na Bolívia para trabalhar como costureiros em São Paulo, mediante salário de US$ 250 mensais.

Ao chegar aqui, os trabalhadores foram informados que ganhariam por peça costurada e que, do salário, seriam descontados os custos com a passagem, pois a viagem de cada um deles teria custado R$ 4.800 aos donos das oficinas, além da alimentação e a hospedagem. Ou seja, trabalhavam “sem descanso, como se máquinas fossem, em ambiente insalubre”, como assinala a procuradora da República Cristiane Bacha Canzian Casagrande, responsável pelo caso.

Os trabalhadores relatavam que a jornada era superior à 12h diárias, com pausa apenas para refeição, sendo o almoço geralmente composto de lingüiça e arroz, às vezes estragados. O alojamento era um quarto coletivo, anexo à oficina, em que os bolivianos dormiam em colchões no chão. Caso não trabalhassem aos finais de semana, relatam os trabalhadores, não era servido o almoço. Segundo depoimentos, pelo menos três adolescentes trabalhavam nas oficinas.

Para dificultarem a descoberta das oficinas pelas autoridades, Maximo, Luis e Cristobal cobriam as janelas e mantinham o local fechado a chave. Após a primeira fuga de bolivianos, colocaram dois grandes rottweillers entre a porta da oficina e a saída para a rua.

Como as testemunhas são bolivianas em situação irregular e podem ser extraditadas ou deixar o país a qualquer momento e dizem ter sido ameaçadas pelos acusados, ora soltos, o Ministério Público Federal pediu, no último dia 18 de novembro, a antecipação dos depoimentos em juízo de treze vítimas de trabalho escravo, mas o juiz Ali Mazloum, da 7ª Vara Criminal Federal, responsável pelo caso, negou a produção antecipada de provas. O MPF reiterou o pedido ao oferecer a denúncia.

Fonte: UOL

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Índia se dispõe a "objetivo ambicioso" para redução de emissões

Por:da Efe, em Nova Déli

O governo indiano se declarou disposto a assinar um "objetivo global ambicioso" para a redução de emissões de gases do efeito estufa neste sábado (28). Entretanto, o país condicionou esse passo a um "paradigma que divida a carga" entre os diferentes países.

O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, em discurso pronunciado durante uma reunião de chefes de governo da Comunidade Britânica (Commonwealth) em Trinidad e Tobago, e divulgado na Índia pelo escritório do líder.

A apenas dez dias para o começo da cúpula da ONU sobre o clima na cidade dinamarquesa de Copenhague, a Índia não anunciou nenhum corte preciso de suas emissões, ao contrário dos Estados Unidos, União Europeia, China e Rússia.

No entanto, Singh pediu durante seu discurso uma resposta "global e de colaboração" para conseguir dessa próxima cúpula um resultado "integral, ponderado e equitativo".

"O mais importante desde nossa perspectiva é a necessidade de garantir um resultado equitativo que corresponda ao princípio de responsabilidades e capacidades comuns, mas diferentes".

Até agora, a Índia se negou a aceitar cortes em suas emissões, alegando a necessidade de sair da pobreza e que os maiores responsáveis pelo aquecimento global foram os países ricos, aos quais pede transferências tecnológicas.

"A mudança climática está se transformando no pretexto para seguir políticas protecionistas com um rótulo verde. A Índia e outros países em desenvolvimento se oporão a isso com firmeza", criticou o primeiro-ministro da Índia.

O país aprovou um plano de ação nacional sobre mudança climática que insiste em medidas de mitigação de emissões, mas Singh afirmou que a Índia "pode certamente fazer mais" se existir um regime global de apoio.

Em 19 de novembro, o ministro do Meio Ambiente indiano, Jairam Ramesh, descartou que a Índia aceite em Copenhague cortes taxados e legalmente vinculativos, mas a imprensa indiana afirma que o país prevê reduções de entre 20% e 25%.

A cúpula sobre mudança climática em Copenhague acontecerá entre os dias 7 e 18 de dezembro.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Tesão e direitos humanos

Por: Ex-diretor da Capes, filósofo diz que opinião pública ignora a questão central no caso da aluna da Uniban: a esfera do desejo RENATO JANINE RIBEIRO ESPECIAL PARA A FOLHA

A universitária do microvestido conseguiu um milagre: juntou todo o mundo, da UNE à direita, na defesa dela e na condenação aos alunos que a insultaram e, depois, à universidade que quis puni-la. Mas há um viés na abordagem que me preocupa. O que atraiu a sociedade para o caso foi seu lado sexual. É o chamariz, tanto que a Folha levou uma atriz [vestida com minissaia] a quatro universidades do centro de São Paulo para ver se seus alunos são diferentes dos da periferia. Mas, lançada a isca, a imprensa não fica à sua altura e vai opinar de maneira legalista. O sexo é chamariz, mas não é estudado. Já a educação é uma grande (outra) questão, mas também não é aprofundada. Começando pelo fim: a educação proporcionada pela Uniban está sendo questionada a partir desse caso, e não em sua qualidade. Que ela é criticada faz tempo, sabe-se. Mas está melhorando? Por coincidência, como diretor que fui da Capes [Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior], responsável pela avaliação da pós-graduação brasileira, vi avanços da Uniban nos seus mestrados e no único doutorado. Não sei de sua graduação. Seria preciso avaliar se ela está melhorando ou piorando, em vez de ler generalidades que não respondem a essa pergunta central. O outro aspecto é o cerne do caso. Uma vez deflagrada a polêmica, sumiu de cena o que a causou -o microvestido. Vi o advogado da aluna, de terno, defendendo seu direito de vestir-se como quiser. Foi uma síntese perfeita das contradições que o caso traz à luz. Para defender uma moça que gosta de mostrar o corpo, recorre-se à linguagem formal (e à roupa idem) da profissão jurídica. Fala-se dela como se fosse perseguida por ser judia, negra, comunista ou ter uma síndrome. O sexo perturba Só que ela não foi ofendida no fluxo dessas discriminações tradicionais, e sim porque gosta de mostrar o corpo. Por que essa questão central se perde na vagueza das fórmulas ("cada um é livre para fazer o que quiser", "para ir e vir" etc.)? Defendo essas liberdades. Mas, quando entra o sexo, ele as perturba. No dia 22 de outubro, na Uniban de São Bernardo do Campo (SP), ela e centenas de jovens foram perturbadíssimos pelo sexo. Não adianta tentar, agora, abafar o assunto com generalidades legais -belíssimas, sim, fulcro de nossa civilização, mas pré-freudianas. Ou melhor: adianta. É por isso que da esquerda à direita há um acordo geral. Um grande acordo para abafar o pequeno monstro. O monstro começa pelo desejo -que parece ser mais comum nas mulheres- de ser vista, admirada, desejada. A moça fez por isso. Não sabia o quanto estava despertando o monstro. Quando percebeu, deve ter-se assustado. Sorte, pelo menos, que ninguém foi machucado (ela não foi). Mas o fato é que vimos o nervo exposto de algo que é mais atávico e forte que um preconceito contra judeus, negros ou, mesmo, mulheres. Entraram em cena uma sexualidade provocante e respostas, masculinas e femininas, a ela. Quer dizer que os rapazes tinham razão em xingá-la? Qualquer alfabetizado entenderá que não. Não tinham esse direito. Mas, que foram mexidos, foram. Que ela queria mexer com eles, queria. O que ela desejava de fato, ela provavelmente não sabe (Freud não saberia). Talvez, depois de tudo por que passou, não saiba mais. Nem eles, depois de expostos na mídia, saibam mais o que queriam. Id e ego De todo modo, a imprensa não se preocupou em saber como foi, nas cabeças de centenas de jovens que estavam lá, aquela noite. Alunos da Uniban mal foram entrevistados. Como as alunas que apareceram na TV discordavam da manifestação da UNE "em favor delas", a imprensa preferiu não aprofundar o assunto. Não dá para reduzir esse assunto à pauta dos direitos em geral ou das discriminações contra a mulher.Não tem nada a ver com mulher não ser presidente ou CEO de empresa. Até porque nesse campo, o do desejo que o homem sente só por ver uma mulher bonita, ela tem um poder que ele não tem. Faz bem a universidade, em que o abscesso se rompeu, em discutir esse assunto à luz da cidadania? É essencial. Mas gostaria que não ficasse no genérico dos direitos humanos (que eu defendo, nem preciso repetir). Espero que saiba devolver à cena a questão importante que irrompeu naquela noite terrível: a questão do sexo em face da liberdade, da cidadania e tudo o mais. A questão do id em sua negociação com o ego. É uma grande questão, pouco tratada. Mas não acredito muito. Falar na generalidade dos direitos humanos não afetará o âmago das pessoas, portanto é mais fácil. Não obrigará a discutir como lidar de maneira racional (a grande conquista da civilização, que inclui os direitos humanos) com o que é mais irracional em nós, sobretudo os mais jovens -um desejo desabrido a desafiar valores, interditos, tudo. Os rapazes podiam ser preconceituosos. Mas pareciam estar tarados por ela. A tara poderia vencer -ou reiterar- o preconceito. Como mudar o final do jogo, seu resultado? Eis a questão. Como o tesão se relaciona com os direitos humanos? Dá para repetir o mantra de que uma mulher poderosa, desejável, ciente do que desperta nos homens, é ao mesmo tempo um sujeito racional capaz de deliberar em sã consciência se quer ou não um deles? Dá para acreditar que um homem, assim excitado, facilmente aceite a decisão da mulher de negar-se a ele? O estupro é inadmissível, mas dizer que esses controles são fáceis é iludir a sociedade. [O sociólogo alemão] Norbert Elias entendeu bem a questão. Ele disse, décadas atrás: ao contrário do que se imagina, quando se exibe mais o corpo, sobretudo o feminino, exige-se mais -e não menos- autocontrole. Porque se requer do espectador que não ataque aquele corpo desejado. Essa exigência é necessária? É. Mas é fácil? Não. Veja-se um baile funk. Vejam-se as publicidades na TV. Um direito e um problema Essa história tem sido lida como uma parábola do moderno e do reacionário. Moderno é a moça fazer o que quer com o corpo, inclusive mostrá-lo. Reacionário é ser contra isso. Mas a atualidade intensa do conflito é que ele não tem essa temporalidade moderna, que é dos demais direitos humanos. Pois, por um lado, mexe com a libido, que tem fortíssima base natural e uma temporalidade muito mais lenta. Por outro lado, a mulher se exibir o quanto queira é conquista recente. O homem não saber lidar com isso também é um dado acentuado recentemente. Há um elemento natural, há um confronto hipermoderno. A reação "conservadora" também é hipermoderna. O que não dá é para dizer que a moça se exibir não é problema, é direito. É direito, sim, mas só interessa a ela porque é problema. Alguém acha que [a apresentadora] Sabrina Sato imitaria a aluna se os homens não babassem por ela (Sabrina ou Geisy, não importa)? É esse efeito que se quer produzir. É ele que, produzido, incomoda muita gente. E é esse incômodo -a consciência, o reconhecimento de que há um incômodo, um problema quase sem solução, o que Kant chamaria de uma antinomia- que incomoda muito mais. O que devemos é enfrentar o incômodo, reconhecer sua originalidade. Desse ponto de vista, temos uma oportunidade ímpar, justamente porque difícil, de reflexão e de proposição.
RENATO JANINE RIBEIRO é professor titular de ética e filosofia política na USP.