segunda-feira, 24 de agosto de 2009

PESQUISA: "Condições de trabalho e saúde dos trabalhadores do ensino privado no estado do Rio Grande do Sul"





Acesse os dados da pesquisa do DIESAT "Condições de trabalho e saúde dos trabalhadores do ensino privado no estado do Rio Grande do Sul":


PESQUISA SAÚDE DOS PROFESSORES


Acesse também o caderno especial saúde da Edição do Jornal Extra Classe de Junho/2009 do SINPRO/RS:

Edição Especial do Jornal Extra Classe

Estudo chinês documenta mortes por nanotecnologia

Estudo chinês documenta mortes por nanotecnologia

Sete jovens chinesas sofreram danos permanentes aos pulmões e duas delas morreram depois de trabalhar durante meses, sem proteção, numa fábrica que tintas que usava nanopartículas, informam cientistas chineses. Eles afirma que o seu estudo é o primeiro a documentar malefícios causados por nanotecnologia na saúde humana. Testes com animais já haviam mostrado o risco das nanopartículas para os pulmões de ratos.

A notícia é do portal do jornal O Estado de S. Paulo, 19-08-2009.


"Esses casos trazem a preocupação de que exposição prolongada às nanopartículas, sem medidas de proteção, possa estar relacionada a danos graves aos pulmões humanos", escreveu Yuguo Song, do departamento de medicina ocupacional e toxicologia clínica do Hospital Chaoyang de Pequim, em artigo publicado no European Respiratory Journal.

Mas um especialista do governo americano afirmou que o estudo é mais uma demonstração de perigos ocupacionais do que evidência de que nanopartículas seriam mais perigosas que outros produtos usados na atividade industrial.

A nanotecnologia é uma indústria importante. Um nanômetro é um bilionésimo de um metro, e nanopartículas medem de 1 a 100 nanômetros.

Essa tecnologia é usada em produtos como artigos esportivos, pneus, cosméticos e revestimentos. Estima-se que esse mercado movimentará US$ 1 trilhão até 2015.

"O diâmetro diminuto significa que podem penetrar as barreiras naturais do corpo, particularmente por contato com pele machucada ou por inalação ou ingestão", escreveram Song e colegas.

Eles disseram que as sete mulheres trabalharam de cinco a 13 meses na fábrica, jateando tinta em placas de poliestireno antes de começarem a apresentar dificuldades respiratórias e marcas vermelhas no rosto e nos braços.

Elas inalaram fumaça e vapores que continham nanopartículas enquanto trabalhavam na fábrica, disse Song.

Segundo o artigo, médicos encontraram um excesso de fluido nas cavidades em torno dos pulmões e do coração das mulheres.

O tecido dos pulmões continha nanopartículas de cerca de 30 nanômetros de diâmetro - o que bate com o material que autoridades sanitárias encontraram na fábrica.

Duas das mulheres morreram depois de dois anos trabalhando na fábrica, e as outras cinco não apresentaram melhora, embora não lidem mais com nanopartículas. É impossível remover esses materiais uma vez que tenham penetrado nas células pulmonares, disse Song.

Allen Chan, um patologista da Universidade Chinesa de Hong Kong, que não tomou parte no estudo, disse que o resultado é significativo, e que demonstra que os trabalhadores precisam de proteção ao lidar com nanotecnologia.

Clayton Teague, que chefia o Gabinete Nacional de Coordenação de nanotecnologia dos Estados Unidos, destacou que as mulheres afetadas trabalhavam com uma pasta que continha nanopartículas numa sala pequena, sem ventilação, e só usavam máscaras de proteção ocasionalmente. "Pelo que sabemos, essa tragédia poderia ter sido evitada com técnicas adequadas de higiene industrial".

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Contribuição da Companheira Arline Arcuri - Membro do Conselho Científico do DIESAT.

Painel e Debate - Condições de Trabalho e Saúde do Professor

Painel e Debate - Condições de Trabalho e Saúde do Professor
Fonte: SINPRO-RS

O Sindicato dos Professores do Ensino Privado do RS - Sinpro/RS realiza no dia 22 de agosto, em Porto Alegre, o Painel e Debate: Condições de Trabalho e Saúde do Professor, das 9h30 às 14h, no Centro de Eventos da Amrigs (Av. Ipiranga, 5311).

O evento conta com o apoio da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da IV Região (Amatra IV) e terá como base os resultados da pesquisa “Condições de Trabalho e Saúde dos trabalhadores nas instituições de ensino privado do Rio Grande do Sul”, realizada entre 2008 e 2009 pelo Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes de Trabalho (Diesat).

PESQUISA - Divulgada em junho, a pesquisa revelou que a jornada de trabalho elástica, excesso de atividades, pressão de chefias e de alunos estão entre os principais geradores de agravos à saúde física e mental dos professores. Além disso, a pesquisa mostrou que um grande número de professores, mesmo adoecidos, não deixam de cumprir o expediente, fazendo uso excessivo de tratamentos e medicamentos. A pesquisa está disponível na integra no site do Sinpro/RS: www.sinprors.org.br/pesquisa/PesquisaSaude2009.pdf

Com o Painel e Debate, o Sinpro/RS tem como objetivo trabalhar o tema de forma preventiva com a categoria e levantar propostas de melhoria nas condições de trabalho. Participam dos debates representantes do Tribunal Regional do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho.

As Inscrições são gratuitas e devem ser feitas pelo fone (51) 4009.2991 ou direcao@sinprors.org.br

PROGRAMAÇÃO

• 9h30min – Apresentação da Pesquisa “Condições de trabalho e saúde dos trabalhadores nas instituições de ensino privado do Rio Grande do Sul”

- Wilson Campos – Psicólogo do Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes de Trabalho – Diesat

- Representante da Direção do Sinpro/RS

• 10h10min às 10h20min – Apresentação de vídeo com depoimentos de professores.

• 10h20min às 11h40min – Painel 1 - A extensão da jornada de trabalho do professor como fator de adoecimento

- Mauro Soibelman - Perito Médico da Procuradoria Regional do Trabalho da 4ª Região / Ministério Público do Trabalho

- Emílio Papaléo Zin – Desembargador Federal do Trabalho – Tribunal Regional do Trabalho 4º Região

• 11h40min às 12h – Coffee-break

• 12h às 14h - Painel 2 - A tensão no ambiente escolar e seus reflexos na saúde do docente

- Dra. Eliana Perez Gonçalves de Moura – Psicóloga e Doutora em Educação – Professora da Feevale

- Juiz Luiz Antonio Colussi – Presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da IV Região (Amatra IV)

Professor falta 5 dias por problemas de voz

Professor falta 5 dias por problemas de voz

Por ano, docentes da educação básica faltam mais do que profissionais de outras áreas, cuja média não chega a um dia

Garganta seca, rouquidão e cansaço vocal foram os problemas mais citados por 3.265 pessoas ouvidas em levantamento nacional

Fonte: Folha de São Paulo
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL

Por ano, os professores da educação básica do país faltam cinco dias às aulas, apenas por causa de problemas na voz. Nas demais profissões, a média de ausência não chega a um dia.
A conclusão está em um levantamento nacional, com 3.265 pessoas, feito pelo Centro de Estudos da Voz, pelo Sinpro-SP (sindicato dos professores da rede particular) e pela Universidade de Utah (EUA). Os dados consideram a rede pública e a privada. Também foram ouvidos profissionais fora do magistério.
Segundo as autoras da pesquisa, apesar de a docência naturalmente exigir mais da voz do que a maioria das atividades, a diferença está muito acentuada -e poderia diminuir, com medidas tanto dos professores quanto dos colégios.
O representante das escolas privadas admite o problema. "Os professores entram em licença e, por isso, precisamos contratar outros. É um transtorno", afirma José Augusto de Mattos Lourenço, presidente da Fenep (federação das escolas particulares). Ele diz, porém, que os colégios têm procurado atenuar o problema.
"Não dá mais para adiar ações, tanto por parte da rede privada quanto dos governos", diz a coordenadora do estudo, Mara Behlau. Segundo ela, é a primeira pesquisa nacional quantitativa sobre o tema.
Entre as medidas, Behlau sugere a aquisição de microfones para os professores e melhorias acústicas das salas de aula.
"O gasto com contratações deve superar o de adequações física das escolas. Sem contar a frustração do professor de não conseguir exercer sua profissão", afirma.

Sem voz
Com apenas quatro anos no magistério, Daniela Faustino de Oliveira, 23, diz já sentir desgaste. "Vivo sem voz ao final do dia. As salas são numerosas e não têm boa ventilação. Por isso, as janelas ficam abertas, o que aumenta o barulho. É difícil competir", afirma Daniela, que leciona em escola particular da zona leste de São Paulo.
Algumas vezes, ela diz que muda a programação da aula porque está sem voz. Em vez de explicar oralmente, passa todo o conteúdo na lousa e só tira algumas dúvidas.
"A situação em que o professor precisa mudar sua aula apareceu muito nas entrevistas", afirma a fonoaudióloga Fabiana Zambon, uma das autoras do levantamento. "É comum a aula ser trocada por vídeo ou seminário. Ou seja, mesmo que não falte, ele perde rendimento", diz.
Zambon diz que uma das dificuldades é que os professores têm pouco conhecimento para diminuir o problema. Algumas das sugestões são beber água durante as aulas e não falar escrevendo na lousa (o volume precisa ser mais alto, e o pó do giz vai para a garganta).
Os problemas mais citados pelos professores na pesquisa foram garganta seca (45% disseram ter), rouquidão (41,2%) e cansaço vocal (36,9%). No restante da população, os porcentagens foram 21,4%, 14,8% e 11,7%, respectivamente.

Escolas instalam microfones para ajudar docentes

Escolas instalam microfones para ajudar docentes

Fonte: Folha de São Paulo
DA REPORTAGEM LOCAL

O representante das escolas particulares reconhece que os professores enfrentam dificuldades com a voz, mas afirma que a rede privada busca melhorar a situação. Uma das iniciativas é oferecer cursos para que os docentes saibam como diminuir o desgaste vocal.
"O maior problema é a falta de conhecimento do professor. A maioria não sabe, por exemplo, que deve tomar água durante as aulas", disse José Augusto de Mattos Lourenço, presidente da Fenep (Federação Nacional das Escolas Particulares).
Sobre a sugestão de colocar microfones para todos os professores, Lourenço diz ser desnecessário para classes com menos de 40 alunos. "Menos que isso, é possível contornar."
Algumas escolas, porém, têm adotado a medida. O colégio Marista Arquidiocesano (zona sul de SP), por exemplo, instalou equipamentos de som em algumas salas. As lousas também foram trocadas, para que os docentes utilizem caneta em vez de giz.
Já o colégio Internacional de Alphaville (Grande SP) fez uma reforma entre o ano passado e este para implementar salas com tratamento acústico e microfones. "Mas não são todos que usam. Ainda falta costume", afirma Ricardo Chioccarello, diretor do colégio.
As salas também foram remodeladas, para que fiquem mais largas do que profundas, deixando a "turma do fundão" mais próxima ao professor.
A reportagem pediu entrevista com o Consed, conselho que representa os secretários estaduais de Educação, mas a presidente, Maria Auxiliadora Seabra, não foi localizada até o fechamento desta edição. (FT)