sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Após quatro meses de queda, preço do álcool volta a subir em julho

O preço do álcool registrou alta de 1,52% em julho, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Foi a primeira alta do combustível depois de quatro meses de queda.


O item faz parte do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que mensura a inflação oficial e ficou estável pelo segundo mês seguido, influenciado pela deflação de 0,76% dos alimentos.

Segundo Eulina dos Santos, coordenadora de Índice de Preços do IBGE, o aumento do álcool está ligado à expansão da demanda pelo combustível, impulsionada pela venda de carros recorde para meses de julho e no acumulado deste ano.


O preço do álcool tende a influenciar o da gasolina, cuja fórmula tem adição do combustível de cana-de-açúcar. No mês passado, a inflação para a gasolina teve ligeira aceleração: o produto, que havia registrado queda de 0,76% em junho, teve retração de 0,13% em julho.

Santos afirma que ainda não está claro qual será o comportamento de preços dos combustíveis nos próximos meses. A especialista diz que a inflação desses produtos dependerá das expectativas em relação à safra de cana e à política de liberação de estoques dos produtores.

META

Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula alta de 4,6%, quase no centro da meta (4,5%) determinada pelo governo federal. No ano, o índice registra elevação de 3,1%

A previsão do mercado é que a inflação oficial termine 2010 na casa dos 5%.

Foi justamente pressionado pela divulgação de indicadores como a inflação estável, que apontam a desaceleração da economia brasileira, que o Banco Central decidiu na última reunião reduzir o ritmo de aumento da taxa básica de juros, elevando a Selic de 10,25% para 10,75% ao ano.

Brasil supera marca de 42 milhões de trabalhadores com carteira assinada

O Brasil alcançou em junho a marca história de 42,6 milhões de trabalhadores com emprego formal, informou ontem o Ministério do Trabalho. Esse número é formado por 41,2 milhões de trabalhadores incluídos na Relação Anual de Informações Sociais (Rais) até o fim de 2009, mais 1,4 milhão contratados e registrados no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) entre janeiro e junho deste ano.


Os dados da Rais indicam que mais de 1,7 milhão de pessoas conquistaram emprego em 2009. Em comparação com 2008, o crescimento foi de quase 4,5%. Do total de vagas criadas no ano passado, mais de 1,4 milhão foram ocupadas sob o regime da CLT e 343.000 foram preenchidas no serviço público. Desde 2003, de acordo com o ministério, foram gerados 14 milhões de empregos no Brasil.

"Com absoluta segurança chegaremos a 15 milhões de empregos formais gerados no Governo Lula até o fim do ano. Em 2009 vivemos uma crise econômica mundial, e ainda assim conseguimos criar 1,7 milhão de empregos; e o trabalhador conseguiu melhores salários", destacou o ministro Carlos Lupi.

JOVENS E IDOSOS

O aumento da participação de jovens no mercado de trabalho foi pouco expressivo – menos de 2% na faixa etária de 16 a 17 anos e menos de 3% na faixa de 18 a 24 anos. Ao contrário, aumentou quase 7% o número de trabalhadores com mais de 65 anos de idade.

"Os preconceitos estão sendo quebrados e pessoas com mais experiências estão sendo convocadas para trabalhar. Mas, por um outro lado, há poucos jovens no mercado de trabalho. Talvez eles estejam se especializando e estudando mais para aprimorar os conhecimentos", observou o ministro.

EDUCAÇÃO

De acordo com os dados da RAIS, houve queda no emprego para quem tem menor grau de escolaridade e aumento para todos os demais a partir do ensino fundamental completo. O maior percentual de redução de emprego (superior a 4%) ocorreu para trabalhadores com a quarta série completa. E o maior aumento (quase 9%) se deu no ensino médio completo.

"Quanto mais ensino, melhor emprego e melhor salário", acentuou Lupi.

SALÁRIOS

A Relação Anual de Informações Sociais, que reúne dados fornecidos pelas empresas, indica também que a renda média dos trabalhadores com carteira assinada aumentou quase 3% – de R$ 1.556,15 em dezembro de 2008 para R$ 1.595,22 em dezembro de 2009. Desde 2003 o salário dos trabalhadores cresceu mais de 18% acima da inflação. Entre as mulheres, o crescimento foi superior a 19%, mas, ainda assim, elas continuaram ganhando menos do que os homens. Para o ministro, essa desvantagem reflete um preconceito inconcebível.


fonte:http://www.brasiliaconfidencial.inf.br/?p=19683

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Cesta básica fica mais barata em 16 de 17 capitais em julho, diz Dieese

Maiores reduções foram registradas no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte.



Único aumento foi observado em Belém.
 
A cesta básica ficou mais barata em 16 das 17 capitais brasileiras pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em julho. O resultado do levantamento foi divulgado nesta quarta-feira (4).


As maiores reduções foram vistas no Rio de Janeiro (RJ), cujo preço caiu 6,60%, Belo Horizonte (BH), que teve redução de 5,86%, e nas capitais da região Sul. Outros destaques foram vistos em Curitiba (PR), cujo valor da cesta apresentou queda de 4,86%, Florianópolis (SC), de 4,75%, e Porto Alegre (RS), de 4,22%. Apenas em Belém (PA) foi registrado um leve aumento de 0,05%.

Capitais        Valor da cesta (em R$)            Variação no ano (em %)

Belém              215,32                                          5,38

Fortaleza         181,73                                          2,70

Natal               208,92                                         12,29

João Pessoa    191,17                                         12,04

Manaus           233,00                                          7,90

Aracaju           181,04                                          7,01

Salvador         202,82                                         10,74

Goiânia           215,02                                         12,63

Recife             200,83                                         17,23

Vitória            222,27                                          1,45

São Paulo      239,38                                          4,90

Brasília          221,17                                         -0,47

Porto Alegre  237,67                                          0,04

Florianópolis  221,42                                          4,99

Curitiba         216,11                                          2,01

BH                217,97                                          1,87

RJ                 213,10                                         -0,12

A redução generalizada no custo da cesta básica se deve, de acordo com o Dieese, principalmente, à queda no preço do tomate, açúcar e da batata.

De todas as capitais, a que apresentou o maior valor da cesta básica foi São Paulo, como ocorreu no mês anterior. O preço de uma cesta chegou a R$ 239,38. Porto Alegre registrou o segundo maior valor (R$ 237,67) e Manaus o terceiro (R$ 233,00). As cestas mais baratas foram encontradas em Aracaju (R$ 181,04), Fortaleza (R$ 181,73) e João Pessoa (R$ 191,17).

Item por item

A carne – produto de maior peso na composição da cesta – teve as altas anuais mais expressivas observadas em Goiânia (11,34%), Curitiba (8,77%), Salvador (6,12%) e Natal (6,03%) e as menores em Belém (0,56%) e Belo Horizonte (1,31%). A única queda ocorreu em Fortaleza (-5,09%).

No caso do feijão, apesar de redução em nove cidades, em julho – a maior em Recife

(-5,58%) -, estabilidade em duas (Rio de Janeiro e João Pessoa) e alta em seis, as maiores em

Fortaleza (14,47%) e Manaus (11,36%), as variações anuais continuam elevadas, em pelo

menos dez cidades das 16 regiões onde os preços subiram.

Em julho, o preço do tomate caiu em todas as 17 capitais pesquisadas. Em 12 meses, houve queda no preço do produto em nove localidades. O preço do açúcar registrou recuo em seu preço em 15 capitais.

Todas as nove capitais do Centro-Sul do país onde a batata é pesquisada apresentaram redução em julho, em sete delas com taxas superiores a 10%. Doze cidades tiveram redução no preço do leite em julho.

A elevação no preço do óleo foi relativamente pequena, e de maneira geral, em patamar semelhante. O maior aumento do pão foi anotado em Natal (3,70%).

Acumulado

Nos sete primeiros meses deste ano, segundo o Dieese, somente duas cidades apresentaram variação negativa para o preço da cesta básica, Brasília (-0,47%) e Rio de Janeiro (-0,12%). Os maiores aumentos foram vistos em Recife (17,23%), Goiânia (12,63%), Natal (12,29%) e João Pessoa (12,04%).


Fonte: G1

Agricultores ecológicos do Rio lutam por visibilidade

O apoio ao processo de intercâmbio, visando dar maior visibilidade às experiências que mostraram sucesso em sua implantação, é um dos desafios dos agricultores agroecológicos fluminenses, disse à Agência Brasil a professora do Departamento de Geografia da Universidade Federal Fluminense (UFF), Mônica Cox de Britto Pereira.


A agroecologia faz a integração entre a agricultura familiar e o meio ambiente.

Ela acredita que a maior visibilidade dos projetos garantirá que essa metodologia tenha continuidade, levando cada agricultor familiar a se transformar em multiplicador do conceito agroecológico.

"Que a gente possa construir uma rede, fortalecendo-a". Mônica traçou o mapeamento da agroecologia fluminense e constatou que outro desafio diz respeito à própria política pública para o setor.


Para ela, essa política tem uma visão desenvolvimentista que valoriza o econômico em primeiro lugar e o pacote tecnológico preconcebido, quando os produtores querem plantar de forma diversificada.

"O desafio é investir mais na proposta de produção diversificada que, inclusive, recupera passivos ambientais", afirmou.

EVENTO

Cerca de 400 agricultores familiares participam, de 5 a 7 deste mês, do 2º Encontro de Agroecologia do Estado do Rio, que será realizado na Universidade Federal Rural (UFRRJ), em Seropédica. "Eles são multiplicadores em suas regiões", disse a professora.

O mapeamento feito por Mônica Pereira nos últimos dois anos encontrou "uma riqueza muito grande de experiências nas várias regiões [do estado], inclusive a metropolitana".

Essas experiências, além de diversificadas, embutem outras questões como a segurança alimentar da família e a recuperação ambiental.

"Apesar de muitas estarem um pouco no anonimato, a gente percebe que elas têm um potencial grande para muitos desafios que encontrados hoje, tanto no campo quanto na cidade. Esse tem sido, em geral, um aspecto muito importante".

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Estado do Rio tem 25 mil agricultores familiares. Mônica Pereira explicou que nem todos se enquadram como agricultores agroecológicos.


TURISMO

Em geral, eles resistem com suas lavouras em trechos de municípios que têm outras atividades centrais, como o turismo, por exemplo, no caso de Araruama, situado na Região dos Lagos. "Eles resistiram a esse processo de transformação".

Em comum, esses agricultores residem em áreas onde ainda existem matas, ressaltou Mônica. "[Têm] a capacidade de a agricultura conviver com a natureza e dar bons resultados. São nesses locais que a gente vem encontrando a agroecologia e também nos assentamentos rurais". O Rio de Janeiro registra mais de 80 assentamentos rurais.

Embora numericamente não sejam expressivos, os agricultores agroecológicos têm potencial de crescimento, porque estão tendo resultados significativos em termos de volume de produção e diversificação de cultivos.

"Alimentam a família, recuperam nascentes e sementes, não estão endividados em bancos por conta de pacotes que os levam ao uso de veneno. Então, apesar de simples nesse contexto, eles têm potencial para a gente pensar a agricultura em bases agroecológicas". Em cada uma das seis regiões fluminenses mapeadas, Mônica identificou entre 100 e 150 agricultores com potencial de agroecologia.

O agrônomo Marcio Mendonça, do movimento Articulação de Agroecologia do Rio, disse à Agência Brasil que o encontro na UFRRJ visa a fortalecer a rede de agroecologia no estado. "A ideia é reunir experiências e fortalecer a construção de uma unidade de proposições e demandas da agricultura familiar agroecológica no Rio".


Fonte: Folha de São Paulo

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Inaugurada Casa do Trabalhador Brasileiro no Japão

Ministro Carlos Lupi fala sobre o esforço do governo brasileiro em atender trabalhadores, estejam onde estiverem


"Esta é a maior prova do compromisso do governo do Presidente Lula com os trabalhadores brasileiros: independente de onde estiverem, mesmo que do outro lado do mundo", afirmou o ministro do Trabalho e Emprego do Brasil, Carlos Lupi, ao inaugurar a primeira Casa do Trabalhador Brasileiro no Japão, neste sábado (31), em Hamamatsu, cidade a 130 quilômetros de Tóquio, que reúne cerca de 30 mil trabalhadores brasileiros, maior comunidade emigrante brasileira no país.


É preciso apenas uma volta na cidade de 830 mil habitantes - e sede das principais fábricas automotivas japonesas: Honda, Yamaha e Suzuki - para notar a grande quantidade de brasileiros residentes. Placas publicitárias em português comprovam o estudo realizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, para que a cidade recebesse a primeira representação no exterior.

"A idéia surgiu no auge da crise, quando milhares de trabalhadores brasileiros foram demitidos aqui no Japão. Um grande problema surgiu naquele momento, porque muitos deles estavam voltando para o Brasil sem nenhum conhecimento sobre seus direitos aqui e sem saber como estava o mercado de trabalho brasileiro. Distância e idioma são dois problemas enfrentados pelos brasileiros no Japão; tem gente que mora há mais de cinco anos aqui e não aprendeu a falar japonês", explicou Lupi.

A inauguração do escritório, que atuará com seis funcionários treinados para tirar dúvidas dos trabalhadores brasileiros, contou com a presença do ministro brasileiro da Previdência Social, Carlos Gabas; do embaixador do Brasil no Japão, Luiz Castro Neves; e do prefeito de Hamamatsu, Yasutomo Suzuki.

Após a cerimônia, Lupi e Gabas se reuniram com representantes da comunidade brasileira em Hamamatsu. No domingo, encerrando sua agenda oficial de compromissos no Japão, Lupi participou, em Nagóia, do Dia dos Brasileiros no Japão, onde também estão sendo comemorados os 20 anos de imigração dos brasileiros para o Japão, com barracas de comidas típicas e atrações regionais.

Serviços - A Casa do Trabalhador Brasileiro no Japão será um espaço para dar apoio e consultoria trabalhista aos brasileiros no exterior. Orientará sobre direitos e deveres dos trabalhadores migrantes e informará sobre temas como qualificação profissional no país de recepção e no Brasil, problemas do dia-a-dia e oportunidades existentes para os brasileiros no mercado de trabalho local. Também fornecerá informações sobre o mercado de trabalho brasileiro para aqueles que tenham interesse em retornar ao Brasil.

O projeto é uma iniciativa do MTE em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE). O atendimento será feito por brasileiros contratados no local, em horários mais favoráveis aos brasileiros que trabalham, seja pessoalmente, por telefone ou pela internet. A Casa do Trabalhador Brasileiro também proporcionará ao governo brasileiro a chance de conhecer as condições, necessidades e demandas trabalhistas da comunidade brasileira no Japão.

Projeto - A Casa do Trabalhador Brasileiro faz parte das políticas do Governo Federal voltadas a comunidades brasileiras no exterior, considerando as necessidades e importância dos cidadãos brasileiros que moram em outros países. Já existe uma Casa na fronteira do Brasil com o Paraguai, inaugurada em 2008, que atende a brasileiros que transitam por aquela fronteira. Outra está sendo estudada para ser implantada na fronteira Norte do Brasil, próxima à Guiana.

Fonte: Assessoria de Imprensa do MTE

Custo da construção civil sobe 0,53% em julho em SP

O custo da construção civil no Estado de São Paulo subiu 0,53% em julho, segundo índice medido pelo SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo).


O CUB (Custo Unitário Básico), calculado em parceria com a FGV (Fundação Getúlio Vargas), reflete a variação dos custos do setor e é usado nos reajustes de contratos da construção no Estado.

O valor final é obtido a partir da média ponderada do preço da mão de obra, custos administrativos e peso dos materiais de construção. Em valores reais, o custo da construção civil ficou em R$ 904,75 por metro quadrado em julho.

De acordo com o sindicato, os materiais de construção aumentaram 1,15% no mês, com 28 de 41 insumos registrando alta acima do IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado). O custo representado pela remuneração a arquitetos e engenheiros subiu 0,83% e os custos com mão de obra ficaram estáveis.

MAIORES ALTAS

1º -- Areia média lavada (2,86%)

2º -- Concreto (2,41%)

3º -- Porta lisa para pintura (2,37%)

4º -- Aço CA (1,57%)

5º -- Telha ondulada de fibrocimento (1,09%)

6º -- Chapa de compensado (1,01%)

7º -- Azulejo (0,88%)

8º -- Tubo de cobre (0,84%)

7º -- Tubo PVC para esgoto (0,68%)

8º -- Tinta látex branca (0,64%)


Fonte: Folha de São Paulo

Lei da Ficha Limpa já impediu 28 candidaturas no país

A Lei da Ficha Limpa já foi usada como fundamento para indeferir 28 candidaturas no país. O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Minas Gerais foi o que mais barrou candidatos. Até agora foram 13.


A legislação aprovada neste ano estabelece que são inelegíveis os políticos condenados por órgãos colegiados do Poder Judiciário, como os TJs (Tribunais de Justiça) estaduais.

O TRE mineiro barrou ontem mais três candidaturas por problemas de improbidade administrativa e inelegibidade por cassação de mandato.

Os candidatos que tiveram os pedidos de registro eleitoral rejeitados pelos TREs ainda podem recorrer ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e ao STF (Supremo Tribunal Federal).

Já o TRE do Piauí rejeitou a impugnação do senador Heráclito Fortes (DEM) que liberou a candidatura dele para a reeleição ao Senado.

Veja abaixo a lista dos indeferidos:

Alagoas

José Alberto Mendonça Cavalcante, o Alberto Sextafeira (a deputado estadual, PSB)

Ceará

Sineval Roque (a deputado estadual, PSB)

Espíriro Santo

Luiz Carlos Moreira (deputado estadual, PMDB)

Marcelino Fraga (deputado estadual, PMDB)

Roberto Valadão Almokdice (deputado estadual, PMDB)

Mato Grosso

Pedro Henry (a deputado federal, PP)

Minas Gerais

Adilson da Vale Verde (a deputado federal, PTN)

Antônio Carlos Bouzada (a deputado estadual, PC do B)

Athos Avelino Pereira (a deputado estadual, PPS)

Carlos Alberto Pereira (a deputado federal, PDT)

Eduardo Santos Porcino (a deputado estadual, PV)

Francelino Silva Santos (a estadual - PTdoB)

Leonídio Henrique Correa Bouças (a deputado estadual, PMDB)

Maria Lúcia Soares de Mendonça (a deputado estadual, DEM)

Patrícia dos Santos Martins Rocha (a federal - PMN)

Pedro Caminhas Pinduca (a deputado estadual, PP)

Ronaldo Canabrava (a estadual - PMN)

Silas Brasileiro (a deputado federal, PMDB)

Wellington Magalhães (a deputado estadual, PMN)

Pará

Roselito Soares da Silva (a deputado estadual, PR)

Paraíba

Francisco Edmilson da Silva Ribeiro (a deputado estadual, PCB)

Paraná

Erivan Passos da Silva (a deputado estadual, PRTB)

Pernambuco

José Luiz de Lima Sampaio, Zé da Luz (a deputado estadual, PHS)

José Humberto Lacerda Barradas (a deputado estadual, PHS)

Rio Grande do Sul

Reinaldo Antonio Nicola (a estadual, PDT)

Rondônia

Jair Miotto (a deputado estadual, PPS)

Altamiro Souza da Silva (a deputado estadual, PMN)

Santa Catarina

João Pizzolatti (a deputado federal, PP)

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Jornalista está cada vez mais doente

O psicólogo, professor e pesquisador da Fundação Getúlio Vargas, Roberto Heloani, conseguiu levantar um perfil devastador sobre como vivem os jornalistas e por que adoecem. O trabalho ouviu dezenas de profissionais de São Paulo e Rio de Janeiro, a partir do método de pesquisa quantitativo e qualitativo, envolvendo profissionais de rádio, TV, impresso e assessorias de imprensa. E, apesar da amostragem envolver apenas dois estados brasileiros, o relato imediatamente foi assumido pelos delegados ao Congresso de Santa Catarina – que aconteceu de 23 a 25 de julho - evidenciando assim que esta é uma situação que se expressa em todo o país.

Segundo Heloani a mídia é um setor que transforma o imaginário popular, cria mitos e consolida inverdades. Uma delas diz respeito à própria visão do que seja o jornalista. Quem vê a televisão, por exemplo, pode criar a imagem deformada de que a vida do jornalista é de puro glamour. A pesquisa de Roberto tira o véu que encobre essa realidade e revela um drama digno de Shakespeare. Nela, fica claro que assim como a mais absoluta maioria é completamente apaixonada pelo que faz, ao mesmo tempo está em sofrimento pelo que faz, o que na prática quer dizer que, amando o jornalismo eles não se sentem fazendo esse jornalismo que amam, sendo obrigados a realizarem outra coisa, a qual odeiam. Daí a doença!

Um dado interessante da pesquisa é que a maioria do pessoal que trabalha no jornalismo é formada por mulheres e, entre elas, a maioria é solteira, pelo simples fato de que é muito difícil encontrar um parceiro que consiga compreender o ritmo e os horários da profissão. Nesse caso, a solidão e a frustração acerca de uma relação amorosa bem sucedida também viram foco de doença.

Heloani percebeu que as empresas de comunicação atualmente tendem a contratar pessoas mais jovens, provocando uma guerra entre gerações dentro das empresas. Como os mais velhos não tem mais saúde para acompanhar o ritmo frenético imposto pelo capital, os patrões apostam nos jovens, que ainda tem saúde e são completamente despolitizados. Porque estão começando e querem mostrar trabalho, eles aceitam tudo e, de quebra, não gostam de política ou sindicato, o que provoca o enfraquecimento da entidade de luta dos trabalhadores. “Os patrões adoram, porque eles não dão trabalho”.

Outro elemento importante desta “jovialização” da profissão é o desaparecimento gradual do jornalismo investigativo. Como os jornalistas são muito jovens, eles não tem toda uma bagagem de conhecimento e experiência para adentrar por estas veredas. Isso aparece também no fato de que a procura por universidades tradicionais caiu muito. USP, Metodista ou Cásper Líbero (no caso de São Paulo) perdem feio para as “uni”, que são as dezenas de faculdades privadas que assomam pelo país afora. “É uma formação muitas vezes sem qualidade, o que aumenta a falta de senso crítico do jornalista e o torna mais propenso a ser manipulado”. Assim, os jovens vão chegando, criando aversão pelos “velhos”, fazendo mil e uma funções e afundando a profissão.
Um exemplo disso é o aumento da multifunção entre os jornalistas mais novos. Eles acabam naturalizando a idéia de que podem fazer tudo, filmar, dirigir, iluminar, escrever, editar, blogar etc... A jornada de trabalho, que pela lei seria de 5 horas, nos dois estados pesquisados não é menos que 12 horas. Há um excesso vertiginoso. Para os mais velhos, além da cobrança diária por “atualização e flexibilidade” há sempre o estresse gerado pelo medo de perder o emprego. Conforme a pesquisa, os jornalistas estão sempre envolvidos com uma espécie de “plano B”, o que pode causa muitos danos a saúde física e mental. Não é sem razão que a maioria dos entrevistados não ultrapasse a barreira dos 20 anos na profissão. “Eles fatalmente adoecem, não agüentam”.

O assédio moral que toda essa situação causa não é pouca coisa. Colocados diante da agilidade dos novos tempos, da necessidade da multifunção, de fazer milhares de cursos, de realizar tantas funções, as pessoas reprimem emoções demais, que acabam explodindo no corpo. “Se há uma profissão que abraçou mesmo essa idéia de multifunção foi o jornalismo. E aí, o colega vira adversário. A redação vive uma espécie de terrorismo às avessas”. Conforme Heloani, esta estratégia patronal de exigir que todos saibam um pouco de tudo nada mais é do que a proposta bem clara de que todos são absolutamente substituíveis. A partir daí o profissional vive um medo constante, se qualquer um pode fazer o que ele faz, ele pode ser demitido a qualquer momento. “Por isso os problemas de ordem cardiovascular são muito frequentes. Hoje, Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs) e o fenômeno da morte súbita começam a aparecer de forma assustadora, além da sistemática dependência química”.

O trabalho realizado por Roberto Heloani verificou que nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro 93% dos jornalistas já não tem carteira assinada ou contrato. Isso é outra fonte de estresse. Não bastasse a insegurança laboral, o trabalhador ainda é deixado sozinho em situações de risco nas investigações e até na questão judicial. Premidos por toda essa gama de dificuldades os jornalistas não tem tempo para a família, não conseguem ler, não se dedicam ao lazer, não fazem atividades físicas, não ficam com os filhos. Com este cenário, a doença é conseqüência natural.

O jornalista ganha muito mal, vive submetido a um ambiente competitivo ao extremo, diante de uma cotidiana falta de estrutura e ainda precisa se equilibrar na corda bamba das relações de poder dos veículos. No mais das vezes estes trabalhadores não tem vida pessoal e toda a sua interação social só se realiza no trabalho. Segundo Heloani, 80% dos profissionais pesquisados tem estresse e 24,4% estão na fase da exaustão, o que significa que de cada quatro jornalistas, um está prestes a ter de ser internado num hospital por conta da carga emocional e física causada pelo trabalho. Doenças como síndrome do pânico, angústia, depressão são recorrentes e há os que até pensam em suicídio para fugir desta tortura, situação mais comum entre os homens.

O resultado deste quadro aterrador, ao ser apresentado aos jornalistas, levou a uma conclusão óbvia. As saídas que os jornalistas encontram para enfrentar seus terrores já não podem mais ser individuais. Elas não dão conta, são insuficientes. Para Heloani, mesmo entre os jovens, que se acham indestrutíveis, já se pode notar uma mudança de comportamento na medida em que também vão adoecendo por conta das pressões. “As saídas coletivas são as únicas que podem ter alguma eficácia”, diz Roberto.

Quanto a isso, o presidente do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina, Rubens Lunge, não tem dúvidas. “É só amparado pelo sindicato, em ações coletivas, que os jornalistas encontrarão forças para mudar esse quadro”. Rubens conta da emoção vivida por uma jornalista na cidade de Sombrio, no interior do estado, quando, depois de várias denúncias sobre sobrecarga de trabalho, ele apareceu para verificar. “Ela chorava e dizia, `não acredito que o sindicato veio´. Pois o sindicato foi e sempre irá, porque só juntos podemos mudar tudo isso”. Rubens anda lembra dos famosos pescoções, praticados por jornais de Santa Catarina, que levam os trabalhadores a se internarem nas empresas por quase dois dias, sem poder ver os filhos, submetidos a pressão, sem dormir. “Isso sem contar as fraudes, como a de alguns jornais que não tem qualquer empregado. Todos são transformados em sócios-cotistas. Assim, ou se matam de trabalhar, ou não recebem um tostão”.

A pesquisa de Roberto Heloani é um retrato vivo, chaga aberta, de uma realidade nacional. Os jornalistas espelhados aqui tem uma única opção: lutar de forma conjunta, unificados e dentro dos sindicatos. As derrotas vividas com a decisão do STF fragilizam e consomem ainda mais os profissionais, mas, a história humana está aí para mostrar que só a luta muda as coisas. Saídas individuais podem servir a um ou outro, mas quando uma categoria luta junto, ela vence! Assim é! 


Fonte: Blog Elaine Tavares