segunda-feira, 9 de abril de 2012

Saúde: orçamento triplica e serviço estaciona

Apesar do orçamento da Secretaria Municipal da Saúde ter crescido 146% desde 2004, pulando de R$ 2,4 bilhões para R$ 6 bilhões no ano passado, alguns serviços essenciais nos equipamentos da Prefeitura não seguiram a mesma proporção de aumento ou até declinaram em volumes de atendimentos na Capital nos últimos sete anos.

Apesar dos recursos orçamentários terem triplicado no período, os procedimentos de Papanicolau, por exemplo, registraram em sete anos a redução de 1,4%.

Em 2004 foram 636 mil atendimentos; e em 2011 foram registrados 627 mil.

Mesmo com o orçamento três vezes maior que o de sete anos, os exames básicos de sangue, fezes e urina tiveram somente o crescimento de 2% de seu volume de atendimento. As internações em hospitais municipais, mesmo com ampliação de leitos e unidades, registraram acréscimo de somente 3,7% de 2004 a 2011.

As consultas de especialidades médicas tiveram aumento quatro vezes menor, proporcionalmente ao orçamento e de 2,8 milhões pessoas atendidas em 2004, cresceram para 3,6 milhões no ano passado. Um aumento de apenas 27%.

Os dados foram apresentados pelo secretário-adjunto da pasta, José Maria da Costa Orlando, durante a prestação de contas do desempenho 2011, na Comissão de Saúde da Câmara Municipal, ocorrida na semana passada. O número, apesar do aumento considerável do orçamento e dos investimentos, desagradou a presidente da comissão. “Algo está errado na prestação de serviços. É necessário lembrar que nesse período a rede hospitalar foi ampliada com três novas unidades na cidade: Cidade Tiradentes, M’ Boi Mirim e São Luiz Gonzaga. Mas as internações estacionaram”, comentou a vereadora Juliana Cardoso (PT).

Secretaria garante que atendimentos cresceram

A Secretaria Municipal da Saúde garantiu que, ao contrário do levantamento, a atual gestão expandiu a rede, implantou serviços, criou novos programas e modernizou a gestão. Segundo a pasta, apesar de a lei determinar investimento de apenas 15% da arrecadação na Saúde, a cidade investiria 20%, indo além do previsto.

Além disso, a Secretaria informou que a rede de Saúde cresceu cerca de 70% entre 2004 e 2011, já que teria partido de 545 serviços para 919 no ano passado. Segundo a pasta, o número de consultas médicas cresceu 90% no mesmo período.

Em 2004 teriam sido feitas cerca de 8,9 milhões de atendimentos e o número saltou para 17,1 milhões em 2011. “Foi implantada a rede de Assistências Médicas Ambulatoriais (AMA), hoje com 118 unidades, que realizaram, somente em 2011, mais de 10 milhões de atendimentos médicos”, informou, em nota.

Em relação à baixa evolução dos exames básicos e o decréscimo do Papanicolau, a Saúde não se posicionou, mas afirmou que o número de exames de laboratório clínico obteve crescimento de 360%, saltando de 7,5 milhões de exames em 2004 para 34,6 milhões 2011.

Fonte: Lucas Pimenta - Metrô News