terça-feira, 22 de julho de 2008

Materiais auxéticos tornam-se mais grossos quando são esticados

Redação do Site Inovação Tecnológica
01/09/2006


Materiais auxéticos; anote aí o nome de mais uma classe na crescente família de novos materiais com características "surpreendentes". Os materiais auxéticos, contrariando o senso comum, tornam-se mais grossos quando são esticados e mais finos quando comprimidos.

Materiais auxéticos

Pesquisadores israelenses da Universidade Bar-Ilan e do Instituto Technion utilizaram cálculos baseados na mecânica quântica para identificar a primeira classe de compostos moleculares que se comportam auxeticamente em nível molecular. O comportamento pode ser verificado em algumas espumas e em cristais especiais em nível macroscópico.

Quando um material tradicional é atingido, por exemplo, por uma bola, ele "flui" para fora da zona de impacto, tornando o ponto de impacto mais fino e, por decorrência, mais fraco. Nos materiais auxéticos, ao contrário, o material "flui" para o ponto de impacto, reforçando aquela região.

Tecnologia médica

Materiais auxéticos são promissores na tecnologia médica, entre outras aplicações possíveis. A introdução de implantes ou sondas para abrir vasos sangüíneos poderá ser mais fácil se, sob pressão, o equipamento se tornar mais fino quando encontrar algum obstáculo na direção perpendicular. Roupas à prova de bala são outra possibilidade de aplicação que poderá ser beneficiada.

Poliprismanos

As moléculas identificadas pela equipe do professor Shmaryahu Hoz formam uma classe de compostos conhecida como poliprismanos. São moléculas em formato de bastão que consistem em anéis de três a seis átomos de carbono empilhados uns sobre os outros. Segundo os cálculos dos cientistas, as moléculas formadas por seis anéis são as que apresentam os maiores efeitos auxéticos.

"Embora os prismanos tenham sido descobertos há mais de 30 anos, poucos representantes dessa classe de compostos foram sintetizados desde então," disse Hoz. "Nós esperamos que nossas descobertas ajam como um incentivo para a produção e caracterização de mais prismanos."


Bibliografia:
Auxetics at the Molecular Level: A Negative Poisson s Ratio in Molecular Rods
Nir Pour, Lior Itzhaki, Benaya Hoz, Eli Altus, Harold Basch, Shmaryahu Hoz
Angewandte Chemie International Edition
In print
DOI: doi: 10.1002/anie.200601764

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Lei seca deve dar folga ao caixa do SUS

Fonte: JM on-line - 19/07/08

Antes da lei de tolerância zero ao álcool no trânsito entrar em vigor, há quase um mês, os acidentes de trânsito – considerados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) um problema de saúde pública – ocupavam o segundo lugar na causa de mortalidade externa no Brasil.

Apesar da dimensão do problema, há poucos dados fidedignos sobre os acidentes de trânsito e suas conseqüências em termos médicos e econômicos.

Para suprir essa deficiência de dados na literatura nacional, um grupo de pesquisadores do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) realizou um estudo para levantar informações sobre conseqüências econômicas do problema entre 2006 e 2007.

A pesquisa realizou um levantamento das vítimas de acidente de trânsito internadas no HCFMUSP, ao longo de um ano – de fevereiro de 2006 a janeiro de 2007 –, e constatou que, nesse período, houve internação de 455 vítimas de acidentes. Desse total, 257 necessitaram de cuidados de terapia intensiva, o que corresponde à ocupação de 17,89% dos leitos de UTI do hospital.

O custo médio da internação hospitalar de um acidentado de trânsito no hospital foi de R$ 47.588. Esse valor é muito superior, por exemplo, ao que é gasto com outros pacientes cirúrgicos do Sistema Único de Saúde (SUS), que é de R$ 1.400.

O tempo médio de internação em UTI de uma vítima de trânsito é de 32,28 dias, acarretando um custo médio de R$ 7.006,22, por dia.

O estudo constatou que quase um quinto da capacidade de leitos de UTI do HCFMUSP é ocupado por vítimas de acidentes de trânsito e gera um gasto de R$ 226.160,78 por acidentado durante o período de internação, valor 34 vezes maior que a despesa com o tratamento do paciente cirúrgico do SUS.

O estudo foi conduzido por Talita Zerbini, Mariana da Silva Ferreira, Adriana de A. Campos Ridolfi, Marcela Fernandes, Daniele Munõz Gianvecchio, Vilma Leyton e Daniel Munõz.

MPT investiga 121 casos de assédio moral

Fonte: A tarde on-line - 12/07/08

As denúncias de assédio moral no ambiente corporativo ocupam o primeiro lugar na lista de reclamações do Núcleo de Combate à Discriminação no Trabalho, do Ministério Público do Trabalho na Bahia.

Hoje existem 121 processos em andamento nesse núcleo, resultado de queixas registradas por vítimas de humilhações constantes partindo de chefes ou de colegas que, geralmente, estão em cargos hierarquicamente mais elevados.

“O assédio começa com uma brincadeira despretensiosa e termina se convertendo numa prática constante. Isso resulta na diminuição da auto-estima da vítima, até que ela não agüente mais e peça demissão ou, em casos extremos, pode até chegar ao suicídio”, relata o procurador Manoel Jorge e Silva Neto, que faz parte do núcleo que investiga este tipo de queixa.

PRIMEIRO MUNDO – Diferentemente do que se pode imaginar, o problema é recorrente até mesmo em países reconhecidos pelo alto nível de qualidade de vida. Na Suécia, por exemplo, entre 10% e 15% dos casos de suicídio estão relacionados ao sofrimento imposto pela pressão no ambiente de trabalho.

Outro dado que mostra que o problema não acontece somente em países subdesenvolvidos é a estimativa da Organização Mundial do Trabalho (OIT) que indica que 9% dos trabalhadores da União Européia – cerca de 12 milhões de pessoas – já foram vítimas de assédio moral.

No Brasil, a situação não é diferente, mas ainda faltam estatísticas que demonstrem esta realidade, até porque muitos trabalhadores deixam de denunciar por medo de retaliações.

“Este é um problema que atinge um parcela considerável da população, que termina não denunciando. Isso tem que acabar. Temos que conscientizar as pessoas a expor o seu caso, para que esse tipo de comportamento seja reduzido”, orienta Manoel Jorge.

MEDO – O receio de sofrer ainda mais com o assédio do seu antigo chefe fez com que Lúcia (nome fictício) não registrasse queixa. Mas, para se livrar do problema – que se agravava a cada dia e que a fez passar mal, desmaiar e até ser hospitalizada –, ela precisou pedir transferência da empresa para trabalhar em outro Estado.

“A princípio, pensei em levar o caso à Justiça, mas depois eu desisti, porque não quis me sentar numa mesa de audiência e estar cara a cara com a pessoa que me fez sofrer durante tanto tempo e reviver as situações. Mas ele merecia uma punição”, diz Lúcia

Colaborou João Mauro Uchôa

Piracicaba: aumentam os acidentes no trabalho

Fonte: EPTV.COM - 17/07/08

Piracicaba registrou 5.279 casos de acidentes de trabalho no primeiro semestre de 2008. No mesmo período de 2007 foram 4.060.
Os casos de mortes e ferimentos graves também subiram neste ano. Seis trabalhadores morreram e 101 ficaram gravemente feridos. Durante o ano de 2007 foram dez mortes e 153 acidentes graves.
Dados da prefeitura mostram que os setores onde mais acontecem os acidentes são o metalúrgico, o de produção de alimentos e o da construção civil.
O número de trabalhadores acidentados estaria relacionado ao crescimento da economia. As empresas estão contratando mais mão-de-obra, mas na mesma proporção não estariam treinando o suficiente.
“Este treinamento deve ser feito para que o trabalhador conheça o ambiente de trabalho. Então, ele conhece trabalhando e vai conhecer só depois na prática, aí o acidente de trabalho pode acontecer”, disse o técnico em segurança do trabalho da Secretaria Municipal de Saúde, Alessandro Silva.
O diretor do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Milton Costa, disse que em muitas vezes a culpa pelo acidente é atribuída ao próprio funcionário, mas para ele existe negligência por parte dos empreendedores. “Estes números não podem estar subindo apenas por culpa só do trabalhador. O trabalhador está lá só para fazer o serviço, mas ele tem que ter uma condição para executar o serviço”, disse o diretor.
“A empresa precisa enxergar primeiro o trabalho, a forma de trabalhar sem correr riscos”, disse o acabador de produção, Gilson Faria de Souza.
Para o técnico em segurança da Secretaria Municipal de Saúde, é necessário investir em prevenção coletiva e não apenas utilizar equipamentos de proteção.