sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Guarulhos (SP): Sindicalistas fazem manifestação pela prevenção das doenças Ler/Dort

Escrito por Agência Sindical

Ato será nesta sexta, no Centro de Guarulhos

Sindicalistas metalúrgicos e de outras categorias profissionais fazem manifestação na manhã desta sexta (26), no Centro de Guarulhos, visando chamar atenção para a alta incidência das doenças geradas pelo esforço repetido nos ambientes de trabalho, as chamadas LER-DORT.

Para se ter ideia do avanço das LER-DORT, basta dizer que o registro de doenças ocupacionais pela Previdência aumentou 200%. Essa alta é resultado de alteração em procedimentos da Previdência (Nexo Técnico Epidemiológico), que cruza dados entre doença, atividade profissional e empresa, comprovando, dessa forma, a ocorrência efetiva da doença.

O diretor Elenildo Queiroz (Nildo), responsável pelo Departamento de Saúde e Segurança do Trabalhador do Sindicato dos Metalúrgicos, afirma: "A mudança produzida pelo Nexo Técnico Epidemiológico dificulta para a empresa maquiar a doença". Com isso, a real incidência das LER-DORT fica demonstrada e o trabalhador pode obter o benefício previdenciário.

Local - O ato desta sexta (26) será no calçadão da rua D. Pedro, no Centro de Guarulhos, e visa marcar posição do sindicalismo em relação ao Dia Mundial de Prevenção às LER-DORT, em 28 de fevereiro (domingo). O ato será das 8 às 11 horas.

Médicos - Médicos do Trabalho do Cerest (Centro de Referência da Saúde do Trabalhador) farão plantão numa das tendas no local. Os Sindicatos dos Químicos e dos Servidores Municipais vão dispor de advogados em outra tenda para assistência aos interessados. E numa terceira tenda sindicalistas metalúrgicos, comerciários, frentistas, vigilantes e de outras categorias vão dar orientações ao público e também distribuir panfleto com informações sobre doenças no trabalho.

São Paulo (SP): Justiça amplia direito ao benefício especial

Escrito por Ana Magalhães

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) entende que o trabalhador que exerceu atividade insalubre, com exposição a agentes nocivos à saúde, antes de 1995, mas não estava na lista de profissões consideradas insalubres do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), tem direito à aposentadoria especial. Esse benefício é concedido para quem tem de 15 a 25 anos de trabalho. Já para obter a aposentadoria normal, por tempo de contribuição, é preciso, pelo menos, 30 anos de pagamento ao INSS, para mulheres, e 35 anos, para homens.

Para conseguir a aposentadoria especial na Justiça, no entanto, o trabalhador precisa comprovar que a atividade executada até 1995 era nociva à saúde.

Nos postos, o INSS somente concede o benefício especial para pessoas que exerciam profissões enquadradas em uma listagem de atividades consideradas prejudiciais à saúde até 1995. Depois dessa data, a Previdência deixou de avaliar a profissão e começou a levar em consideração o nível individual de exposição aos fatores nocivos.

Se o trabalhador não contribuiu o tempo mínimo exigido para pedir a aposentadoria especial, ele conseguira na justiça o direito à conversão do tempo especial em comum, o que pode antecipar a sua aposentadoria ou aumentar o valor do beneficio.

A atividade de faxineira, por exemplo, não está na listagem do INSS que definia, até 1995, as profissões consideradas insalubres. No entanto, se essa faxineira trabalhou em um hospital até 1995, ela poderá conseguir na Justiça o tempo especial.

Caso ela tenha trabalhado durante dez anos em um hospital (até 1995) e queria se aposentar por tempo de contribuição, esse período valerá como 12 anos de tempo comum. Dessa maneira, a profissional se aposentará antes. Caso ela seja aposentada, ela poderá conseguir um aumento no benefício porque haverá um acréscimo no seu tempo de contribuição.

Se essa mesma faxineira não entrar com ação na Justiça, o INSS considerará esses dez anos de trabalho no hospital como tempo comum porque a profissão de faxineiro não está na listagem de atividades insalubres. Essa trabalhadora, portanto, perderia quase dois anos na contagem da aposentadoria.

De acordo com a advogada Marta Gueller, do Gueller e Portanova Sociedade de Advogados, a antiga listagem usada pelo INSS gerava distorções. "A lista não considera a profissão de advogado como especial, mas se esse profissional trabalhasse em um hospital, por exemplo, ele exerceria atividade insalubre", diz. É justamente essa distorção que a Justiça tenta resolver. O INSS não comenta ações judiciais.

Fonte: Jornal Agora

Sobe para 19 número de mortos por explosão em fábrica chinesa

O número de mortos pela explosão em uma fábrica de amido e glicose da província chinesa de Hebei (norte) subiu para 19 segundo as equipes de resgate, que estão há 22 horas seguidas trabalhando, informou a agência de notícias estatal "Xinhua".

O número de feridos neste acidente é de 49, oito deles em estado grave.

O acidente ocorreu ontem em Funing, na cidade de Qinhuangdao. Na tarde de hoje as equipes de socorro finalizaram seus trabalhos, após resgatar dos escombros outros cinco corpos.

Um ferido grave morreu após ser levado ao hospital.

No total, havia 107 operários trabalhando na oficina Número 4 da fábrica Qinhuangdao Lihua Starch Co.Ltd. quando aconteceu a explosão na tarde de ontem e 39 deles conseguiram sair ilesos.

O Governo provincial está investigando as causas do acidente e os resultados preliminares indicam que a explosão pode ter ocorrido por materiais inflamáveis.

A fábrica privada, com um capital registrado de US$ 146,6 milhões, produz amido e glicose e tem 3 mil funcionários.

As autoridades ordenaram a interrupção da produção. A Polícia deteve o subdiretor e o responsável do setor onde aconteceu a explosão.

Com cerca de 10 mil mortos por ano, a China registra o mais alto índice de mortes por acidentes de trabalho no mundo, concentrado em sua maioria no setor de minérios devido à falta de medidas de segurança laboral e ao estado obsoleto das instalações.

Fonte: G1

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Sol e calor tornam protetor solar instrumento de trabalho para carteiros


O calor e o sol forte que têm atingido a cidade de São Paulo nos últimos dias tornaram o protetor solar instrumento de trabalho para quem fica ao ar livre. Em algumas profissões, como carteiros e operários, ele é essencial para que o sol não se torne prejudicial.

Na terça-feira (23), o índice de radiação ultravioleta chegou a 14, nível máximo da escala. Nesta quarta-feira (24)m, às 12h, ele estava em 7, segundo o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A exposição prolongada aos raios pode causar problemas, como envelhecimento e câncer de pele.

Por isso, rodo dia, antes de pegar as cartas, o carteiro Silval Cunha passa o protetor solar. “A gente tem que se cuidar, senão o câncer de pele está aí”, conta ele. Nas unidades menores dos correios, cada carteiro recebe um pequeno frasco de protetor solar. Nas maiores, um pote coletivo, com mais de três litros do produto, fica disponível.

No começo, muitos não usavam a proteção, mas atualmente é difícil ver um carteiro que dispensa o produto. Durante o verão, eles também usam um uniforme especial.

Operários que trabalham ao sol também sofrem. As pausas para se refrescar são sagradas. Por dia, 320 funcionários de uma obra consomem 1,2 mil litros de água.

Quem está nas piscinas também precisa de cuidado. O salva-vidas Vinícius de Lima se cuida para não ter problemas. “A cada duas horas, nós temos que passar o protetor porque o sol é muito forte”, afirmou.

“As pessoas devem procurar protetor pelo menos com fator 15 e também com rótulo da Sociedade Brasileira de Dermatologia, que certifica que esse protetor tem uma boa procedência e uma boa eficiência em proteger do sol”, explica o dermatologista Alexandre Leon.

Fonte: G1

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Gregos fazem greve contra medidas do governo

Dezenas de milhares de trabalhadores gregos cruzaram os braços hoje, como parte de uma paralisação nacional de 24 horas. A manifestação, convocada pelos dois maiores sindicatos da Grécia, é um protesto contra as medidas de austeridade anunciadas pelo governo socialista.



A greve afeta os serviços públicos e de transporte, incluindo escritórios do governo, escolas e universidades, em sua maioria fechados. Além disso, as viagens na região da capital, Atenas, eram dificultadas pela paralisação.



O Aeroporto Internacional de Atenas também fechou, com os controladores aéreos aderindo à paralisação. Não havia voos partindo ou deixando os aeroportos do país. Os serviços de trem e ônibus também sofreram cancelamentos por toda a Grécia. Os bancos também preveem que serão afetados, enquanto os hospitais públicos operam em esquema emergencial. Não serão publicados jornais, porque o sindicato dos jornalistas aderiu ao movimento.



"Em muitos setores, a participação na greve é de 100%", disse um porta-voz da central sindical do setor privado Adedy. "Muitos bancos no centro estão fechados ou operando em esquema de emergência", afirmou. Segundo o porta-voz, a paralisação mostra que os trabalhadores são totalmente contrários aos planos de austeridade do governo. "Nós entendemos as dificuldades na economia, mas o trabalhador médio não pode dar mais nada. Se a UE (União Europeia) quer mais medidas, os ricos e aqueles que sonegam impostos devem pagar por isso."



A Grécia está sob forte pressão da UE e dos mercados financeiros para reduzir seu déficit orçamentário, que atingiu 12,7% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado, quatro vezes acima do limite da UE. O governo se comprometeu a cortar esse déficit para 8,7% do PIB este ano e, até 2012, passar a respeitar o limite de 3% da UE.



Para cumprir esses objetivos, o governo anunciou uma série de cortes de gastos e a elevação de impostos. Segundo a administração, isso produzirá um saldo de entre 8 bilhões e 10 bilhões de euros, entre economias e novas contribuições. As medidas incluem o congelamento de salários no setor público, além de um corte de 10% em média nos benefícios dos funcionários públicos. Serão ainda cortadas renúncias fiscais para certas profissões - incluindo algumas de funcionários públicos -, que hoje pagam menos impostos.



"Parece que há uma guerra geral contra os funcionários públicos, aqueles que ganham menos", disse Spyros Papaspyros, presidente da Adedy. "Nós vamos lutar para manter o pouco que temos", garantiu. "Em média, 80% de nossos membros estão participando da greve e a maioria dos escritórios públicos está fechada."



Novo pacote



Delegações da UE, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional realizam reuniões em Atenas, pressionando o governo a adotar um pacote adicional de austeridade, no valor de cerca de 2,5 bilhões de euros. O novo pacote, que pode ser anunciado na semana que vem, deve incluir um aumento na atual taxa de impostos de 19%, novos cortes em benefícios dos funcionários públicos e mais impostos sobre itens do setor de luxo, como barcos e carros.



A Grécia também analisa a possibilidade de aumentar os impostos sobre combustíveis. A UE também pediu que o país corte um ou dois dos salários extras ganhos pelo setor público atualmente, além dos 12 regulamentares. O governo, porém, resiste a mexer nesses benefícios. As informações são da Dow Jones.

Fonte:G1

Vale Refeição não cobre gastos do trabalhador

O vale-refeição médio pago aos trabalhadores brasileiros em 2009 ficou cerca de 45% abaixo do preço cobrado nos restaurantes do país, aponta pesquisa da Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador (Assert). Conforme os dados, no ano passado, o trabalhador pagava, em média, R$ 18,20 por refeição, enquanto o valor recebido da empresa estava em cerca de R$ 10,00 ao dia.

Essa disparidade cresceu em relação a 2008, quando, segundo a Assert, o valor médio da refeição era de R$ 16,30, contra R$ 9,50 do tíquete pago. “Os preços são altos para a realidade brasileira. O que você tem não é suficiente para pagar as refeições. Essa é uma contradição que nós temos de enfrentar”, afirmou o presidente da Assert, Artur Almeida.

A pesquisa mostra que, mesmo com os preços sob controle no ano passado – o IPCA subiu 4,31%, ficando, portanto, abaixo da meta do governo, de 4,5% –, o valor da refeição fora de casa para os trabalhadores que recebem o benefício registrou um aumento de cerca de 11% no período.

“A alimentação fora de casa foi a maior contribuição para a inflação em 2009, com alta de 9,05%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA )”, afirmou Almeida. Os preços estão em sintonia com o apresentado pelo IBGE.

A Assert realizou o levantamento em 3.224 estabelecimentos que operam com o sistema de vale-refeição em 22 cidades. Entre as cinco regiões, as que registraram a refeição (composta por bebida, prato principal, sobremesa e café) mais cara foram Centro-Oeste e Sudeste, com R$ 19,10. Em seguida vem o Norte, com R$ 16,90, seguido pelo Nordeste (R$ 15,60) e pelo Sul (R$ 15,40). Almeida explicou que os preços na região Centro-Oeste são puxados por Brasília, que tem uma renda média mais alta e custo de vida maior.

De acordo com o presidente da Assert, o aumento nos preços no ano passado foi influenciado pela elevação nos custos administrados pelo governo, como água (que subiu 4,42%, segundo o IPC-Fipe, que mede a inflação na cidade de São Paulo), energia (10,93%) e gás (12,13%). Entre os alimentos, ele destacou a alta do açúcar(58,39%), da cebola (41,45%) e da batata (43,71%).

Neste ano, porém, com uma melhora esperada nas condições econômicas do país, o cenário deve ficar mais positivo para os trabalhadores, na opinião de Almeida.

Fonte: Jornal do Comercio

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Com mercado aquecido, mulheres trabalham menos tempo em casa.

O número de horas que as mulheres dedicam aos afazeres domésticos está diminuindo. A carga horária média empregada em tarefas como a limpeza da casa e o cuidado das crianças e dos idosos passou de 28,9 horas por semana em 2001 para 23,9 horas em 2008, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A mudança se relaciona com o crescimento da participação das mulheres no mercado de trabalho, com o avanço da renda, que permite a compra de bens que agilizam o cuidado com a casa --como o micro-ondas, o liquidificador e a máquina de lavar-- e com a melhora, ainda que modesta, da divisão de tarefas domésticas entre os homens e as mulheres.
Ana Lúcia Sabóia, gerente do IBGE, destaca que, com a melhora na renda nos últimos anos, mais famílias têm acesso a eletrodomésticos. "A cada ano, cresce o acesso a bens de consumo. A máquina de lavar, por exemplo, é um dos itens mais libertadores da mulher e ainda não é um bem universal no país, como a geladeira já é."
O acesso a serviços públicos também contribui para a queda no tempo gasto nas tarefas relacionadas à casa, uma vez que a matrícula dos filhos em creches e escolas permite que a mulher exerça outras atividades. E o aumento da renda possibilita a contratação de empregadas ou diaristas para exercer essas atividades dentro da casa.
"As mulheres foram para a rua", afirma Hildete de Araújo, especialista da Universidade Federal Fluminense, que destaca o aumento da participação das mulheres na População Economicamente Ativa. Segundo o IBGE, em 2008, 47,2% das mulheres com dez anos ou mais no país estavam ocupadas. Em 1992, eram 43,4%.
Ela diz que o IBGE fez antes da piora da crise as entrevistas para a Pnad 2008, que apontou a diminuição do tempo gasto na realização das tarefas domésticas. Na ocasião, cresciam os setores que empregam boa parte da mão de obra feminina, como comércio e serviços.
Em 2009, apesar do impacto da recessão econômica, esses segmentos também estiveram aquecidos, o que indica que continua crescendo a participação das mulheres no mercado de trabalho. A Pnad 2009 será divulgada no fim deste ano.
Número subestimado
A pesquisadora afirma que o número de horas dedicadas à casa apontado pela pesquisa está subestimado. Segundo Araújo, os dados referentes ao trabalho realizado pelo homem dentro do domicílio também podem estar distorcidos. "Existe o preconceito de que trabalho doméstico é coisa de mulher e, portanto, não é valorizado."
O professor da Unicamp Claudio Dedecca reforça essa percepção: "Os homens podem responder ao pesquisador do IBGE que o tempo para lavar o carro conta como afazer doméstico. E, por outro lado, a mulher pode não considerar atividades como a de levar os filhos à escola porque acha que são coisas normais do dia a dia".
O IBGE incluiu a pergunta sobre dedicação a essas tarefas em 2001. Mas, mesmo com a ressalva de que o número do IBGE pode estar aquém do real e de que a pesquisa é recente -e, portanto, a base de dados para a análise ainda é limitada-, Dedecca diz que a diminuição das horas dedicadas ao lar revela avanço na sociedade.
"Uma parte do trabalho doméstico não se pode exteriorizar -por exemplo, a atenção dedicada à formação dos filhos. Mas outra parte espero que o poder público assuma, com escola integral, creches etc."
Os números do IBGE também revelam que, quanto menor é a escolaridade -e, por conseguinte, a renda-, maior é o tempo dedicado à casa. Mulheres que estudaram 15 ou mais anos empregam quase a metade do tempo nessas tarefas do que o gasto pelas que frequentaram a escola por até um ano.
Fonte: Folha de São Paulo

Brasil é o campeão do lixo eletrônico entre emergentes

O Brasil é o mercado emergente que gera o maior volume de lixo eletrônico per capita a cada ano. O alerta é da ONU, que nesta segunda-feira, 22, lançou seu primeiro relatório sobre o tema e advertiu que o Brasil não tem nem estratégia para lidar com o fenômeno, e o tema sequer é prioridade para a indústria.

O Brasil é também o país emergente que mais toneladas de geladeiras abandona a cada ano por pessoa e um dos líderes em descartar celulares, TVs e impressoras.


O estudo foi realizado pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma), diante da constatação de que o crescimento dos países emergentes de fato gerou maior consumo doméstico, com uma classe média cada vez mais forte e estabilidade econômica para garantir empréstimos para a compra de eletroeletrônicos. Mas, junto com isso, veio a geração sem precedente de lixo.


A estimativa é de que, no mundo, 40 milhões de toneladas de lixo eletrônico são geradas por ano. Grande parte certamente ocorre nos países ricos. Só a Europa seria responsável por um quarto desse lixo. Mas o que a ONU alerta agora é para a explosão do fenômeno nos emergentes e a falta de capacidade para lidar com esse material, muitas vezes perigoso. Para Achim Steiner, diretor-executivo do Pnuma, Brasil, México, Índia e China serão os países mais afetados pelo lixo, enfrentando "crescentes danos ambientais e problemas de saúde pública".



Em meio a críticas ao Brasil, por não contar com dados sobre o assunto, a ONU optou por fazer sua própria estimativa. O resultado foi preocupante. Por ano, o Brasil abandona 96,8 mil toneladas métricas de PCs. O volume só é inferior ao da China, com 300 mil toneladas. Mas, per capita, o Brasil é o líder. Por ano, cada brasileiro descarta o equivalente a meio quilo desse lixo eletrônico. Na China, com uma população bem maior, a taxa per capita é de 0,23 quilo, contra 0,1 quilo na Índia.

Outra preocupação da ONU é com a quantidade de geladeiras que terminam no lixo no Brasil. O país é o líder entre os emergentes, ao lado da China. É 0,4 quilo por pessoa ao ano. Em números absolutos, seriam 115 mil toneladas no Brasil, contra 495 mil na China. No setor de impressoras, são outras 17,2 mil toneladas de lixo por ano no Brasil, perdendo apenas para a China.



O Brasil também é o segundo maior gerador de lixo proveniente de celulares, com 2,2 mil toneladas por ano e abaixo apenas da China. Entre as economias emergentes, o Brasil é ainda o terceiro maior responsável por lixo de aparelhos de TV. É 0,7 quilo por pessoa ao ano, mesma taxa da China. Nesse setor, os mexicanos são os líderes.



A avaliação da ONU é de que o Brasil estaria no grupo de países mais preparados para enfrentar o desafio do lixo eletrônico, principalmente diante do volume relativamente baixo de comércio ilegal do lixo em comparação a outros mercados.



Mas o alerta é de que a situação hoje não é satisfatória. Informações sobre lixo eletrônico são escassas e não há uma avaliação completa do governo federal sobre o problema. A ONU ainda indica que falta uma estratégia nacional para lidar com o fenômeno, e que a reciclagem existente hoje não é feita de forma sustentável.



As Nações Unidas ainda indicam que o problema não parece ser uma prioridade para a indústria nacional e que a ideia de um novo imposto não é bem-vinda, diante da carga tributária no País.



Diante da constatação, a ONU pediu que países comecem a adotar estratégias para lidar com esse crescimento do lixo. O alerta é sobretudo para o impacto ambiental e de saúde que as montanhas de resíduos tóxicos poderiam gerar. Hoje, parte importante desse lixo se acumula sem qualquer controle. A China é o segundo maior produtor de lixo eletrônico do mundo (2,3 milhões de toneladas ao ano) atrás apenas dos Estados Unidos.



Os especialistas estimam que, até 2020, o volume de resíduos procedentes de computadores abandonados crescerá 500% na Índia, e 400% na China e África do Sul, em comparações aos níveis de 2007.



Em uma década, a quantidade ainda de telefones celulares abandonados na Índia e na China seria 18 e 7 vezes maior que a atual, respectivamente. Já o número de televisões e geladeiras no lixo seria duas vezes maior.



Entre as soluções, a ONU pede novas tecnologias de reciclagem, além da criação os países emergentes de "centros de gestão de lixo eletrônico". Um dos problemas a ser superado ainda seria a resistência de empresários que, na realidade, estão lucrando com o comércio desse lixo eletrônico.



Outro problema é a falta de investimentos em infraestrutura. A ONU ainda propõe como medida a exportação de parte desse lixo de países emergentes aos ricos. Isso deveria ser utilizado principalmente para peças perigosas, como circuitos integrados e pilhas, que seria então processado de forma adequada.


Fonte: Estadão

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Analistas do mercado preveem mais inflação e crescimento para 2010

Fonte:Alexandro Martello, do G1, em Brasília
Os economistas do mercado financeiro elevaram, na última semana, sua previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2010, que passou de 4,80% para 4,86%, informou nesta segunda-feira (22) o Banco Central, por meio do relatório de mercado, também conhecido como Focus.



Essa foi a quinta semana consecutiva de aumento da previsão, que, com isso, se afastou ainda mais da meta central de inflação para este ano, que é de 4,50%. De acordo com o sistema de metas, há um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo em relação à meta central. Assim, o IPCA pode ficar entre 2,50% e 6,50% sem que a meta seja formalmente descumprida. Para 2011, a previsão do mercado para o IPCA permaneceu em 4,50%.



Taxa de juros

Com base no sistema de metas de inflação, o BC calibra a taxa básica de juros. Se os modelos da autoridade monetária indicam que a inflação pode ficar acima da meta central, o BC sobe os juros.



Para o fim de março, a projeção do mercado para os juros foi mantida estável em 8,75% ao ano, atual patamar da taxa de juros. Para o fechamento de 2010, a estimativa permaneceu em 11,25% ao ano, de modo que o mercado acredita em elevação da taxa Selic no decorrer deste ano. Para o fim de 2011, entretanto, a projeção do mercado para os juros recuou de 11,25% para 11% ao ano na semana passada.



Crescimento econômico

Para o Produto Interno Bruto (PIB), os economistas do mercado financeiro elevaram, na última semana, a expectativa de crescimento deste ano de 5,47% para 5,50%. Foi a segunda semana seguida de aumento desta previsão. O Banco Central estima um crescimento de 5,8% para a economia neste ano, enquanto que a previsão do Ministério da Fazenda é de uma expansão de 5,2%. Já para 2011, a projeção dos economistas do mercado financeiro permaneceu em 4,50% de crescimento.



Taxa de câmbio

Na semana passada, dado que foi informado nesta segunda-feira (22), a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2010 permaneceu estável em R$ 1,80 por dólar. Para o fechamento de 2011, a previsão dos analistas para a taxa de câmbio ficou inalterada em R$ 1,85 por dólar.



Balança comercial e investimentos estrangeiros

Já a projeção dos economistas do mercado financeiro para o superávit da balança comercial (exportações menos importações) em 2010 permaneceu estável em US$ 10 bilhões na semana passada.

Para 2011, o BC revelou nesta segunda-feira que a previsão dos economistas para o saldo da balança comercial caiu de US$ 5 bilhões para US$ 1,6 bilhão de superávit.

No caso dos investimentos estrangeiros diretos, a expectativa do mercado para o ingresso de 2010 permaneceu estável em US$ 38 bilhões na última semana. Para 2011, a projeção de entrada de investimentos no Brasil ficou em US$ 40 bilhões.

Defesa deve recorrer hoje da decisão que cassou mandato de Kassab

Fonte:da Folha de S.Paulo

Os advogados que defendem o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), devem recorrer nesta segunda-feira da decisão que cassou o mandato do democrata por suposto recebimento de doações ilegais na campanha de 2008.

Em nota divulgada ontem, a defesa afirma que "interporá recurso que, à semelhança de casos antecedentes, deve resultar na reforma da sentença e na confirmação da vontade popular."

Os advogados negaram irregularidades nas doações. "As contribuições foram feitas seguindo estritamente os mandamentos da lei --que é a mesma desde 1997-- e já foram analisadas e aprovadas sem ressalvas pela Justiça Eleitoral."

Ontem, Kassab também negou ter recebido doações ilegais na campanha de 2008 e disse não temer perder seu mandato. "Não temo [perder o mandato]. Estou realmente confiando na Justiça, sempre confiei. E volto a afirmar que tudo foi feito corretamente."

"Essa ação já foi adotada em relação a outros candidatos e foi suspensa. Nossa confiança é que possa acontecer da parte da Justiça o mesmo encaminhamento."

Ao ser questionado sobre a influência da cassação nas eleições deste ano, Kassab disse que a decisão da Justiça não é política. "A decisão é técnica e, tecnicamente, estamos todos convencidos de que foi feito corretamente."

O juiz da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, Aloísio Silveira, cassou o mandato de Kassab e a decisão deve ser publicada no 'Diário Oficial' de terça-feira. A cassação do prefeito vale oficialmente após esse ato formal.

Como antecipado pela Folha no último dia 3, Kassab corria o risco de ser cassado porque perícia contábil da Justiça Eleitoral apontou que 33% dos recursos arrecadados pelo prefeito no último pleito municipal tiveram origem em fontes de contribuição consideradas ilegais pelo Ministério Público.

O juiz da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, Aloísio Silveira, também já apresentou em cartório as sentenças nos processos contra a petista Marta Suplicy e o tucano Geraldo Alckmin, candidatos em 2008.

No processo contra Kassab, o promotor eleitoral Maurício Lopes acusou o prefeito de ter recebido doações ilegais da AIB (Associação Imobiliária Brasileira), de sete construtoras e do Banco Itaú --cujas contribuições somaram mais de R$10 milhões em 2008.