sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Ambiente de trabalho influencia na saúde

Mundo corporativo pode contribuir com comportamentos de risco

Um estudo conduzido na Finlândia e recém-publicado no periódico Occupational and Environmental Medicine revela que indivíduos que julgam viver em melhores ambientes de trabalho apresentam menos comportamentos de risco à saúde: tabagismo, obesidade, sedentarismo e abuso de álcool. Vale lembrar que esses são os quatro fatores de risco mais associados a doenças e à mortalidade em países industrializados.

Um estudo conduzido na Finlândia e recém-publicado no periódico Occupational and Environmental Medicine revela que indivíduos que julgam viver em melhores ambientes de trabalho apresentam menos comportamentos de risco à saúde: tabagismo, obesidade, sedentarismo e abuso de álcool. Vale lembrar que esses são os quatro fatores de risco mais associados a doenças e à mortalidade em países industrializados.

A pesquisa analisou mais de 30 mil servidores públicos finlandeses e confirmou que fatores psicosociais associados ao trabalho são capazes de contribuir para que as pessoas adquiram comportamentos de risco. Outras pesquisas já haviam revelado que condições psicológicas adversas no trabalho aumentam o risco de obesidade e excesso de álcool. Também já havia sido demonstrado que indivíduos que não têm confiança na instituição em que trabalham têm maior dificuldade em abandonar o vício do cigarro.

O mundo corporativo já está bem convencido de que investir na saúde dos trabalhadores traz grande retorno econômico. O presente estudo demonstra que o clima organizacional pode ser um forte aliado para a promoção da saúde.

Fonte: Expresso MT

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Aposentados sentem melhora na saúde após parar de trabalhar, diz estudo

Um estudo feito na França concluiu que a maior parte dos aposentados se sente mais jovem e saudável pouco depois de parar de trabalhar.

Os pesquisadores da Universidade de Estocolmo e da University College de Londres acompanharam cerca de 15 mil funcionários franceses das empresas estatais de gás e eletricidade.

Eles pediram ao empregados para avaliar suas próprias condições de saúde sete anos antes da aposentadoria e sete anos depois.

O número de entrevistados que afirmou não estar bem de saúde caiu de 19% um ano antes da aposentadoria para 14% um ano depois.

Empregos melhores
Os pesquisadores afirmam que a diferença corresponde a um ganho em saúde de entre oito e dez anos.

As maiores melhorias de saúde foram notadas entre aqueles provenientes de ambientes de trabalho mais humildes.

Entre aqueles que ganhavam mais e tinham empregos mais satisfatórios, não foram notadas grandes mudanças.

Os autores do estudo publicado na revista científica "Lancet" sugerem que é essencial melhorar as condições de trabalho para minimizar os efeitos nocivos à saúde, em uma época em que as pessoas vêm permanecendo cada vez mais tempo no mercado de trabalho.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Presidente da Câmara propõe redução da jornada para 42 horas

O presidente da Câmara, Michel Temer, propôs nesta terça-feira a líderes de sindicatos de trabalhadores a redução da carga horária de 44 para 42 horas semanais. A proposta a ser levada ao Plenário prevê uma redução gradativa de uma hora em 2011 e outra em 2012. Se aceita, será incluída na PEC 231/95, que define uma carga de 40 horas. Depois, o tema voltará a ser debatido no Congresso Nacional.

Segundo o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), as centrais sindicais vão levar a proposta às bases para obter a opinião da maioria. Ele ainda informou que a proposta de Temer não trata do aumento das horas extras, mas prevê uma negociação com o governo para haver compensação fiscal ao empresariado.

O deputado acrescentou que Temer espera voltar a conversar com os sindicatos dos trabalhadores logo após o Carnaval e, caso concordem com sua proposta, vai procurar os líderes partidários para, em seguida, colocar o projeto em votação no Plenário.

As centrais sindicais fizeram hoje mais uma manifestação na Câmara para pressionar os parlamentares a votar a PEC 231/95. Os trabalhadores pressionam os deputados para que a matéria seja votada ainda no primeiro semestre.

O presidente da CUT, Artur Henrique, enfatizou que essa compensação fiscal não está em pauta porque desde 1988 não há redução da jornada de trabalho. “Desde então, o empresariado vem auferindo produtividade, mas não repartiu com os trabalhadores. Não é hora de falar em compensação fiscal”, completou.

O deputado Paulo Pereira da Silva disse ainda que após o Carnaval haverá “um festival de greves em todo país” para reivindicar a redução da jornada.

Fonte: UOL

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Lula envia ao Congresso projeto que pune empresas que pratiquem atos de corrupção

Fonte:MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encaminhou na noite desta segunda-feira um projeto de lei ao Congresso Nacional que prevê a responsabilização administrativa e civil de empresas que praticarem atos de corrupção contra a administração pública nacional.

O texto estabelece punição para empresas que, por exemplo, fraudem licitações, paguem propina a servidores públicos ou pratiquem a maquiagem de serviços e produtos fornecidos ao governo. Se o projeto for aprovado, o patrimônio da empresa poderá ser utilizado para ressarcimento dos prejuízos causados.

"Pela primeira vez, uma lei vai dar respaldo para se encontrar o capital da empresa para buscar o ressarcimento dos prejuízos realmente causados aos cofres públicos. Hoje não temos legislação que permita isso", disse o ministro Jorge Hage (Controladoria Geral da União).

A legislação atual não prevê meios específicos para atingir o patrimônio das empresas e, com isso, proporcionar aos cofres públicos o efetivo ressarcimento pelos prejuízos causados por empresas corruptoras.

Entre as novas punições, foram estabelecidas multas que podem variar de R$ 6.000 a R$ 6 milhões, sendo que o teto é 30% do faturamento bruto da empresa, impedimento que a empresa receba benefícios fiscais, suspensão parcial de atividades dela ou até a extinção da empresa, em caso de estabelecimentos de fachadas.

"A multa variará de R$ 6.000 a R$ 6 milhões. Esse é o teto quando se aplicar o valor absoluto. Quando for por percentual do faturamento não é o teto.É importante deixar claro que 30% é o limite, o teto mesmo, que só será usado em situações extremas, da maior gravidade. O usual que imaginamos é uma pena que variará entre 1% e 10%, que são os percentuais mais naturalmente aceitos no Judiciário hoje quando se trata de penhora de faturamento de empresa", disse Hage.

Hoje, a principal sanção aplicável às pessoas jurídicas é a declaração de inidoneidade, que proíbe a empresa de participar de licitação e manter contratos com a administração pública.

O texto prevê a possibilidade de se aplicar aos sócios e administradores as mesmas sanções cabíveis contra a empresa, estendendo-se, por exemplo, a declaração de inidoneidade da pessoa jurídica para as pessoas envolvidas na prática dos ilícitos.

Tarifa do bilhete do metrô e da CPTM aumenta hoje para R$ 2,65

Fonte:Folha Online

As tarifas do metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) sobem a partir de hoje para R$ 2,65 em São Paulo.

Com o reajuste, a tarifa do metrô --geralmente mais cara que a dos ônibus-- fica abaixo dos R$ 2,70 fixados no último aumento da passagem de ônibus. Em vigor desde 4 de janeiro, a tarifa de ônibus, que custava R$ 2,30, foi reajustada em 17,4%. Já a tarifa do bilhete único, que faz a integração com os ônibus municipais, vai passar de R$ 4 para R$ 4,07.

Segundo a Secretaria dos Transportes Metropolitanos, desde o final de 2006 até janeiro deste ano, a tarifa do bilhete do metrô foi reajustada em 15,2% e a do bilhete único aumentou 16,3%. A secretaria afirma que os reajustes são inferiores ao índice de inflação medido pelo IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe, que foi de 17,4% no mesmo período.

As tarifas dos ônibus intermunicipais das três regiões metropolitanas do Estado de São Paulo --Campinas, Baixada Santista e São Paulo-- também serão reajustadas a partir do próximo dia 9.

Segundo a Secretaria dos Transportes Metropolitanos, o reajuste da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), anual, segue critérios estabelecidos contratualmente e leva em conta os custos do setor de transporte coletivo dos últimos 12 meses.

A média de reajuste nas linhas intermunicipais em São Paulo será de 4,1%, na Baixada Santista de 2,8%, e em Campinas de 3,8%. As linhas do corredor metropolitano ABD (São Mateus-Jabaquara) terão reajuste de 3,9% --a tarifa passará de R$ 2,55 para R$ 2,65.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Uma greve inédita, contra assédio moral

Fonte:Do Estadão
Assédio moral assombra a LG

Greve no interior paulista mostra as dificuldades dos funcionários da empresa em conviver com o jeito coreano

Paula Pacheco

TAUBATÉ (SP)

Por quase uma semana, os funcionários da coreana LG Eletronics de Taubaté ? em torno de 2,4 mil ? interromperam a produção de cerca de 300 mil unidades com o objetivo de brigar pelo cumprimento de um acordo de promoções e para protestar contra o assédio moral por parte de alguns executivos. A greve terminou na sexta-feira, depois de um acordo entre o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e a empresa, intermediado pelo Tribunal Regional do Trabalho de Campinas (SP).

O fim do assédio moral é um tipo de reivindicação comum nas pautas sindicais, mas o excesso de queixas, segundo o sindicato, mobilizou os funcionários. A empresa, segundo a entidade, se comprometeu a mudar suas práticas. Os trabalhadores falam de insultos, palavrões e maus tratos.

Depois de um tapa nas costas e um rosário de insultos, Simone de Gouvêa Rosa, de 35 anos, recorreu à Justiça. Desde junho de 2007 briga por uma indenização. A acusação é de agressão moral e física. O acusado, diretor da área de celulares, é conhecido por todos como Mister Ahn. Em caso de condenação da empresa, o valor será determinado pelo juiz.

Após um acordo, ficou acertado que, até a decisão do juiz, Simone continua vinculada à empresa. É funcionária, recebe o salário e demais benefícios, mas fica em casa. Não pode procurar emprego nem ter atividade remunerada. Depois de tanto tempo, ainda tem de conviver com as perguntas inconvenientes de quem quer saber por que levou um tapa do diretor coreano. Até o filho único, de 13 anos, é atormentado pela curiosidade dos colegas de escola.

Simone entrou na LG em 2001. Acordava às 5 da manhã, ainda com o céu escuro, preparava o filho para a escola e chegava à fábrica às 7h15. O expediente terminava às 17h18. Parava10 minutos para o café da manhã, tinha pausa para o almoço e outra para o lanche da tarde. Mas, segundo ela, precisava pedir para ir ao banheiro ou tomar água. “Se ninguém estivesse livre para me substituir, tinha de segurar a vontade”, diz. Seu trabalho era testar baterias e colar adesivos nos aparelhos.

Em junho de 2007, quando a produção de monitores estava mais tranquila e a de celulares acelerada, alguns funcionários, entre eles Simone, foram recrutados para mudar de departamento por uma semana. O grupo teve de aguardar em uma sala para receber mais instruções para a hora extra que faria. Ela conversava com Adriano Calais, então integrante da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa), para ter detalhes sobre como seria a Participação de Lucros e Resultados (PLR). Mr. Ahn, segundo ela, entrou na sala, deu um tapa estalado nas costas dela e gritou em coreano.

Abalada, a funcionária diz que passou por um psiquiatra e uma psicóloga e teve de tratar da depressão com muitos remédios. “Tomava calmantes, não conseguia dormir. Naquela época não conseguia sair de casa, nem tirava o pijama, ficava enfiada no quarto o dia inteiro à base de antidepressivos.”

Ainda hoje Simone se desestabiliza ao lembrar do caso. Chora e diz ter pesadelos. “Ele olhava nos meus olhos, gritava comigo, gesticulava muito. Fiquei paralisada, me senti assustada e não consegui reagir”, diz.

O marido fez o possível para ajudar na recuperação. Numa saída para jantar, ela simplesmente travou ao passar pela porta do restaurante e ver uma mesa cheia de coreanos da LG, entre eles Mister Ahn.

Desgastada, Simone espera encerrar o processo e, pouco a pouco, “voltar à rotina, arranjar outro emprego, ter a minha independência novamente e uma vida social”.

PALAVRÃO

João, nome fictício, é funcionário da LG há nove anos. Relata que a relação com os chefes coreanos é difícil. Ele diz que uma das primeiras coisas que os novatos costumam fazer, até por instinto de defesa, é aprender palavrões em coreano para tentar acompanhar o que os executivos dizem nas rodinhas de conversa.

Em março do ano passado, João ajudava o supervisor em outra linha de produção. Conta que Mister Ahn, aparentemente insatisfeito com a presença do funcionário, o xingou no idioma natal. “F.d.p.”, teria dito. “Respondi que sabia o que ele estava falando e disse “é a sua mãe”, pronto para bater nele. Chorei de raiva. Pensei na minha mãe que me colocou no mundo. Ela é o quê, uma vadia?”

João foi ao ambulatório da empresa, tomou um calmante e pediu providências. Mister Ahn teve de pedir desculpas formais. Ele tentou entrar com uma ação na Justiça, mas teve de interromper o processo por falta de testemunhas. “Será que ele é bipolar? Na semana passada dizem que ele jogou um notebook no chão num momento de fúria.” A empresa nega.

A LG informou, em nota, não existir uma cultura dominante na empresa: “O objetivo é fazer com que a cultura local e a coreana se integrem, transformando a forma de trabalhar, conviver e interagir em um misto das duas culturas, na qual o que prevalece é o melhor de cada uma.”

Dos cinco mil funcionários no País, 64 são coreanos, espalhados por Taubaté, Manaus e o escritório de São Paulo. Sobre a acusação de assédio moral, a LG diz que as queixas podem ser feitas à matriz. “Caso seja apurada uma infração, as providências são imediatamente tomadas pela matriz, que acionará os responsáveis no País”, explica a nota.

Para Roberto, outro nome fictício, a cultura coreana é muito diferente da nossa. “Para eles, é normal chamar a atenção de um funcionário na frente dos outros ou simplesmente não falar com os subordinados. Mas não é assim que agimos”, ressalva. Ele também viu cenas inusitadas na LG. A máquina que fechava as caixas de monitores estava com um defeito e não fazia o lacre corretamente. Um diretor coreano chamou a equipe para uma reunião e arremessou uma caixa com o monitor no chão. “Tranquilo, ele saiu para fumar com os outros coreanos como se nada tivesse acontecido”, afirma.

Para Roberto, estar na LG é um “desgaste psicológico”. Se pudesse, mudaria de emprego. “Quando fui admitido, imaginava que seria o lugar do futuro. Afinal, lá se faz tecnologia.”

Preços aceleram no início de fevereiro e sobem 1,33%, diz FGV

Fonte: da Folha Online

O IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor - Semanal) registrou alta de 1,33% na primeira leitura de fevereiro, taxa 0,04 p.p. (ponto percentual) acima da observada na divulgação final de janeiro, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pela FGV (Fundação Getulio Vargas).

As classes de despesa que mais contribuíram para a aceleração do IPC-S foram Transportes (3,45% para 3,81%), Alimentação (1,57% para 1,69%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,28% para 0,33%) com destaque para os itens: tarifa de ônibus urbano (7,87% para 8,15%), frutas (4,70% para 6,32%) e artigos de higiene e cuidado pessoal (0,19% para 0,30%).

Já os preços nos grupos Educação, Leitura e Recreação (3,09% para 2,63%), Despesas Diversas (0,76% para 0,45%), Vestuário (0,09% para 0,01%) e Habitação (0,30% para 0,29%) desaceleraram, com destaque para os itens: cursos formais (6,01% para 4,93%), roupas (0,32% para -0,14%) e material para limpeza (0,88% para 0,40%).

A apuração do IPC-S com dados coletados até o dia 15 deste mês será divulgada no próximo dia 18.