sexta-feira, 3 de setembro de 2010

PIB brasileiro cresce 1,2% no segundo trimestre e 8,9% no semestre, aponta IBGE

Depois de forte expansão no primeiro trimestre, a economia brasileira tirou o pé do acelerador e cresceu 1,2% no segundo trimestre, na comparação com os três meses imediatamente anteriores, de acordo com dados relativos ao PIB (Produto Interno Bruto), divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No semestre, a alta foi de 8,9% ante o mesmo período do ano passado.


No primeiro trimestre, o PIB havia apresentado incremento de 2,7% em relação ao quarto trimestre de 2009. Em relação a igual período em 2009, a economia avançou 8,8%.

No acumulado dos últimos 12 meses, a economia teve expansão de 5,1%, em relação a igual período imediatamente anterior.


Ao todo, a economia movimentou R$ 900,7 bilhões no segundo trimestre.

A alta no semestre, de 8,9%, foi maior para um semestre desde o início da série, em 1996.

O PIB, que mostra o comportamento de uma economia, é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país em um certo período --é formado pela indústria, agropecuária e serviços. O PIB também pode ser analisado a partir do consumo, ou seja, pelo ponto de vista de quem se apropriou do que foi produzido. Neste caso, é dividido pelo consumo das famílias, pelo consumo do governo, pelos investimentos feitos pelo governo e empresas privadas e pelas exportações.

O investimento, medido pela chamada FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo), subiu 26,2% de janeiro a junho frente os seis primeiros meses de 2009. No segundo trimestre, se comparado aos três meses imediatamente anteriores, houve crescimento de 2,4%; Em relação a igual trimestre em 2009, o IBGE aponta alta de 26,5%, a maior alta desde o início da série histórica em 1996.

A taxa de investimento representou 17,9% da formação do PIB no segundo trimestre.

O setor industrial teve avanço de 14,2% no primeiro semestre. No segundo trimestre, apresentou aumento de 1,9% frente ao primeiro trimestre; na comparação com igual período em 2009, houve avanço de 13,8%.

Já o setor de serviços registrou incremento de 5,7% sobre o primeiro semestre de 2009. Em relação ao primeiro trimestre, o PIB dos serviços aumentou 1,2%; em relação ao segundo trimestre de 2009, observou-se incremento de 5,6%.

O setor agropecuário teve desempenho 8,6% superior nos primeiros seis meses deste ano, em relação a período correspondente no ano passado. No segundo trimestre, a elevação perante ao trimestre anterior foi de 2,1%; em relação ao período de abril a junho de 2009, a agropecuária teve alta de 11,4%.

O consumo das famílias registrou incremento de 8% no primeiro semestre. No segundo trimestre, quando confrontado com os três meses imediatamente anteriores, nota-se alta de 0,8%; na comparação com o mesmo intervalo no ano passado, foi verificada alta de 6,7%.

O consumo do governo cresceu 3,6% no primeiro semestre, segundo o IBGE. No segundo trimestre, foi notado avanço de 2,1% frente aos três meses imediatamente anteriores; na comparação com o mesmo intervalo no ano passado, houve alta de 5,1%.


Fonte: Folha de São Paulo

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Emissão de gases de efeito estufa no país aumentou 62% em 15 anos

Dados do relatório de Indicadores de desenvolvimento sustentável - Brasil 2010, divulgado nesta quarta-feira (1º) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que a emissão de gases de efeito estufa no Brasil subiu de 1,35 bilhão para 2,20 bilhões de toneladas de CO2 equivalente entre 1990 e 2005, uma evolução de 62%.


O relatório destaca que a emissão de gases de efeito estufa aumentou 7,3% entre 2000 e 2005 (de 2,05 para 2,20 bilhões de toneladas). Já no período anterior (1990 a 1994), com um intervalo um pouco menor, o incremento foi de 8,8%, o que o IBGE aponta como uma tendência de desaceleração.

As atividades relacionadas a mudanças no uso das terras e florestas – que incluem os desmatamentos na Amazônia e as queimadas no Cerrado - contribuíram com 57,9% do total das emissões líquidas de gases-estufa. A agricultura apareceu em segundo lugar, com 480 milhões de toneladas de CO2 equivalente (21%).

O CO2 não é o gás de efeito estufa com maior capacidade de reter calor na atmosfera, mas preocupa pela emissão excessiva. No caso do Brasil, a principal fonte de emissão de CO2 é a destruição da vegetação natural, englobada na atividade “mudança no uso da terra e florestas”. Essa atividade responde por mais de 75% das emissões brasileiras de CO2, sendo a responsável por colocar o Brasil entre os dez maiores emissores de gases de efeito estufa para a atmosfera.

Em 2005, o país registrou uma emissão de 1.5 toneladas de CO2, contra 931.746 toneladas em 1990.
Fonte: site UOL

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Mais da metade das famílias tem dívidas, mostra Ipea

Famílias de baixa renda têm menor grau de endividamento. Pesquisa diz que brasileiros estão otimistas com situação socioeconômica.

Mais da metade das famílias brasileiras possui algum tipo de dívida, segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Entre os 3,8 mil domicílios pesquisados em 214 municípios, cerca de 54% declararam ter dívidas.

Do conjunto das famílias, pouco mais de 11% responderam estar muito endividadas. Outras 16,82% declararam estar mais ou menos endividadas, e 26,25%, pouco endividadas. Entre as famílias endividadas, a dívida média é de R$ 5.426,59.

“Aproximadamente 15% das famílias endividadas têm uma dívida de cerca de até metade do rendimento familiar mensal; 21% têm dívida entre 0,50 e 1 vez a renda mensal; 23,5% têm entre 1 e 2 vezes a renda mensal; 16% têm entre 2 e 5 vezes; e 23% têm dívidas de mais de 5 vezes o valor da renda familiar mensal”, diz o Ipea em nota.

Em todo o país, cerca de 20% das famílias possuem alguma conta atrasada – destas, 60% acreditam que conseguirão quitar essas contas total ou parcialmente no mês seguinte.

O menor grau de endividamento foi verificado entre as famílias com renda de até um salário mínimo: nessa faixa de renda, 58,54% declararam não ter dívidas. Entre as famílias com renda superior a dez salários mínimos, essa taxa cai para 36,92%.

Na divisão por faixa etária, são os adultos entre 30 e 50 anos aqueles que mais se percebem muito endividados, enquanto as pessoas com mais de 60 são as que têm menos dívidas.

Por regiões, há maior proporção de famílias sem dívidas no Nordeste e Centro-Oeste (53% e 55%, respectivamente), enquanto na região Norte apenas 16% das famílias declararam não possuir dívidas.

 Otimismo
A pesquisa do Ipea apontou que os brasileiros estão otimistas com a situação socioeconômica do país. A pontuação da expectativa das famílias para os próximos 12 meses ficou em 62,75 pontos em agosto, em uma escala de zero (grande pessimismo) a cem (grande otimismo).

O Centro-Oeste teve a maior pontuação entre as regiões, de 68,14, enquanto a região Sudeste registra a menor (59,09), indicando grau de moderação para a situação socioeconômica nacional.

Para os próximos 12 meses, 58,03% das famílias acreditam que o Brasil passará por melhores momentos.

Para os próximos cinco anos, 55,4% das famílias crêem a mesma coisa. A proporção de famílias que acreditam que o país atravessará piores momentos é de 19,24% e 15,09%, para o curto e médio prazos, respectivamente.

O grau de confiança é maior entre as famílias com maior rendimento, bem como para os mais jovens.

Também demonstram maior otimismo com a economia do país os homens, os de ensino superior incompleto, os autodeclarados negros e aqueles que recebem algum benefício do governo.
 
Situação financeira
Em agosto, 73% das famílias pesquisadas disseram estar melhor financeiramente hoje do que estavam há um ano. Na outra ponta, 20% se vêem em pior situação.

Cerca de 77% das famílias creem que estarão em melhores condições financeiras daqui a um ano, enquanto somente 8% projetam expectativa de estarem pior. A expectativa das famílias sobre o futuro próximo é mais otimista na região Norte, onde mais de 87% delas acreditam que estarão melhor.No Sudeste, a proporção de famílias que acreditam que estarão melhor é de 71%.
 
Consumo
De acordo com o Ipea, o otimismo das famílias é menor quando se consideram as expectativas sobre o consumo. Entre as famílias pesquisadas, 53% acreditam que o momento é ideal para comprar bens duráveis, enquanto 37% não acreditam que o momento seja apropriado.

O otimismo é maior na região Nordeste, onde 64% das famílias acreditam que o momento seja adequado para a compra. Nas regiões Norte e Sul há mais famílias receosas em consumir do que otimistas (51% contra 47%; e 49% contra 42%, respectivamente).