terça-feira, 11 de março de 2008

Sindicalista teme que empresas entrem na Justiça contra decreto que beneficia trabalhador

Fonte: Agência Brasil - Radiobrás - 12 de Fevereiro de 2007 - 18h51 - Última modificação em 12 de Fevereiro de 2007 - 20h17

Sindicalista teme que empresas entrem na Justiça contra decreto que beneficia trabalhador


Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil


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Fabio Pozzebom/ABr Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursa na instalação do Fórum Nacional da Previdência Social.


Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursa na instalação do Fórum Nacional da Previdência Social.

Brasília - O diretor do Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes de Trabalho (Diesat), Pérsio Dutra, teme que as empresas entrem com recursos na Justiça para tentar descaracterizar o decreto assinado hoje (12) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva que integra um conjunto de três medidas para facilitar a vida do trabalhador acidentado.

O texto, entre outras coisas, permite ao trabalhador conseguir o seguro de acidente de trabalho sem depender do empregador. Atualmente, o trabalhador, para provar que a doença é trabalhista, precisa de um documento emitido pela empresa. O decreto permite que essa relação - chamada tecnicamente de Nexo Técnico-Epidemiológico Previdenciário - poderá ser comprovada por uma lista de doenças relacionadas à sua profissão, baseada numa classificação internacional.

Com a lista, divulgada hoje, o trabalhador deverá apenas procurar o médico do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) para receber o seguro. A empresa, se julgar que a doença do empregado não tem relação com o tipo de trabalho que desenvolve, é que precisará juntar provas disso. No direito, isso se chama inversão do ônus da prova.

Pérsio Dutra diz que a Diesat ainda estava discutindo o assunto com diversas entidades representantes dos trabalhadores e gostaria de ter feito contribuições ao texto do decreto.

“Essa coisa toda está pegando a gente de surpresa. Tinha que ter muito cuidado na redação do decreto para não abrir a possibilidade de as empresas já tentarem descaracterizar o nexo ou pedir o efeito suspensivo e voltar, portanto a recair o ônus da prova nas costas dos trabalhadores”, disse.

Outra preocupação do diretor do Diesat é em relação ao parágrafo 2º da mesma lei, que diz que a empresa também pode requerer a não-aplicação do Nexo Técnico-Epidemiológico por meio de um recurso com efeito suspensivo.

Pérsio Dutra diz ainda que o decreto deveria trazer três listas de doenças profissionais separadamente. Uma para as doenças de trabalho ligadas ao tipo de ocupação, uma lista de doenças profissionais e uma lista com doenças de trabalho ligada à situações excepcionais, como por exemplo, o caso do stress profissional.

O decreto trouxe uma lista única, que relaciona doenças com atividades trabalhistas.

Fumaça de diesel causa alterações no funcionamento do cérebro, diz estudo

Fonre: Globo.com - 11/03/2008 - 07h00

Problema pode ser considerável para pessoas que vivem em grandes cidades.
Mais pesquisas precisam ser feitas, no entanto, para saber se efeito é de longo prazo.

Respirar a fumaça expelida pelos motores a diesel gera uma resposta no cérebro que pode ter efeitos danosos de longo prazo, segundo informaram pesquisadores holandeses nesta terça-feira (10).

Estudos anteriores já tinham descoberto que pequenas partículas de fuligem são capazes de viajar do nariz até se instalarem no cérebro. Mas essa é a primeira vez que os pequisadores mostraram alterações na atividade cerebral.

"Só podemos especular sobre quais efeitos podem ocorrer no caso da exposição crônica ao ar poluído encontrada nas cidades maiores, onde os níveis de partículas de fuligem podem ser muito altos", disse o líder do estudo Paul Borm, da Universidade Zuyd.

"É concebível que os efeitos da exposição de longo prazo às partículas possam interferir com o funcionamento normal do cérebro", acredita ele.


Borm e seu time colocaram 10 voluntários em uma sala cheia de fumaça expelida por um motor a diesel durante uma hora, e monitoraram suas ondas cerebrais em um eletroencefalograma. Os níveis de fumaça foram similares aos encontrados em uma estrada congestionada ou em uma garagem.

Depois de 30 minutos, as ondas cerebrais apresentaram um padrão de estresse, sugerindo mudanças no processamento de informação no córtex cerebral.

Mais pesquisas serão necessárias para determinar o efeito clínico desse estresse e se ele apresenta algum impacto de longo prazo na inteligência verbal e não-verbal, assim como na memória,


O estudo foi publicado na revista especializada "Particle and Fibre Toxicology".

segunda-feira, 10 de março de 2008

Cresce trabalho em condições precárias na América Latina, diz OIT

Fonte: Valor Econômico

Cresce trabalho em condições precárias na América Latina, diz OIT - 10/03/2008 - Valor Online
SÃO PAULO - Na última década, o Brasil fugiu à tendência de precarização do trabalho registrada na América Latina e Caribe e aproximou-se mais da tendência global de melhoria nas relações de trabalho. Levantamento da Organização Internacional do Trabalho (OIT) revela que a América Latina foi a única região do mundo em que cresceu a participação de pessoas trabalhando em condições precárias entre 1997 e 2007.


De acordo com o estudo, 32,7% dos homens empregados na região trabalham sob condições " vulneráveis " em 2007. Dez anos antes, o percentual era de 30,1%. O índice de mulheres empregadas sob condições precárias também aumentou, ficando em 33,5% no ano passado, ante 32,1% em 1997.


A organização não divulgou dados sobre o Brasil. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), entre 1998 e 2007 a participação média de trabalhadores sem carteira assinada nas capitais regrediu de 38,9% para 35,1%. " Tivemos até 2003 um aumento na precarização do trabalho no Brasil, com queda de salário real médio e redução das contratações em carteira. Mas desde 2004 houve uma reversão do quadro " , afirmou Clemente Ganz Lucio, diretor técnico do Dieese.


No mundo, a participação de homens em condições vulneráveis de trabalho baixou de 56,1% para 51,7% e a participação de mulheres sob as mesmas condições baixou de 50,7% para 48,7%. Em entrevista por telefone, Theodor Sparreboom, economista da OIT, considerou positivo o fato de o nível de precarização na América Latina ter ficado abaixo da média global. Para o economista, o aumento da contratação de pessoas sob condições vulneráveis é reflexo da baixa produtividade na América Latina.


" Nos últimos dez anos, a produtividade na região só cresceu 0,6% por ano, abaixo da média global. Falta dinamismo na economia e é difícil mudar o perfil de emprego para tipos mais produtivos e menos vulneráveis " , afirmou. Ele observa que os países da Ásia, especialmente a China, têm altos índices de emprego sob condições precárias - que variam de 52,3% a 84,2% da mão-de-obra total empregada - e também apresentam baixos índices de produtividade.


Para o economista, o crescimento da China como competidor internacional mantendo empregados em condições vulneráveis de trabalho preocupa, mas não deve se manter ao longo da década. " Se existe uma relação sustentável entre empregados e empregadores é mais fácil para empresas investirem. O crescimento onde não se aumenta o número de empregados, não se formam pessoas, não é uma via sustentável no longo prazo " , afirmou.


Sparreboom acredita que, nos próximos anos, a América Latina acompanhará as demais regiões e reduzirá o número de contratados sob condições precárias. " Os investimentos em formação têm crescido, sobretudo no Brasil. A tendência é de melhora. "

(Cibelle Bouças | Valor Econômico)

domingo, 9 de março de 2008

Trabalhar sob pressão aumenta distúrbio de sono


Folha de S.Paulo - Saúde corporativa: Trabalhar sob pressão aumenta distúrbio de sono - 09/03/2008
Dupla jornada também pode levar à insônia, que afeta concentração



IGOR GIANNASI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA



Houve um tempo em que a cabeleireira Maria Aparecida de Souza, 49, não conseguia dormir. Ela sabia de cor toda a programação da madrugada na TV. Chegava com olheiras ao salão de beleza onde trabalha.
Naqueles dias, o pior, conta, era disfarçar o mau humor. "O serviço não rendia, eu ficava com moleza no corpo e com sono, mas tinha de trabalhar."
Há sete anos, Souza começou um tratamento no Instituto do Sono da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). O diagnóstico: a insônia era causada por ansiedade e depressão.
Ela foi medicada e, agora, consegue dormir seis horas seguidas -e trabalhar melhor.
Distúrbios do sono podem comprometer as atividades do dia-a-dia, pois afetam áreas como memória e concentração.
Segundo Flávio Alóe, coordenador do Laboratório do Sono do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, a maioria dos casos de privação do sono da população economicamente ativa é decorrência de alguns estilos de vida.
Fazer jornadas duplas de trabalho, assistir à televisão ou usar o computador até altas horas e depois acordar cedo para trabalhar podem acarretar problemas crônicos de sono.
Os profissionais que sofrem pressão para atingir suas metas são os mais suscetíveis a esses distúrbios, sejam eles bancários, executivos ou motoristas de caminhão, diz o neurologista J. Shigueo Yonekura.
Para esses trabalhadores, o estresse pode ser um dos vilões na hora de dormir. "Não leve os problemas profissionais para a cama", aconselha Yonekura.


Males

Segundo Ademir Baptista da Silva, neurologista da Unifesp, mais de 40% dos adultos nas metrópoles têm privação moderada ou grave do sono.
A insônia é a decorrência mais comum, mas há também casos de obstrução das vias aéreas durante o sono, fazendo a pessoa acordar diversas vezes. O distúrbio pode, ainda, causar males como obesidade, diabetes e doenças cardíacas.
Dormir e acordar em horários regulares e evitar cigarro, bebidas alcoólicas e com cafeína e refeições pesadas à noite podem ajudar a evitar problemas. Mas, para casos persistentes, vale procurar um médico.