quinta-feira, 1 de abril de 2010

Exposição a produtos químicos triplicaria risco de câncer de mama

A exposição a certos produtos químicos ou contaminantes nos locais de trabalho antes dos 36 anos triplicaria o risco de câncer de mama após a menopausa, afirmou um estudo publicado nesta quinta-feira.

As mulheres com mais risco seriam as que estão em contato frequente no trabalho com fibras sintéticas e produtos derivados de petróleo, segundo a pesquisa, publicada no jornal Occupational and Environmental Medicine, e realizada por uma equipe liderada por France Labrèche, do Instituto de Pesquisas da Saúde Pública da Universidade de Montreal.

Os pesquisadores estudaram os históricos de saúde de 1.169 canadenses afetadas por câncer, de 50 a 75 anos. Quase a metade delas tiveram câncer de mama em 1996 ou 1997, após o início da menopausa. As outras sofriam de outro tipo da doença.

Químicos e especialistas em higiene do trabalho verificaram a exposição de umas e outras a cerca de 300 substâncias durante seu tempo de trabalho.

O estudo, que excluiu outras causas comuns de câncer de mama, mostrou uma importante relação entre vários materiais sintéticos de uso corrente e os níveis de risco, particularmente altos antes dos 36 anos, quando as células dos tecidos mamários são ativas e sensíveis a produtos químicos perigosos.

O risco de câncer de mama foi multiplicado por sete nas mulheres expostas a fibras acrílicas e por dois nas expostas a fibras de nylon.

Admitindo que os resultados não eram perfeitamente conclusivos, os autores afirmaram que eram coerentes com a teoria que diz que o tecido mamário é mais sensível às toxinas químicas nas mulheres com menos de 40 anos.

Fonte: AFP

OIT pede mais respeito pelos direitos dos migrantes

A Organização Mundial do Trabalho (OIT) defende a necessidade de se respeitarem os direitos dos cerca de 105 milhões trabalhadores migrantes de todo o mundo, para que estes possam servir como força de crescimento e de prosperidade nos países de origem e destino.

No meio de crescentes desafios devido à crise económica global, um novo estudo da OIT destaca a necessidade de se adotar uma "abordagem baseada em direitos" para fornecer um "negócio justo" aos cerca de 105 milhões trabalhadores migrantes de todo o mundo.

O estudo, intitulado "Migração laboral internacional: uma abordagem baseada em direitos'', analisa as tendências internacionais de migração laboral, os seus impactos nos países de origem e de destino e as condições de trabalho vividas pelos trabalhadores migrantes.

O estudo também explora como as normas podem ser usadas na formulação e implementação de políticas de migração e práticas e destaca os défices de proteção laboral, incluindo salários baixos, o não pagamento de salários, ambientes de trabalho inseguros, uma virtual ausência de proteção social, a negação da liberdade de associação e de outros direitos dos trabalhadores, a discriminação e a xenofobia.

"Migração internacional é, em primeiro lugar, um mercado de trabalho, de emprego, de trabalho digno, e menos um problema de segurança e de asilo de refugiados", disse Ibrahim Awad, chefe do departamento de migração internacional da OIT.
Este responsável defende que o desafio atual é governar a migração de forma que esta possa servir como força de crescimento e prosperidade nos países de origem e também de destino, enquanto protege e beneficia os próprios trabalhadores migrantes.

A organização estima que existam este ano cerca de 214 milhões de migrantes internacionais, dos quais 50 por cento mulheres, que representam cerca de três por cento da população mundial. Dos trabalhadores migrantes, os economicamente ativos ascendem, este ano, a cerca de 105 milhões.

Fonte: Jornal da Madeira

quarta-feira, 31 de março de 2010

SMC realiza Encontro de Cipeiros Metalúrgicos de Curitiba

O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) realizou no último sábado, 27 de março, o Encontro de Cipeiros Metalúrgicos de Curitiba. O evento foi realizado no MetalClube de Campo, em São José dos Pinhais, e contou com a presença de 60 pessoas entre cipeiros e dirigentes sindicais. Durante o encontro foram discutidas políticas de ação na área de saúde e segurança do trabalhador.

O presidente do Sindicato, Sérgio Butka, abriu o evento e agradeceu a presença de todos. Além disso, reafirmou a importância das bandeiras de luta na área da saúde e segurança do trabalhador e da conscientização das empresas e dos trabalhadores sobre o tema. “Precisamos discutir mais os problemas da saúde e segurança do trabalhado. Nós debatemos, mas precisamos aumentar a implantação de políticas na área da saúde nas grandes empresas”, afirmou.

O segundo a falar foi o presidente da CNTM e diretor licenciado do Sindicato, Clementino Vieira. Segundo ele, é preciso aumentar a atuação dos cipeiros e dos dirigentes sindicais nas fábricas para auxiliar os trabalhadores na prevenção de acidentes e doenças ocupacionais. “Nós temos que ter uma equipe de trabalho para orientar o trabalhador. A nossa principal preocupação é a preventiva, por isso estamos realizando esse encontro”.

Palestras

Após os discursos de abertura, o diretor de Saúde do SMC, Nuncio Mannala fez uma apresentação para mostrar as principais reivindicações da categoria metalúrgica na área de saúde e segurança do trabalho. Ele alertou para o crescente índice de trabalhadores com doenças ocupacionais. “Eu nunca vi tanta gente tentando se suicidar. O índice de trabalhadores com depressão na nossa categoria está cada vez maior. São dados preocupantes”. Segundo Mannala, esse silencioso problema ocorre muitas vezes em decorrência de uma prática excessiva de horas extras. “É preciso realizar campanhas de conscientização dos trabalhadores nesse sentido”, disse.

O professor e médico Ildeberto Muniz, especialista em acidentes de trabalho, falou sobre as causas e conseqüências de acidentes ocupacionais. Segundo o perito, é preciso descobrir as origens dos acidentes, e para isso o Sindicato e os cipeiros devem fazer as devidas “investigações”. “Os trabalhadores e os cipeiros têm que diagnosticar o que está acontecendo na sua empresa e quando houver acidentes é necessário buscar os reais motivos, pois isso pode ajudar a prevenir próximos acidentes”.

Gilberto Almazan, presidente nacional do Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde dos Ambientes de Trabalho (DIESAT), também fez uma exposição sobre o assunto. Para ele, a atuação do cipeiro depende muito do seu comprometimento. “Temos que transformar os problemas de saúde do trabalhador em reivindicações e colocá-las nas pautas de discussões com as empresas”.

Fonte: Portal Mundo Sindical

terça-feira, 30 de março de 2010

Depressão pode ser a causa de afastamento do trabalho

Você sabia que a depressão, doença que causa sintomas físicos e emocionais, e é caracterizada, principalmente, pela falta de interesse em atividades cotidianas, é a causa de inúmeros afastamentos no trabalho?

Uma pesquisa encomendada pela Federação Mundial para Saúde Mental “Depressão, A Verdade Dolorosa” avaliou 377 adultos diagnosticados com depressão e 756 médicos (clínicos gerais e psiquiatras) do Brasil, Canadá, México, Alemanha e França. O estudo revelou que 64% das pessoas deprimidas relataram ausência no trabalho (uma média de 19 dias perdidos por ano) e 80% disseram ter a produtividade reduzida em cerca de 26%.

De acordo com o psiquiatra professor da Unifesp, Acioly Lacerda, em longo prazo, sem dúvidas, quadros de depressão não tratados podem resultar no afastamento das atividades, elevando o absenteísmo nas empresas, ou até mesmo em demissão, já que a baixa produtividade e o desinteresse pela rotina podem afetar a avaliação da empresa sobre o funcionário. “Por isso é muito importante reconhecer os sintomas, buscar ajuda médica e seguir corretamente o tratamento indicado pelo especialista. A falta de tratamento compromete a vida social e profissional do paciente”, completa.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta que até 2020 a depressão passará da 4ª para a 2ª colocada entre as principais causas de incapacidade para o trabalho no mundo. No mundo, estima-se que 121 milhões de pessoas sofram com a depressão – 17 milhões delas somente no Brasil e, segundo dados da OMS, 75% dessas pessoas nunca receberam um tratamento adequado.

Ambiente do trabalho pode contribuir

Competitividade, situações de estresse, jornadas de trabalho muito longas e a busca inconstante por melhores resultados e desempenho. Todas essas situações configuram um cenário oportuno para o desencadeamento de um quadro depressivo, pois o indivíduo fica exposto a situações estressantes, se cobra mais por metas não atingidas, além da perda na qualidade de vida.

As atribuições do cargo também devem ser consideradas um fato de risco para doença, principalmente para as pessoas com predisposição genética. “Um executivo, por exemplo, que não gosta de falar em público, porque se sente desconfortável e ansioso, mas precisa fazer apresentações à grupos ou dar palestras pode ser forte candidato a torna-se depressivo. Isso porque o indivíduo fica exposto à situações repetitivas de estresse psicológico”, afirma Lacerda.

Principais sintomas da depressão:

• emocionais: tristeza, perda de interesse, ansiedade, angústia, desesperança, estresse, culpa, ideação suicida.

• físicos: baixa energia, alterações no sono, dores inexplicáveis pelo corpo (sem causa clínica definida), dor de cabeça, dor no estomago, alterações no apetite, alterações gastrintestinais, alterações psicomotoras, entre outras.

“Para o indivíduo ser diagnosticado como deprimido, deve reunir pelo menos cinco dos sintomas acima, sendo que um deles tem que ser tristeza ou perda do interesse em atividades antes prazerosas, com duração mínima de duas semanas”, comenta.

Tratamento

O objetivo central do tratamento da depressão é a remissão (melhora completa da sintomatologia depressiva). Como grande parte das doenças, há sempre um risco de, mesmo tratado corretamente, o paciente apresentar recaída no futuro (cerca de 80% das pessoas que apresentaram um episódio depressivo devem apresentar um ou mais episódios adicionais). A depressão, portanto, é, na maioria das vezes, uma doença crônica, assim como diabetes e hipertensão. Quando tratada adequadamente, o paciente leva uma vida absolutamente normal.

“A pratica clínica mostra que a depressão, muitas vezes (cerca 2/3 pacientes), se manifesta emocionalmente e fisicamente no paciente, causando diversas dores e incômodos”, explica o psiquiatra. Hoje, já existem tratamentos que combatem ao mesmo tempo essas duas classes de sintomas, com perfil de tolerabilidade, aspecto importante para uma medicação que geralmente necessita ser utilizada por períodos longos. É o caso da duloxetina, uma moderna opção medicamentosa que age nos sintomas emocionais (tristeza, ansiedade, humor depressivo) e físicos (fadiga, dores vagas e difusas no corpo) da depressão.

Sobre a depressão

A causa da doença ainda é desconhecida, mas uma das teorias mais aceitas é que a depressão é conseqüência de uma disfunção no sistema nervoso central, que diminui e desequilibra as concentrações de dois neurotransmissores (a serotonina e a noradrenalina). Estes neurotransmissores são responsáveis pelo aparecimento dos sintomas físicos e emocionais da depressão.

Apesar do difícil diagnóstico e da gravidade da doença, existem tratamentos eficazes atualmente. Os mais comuns envolvem psicoterapia e medicamentos e, para que haja o desaparecimento completo dos sintomas, é preciso que seja aplicado um tratamento completo. Um dos mais recentes antidepressivos, a duloxetina, tem dupla ação, aumentando e balanceando os níveis de serotonina e noradrenalina no cérebro. Por isso, atua sobre os sintomas emocionais (tristeza, ansiedade, humor depressivo, perda do interesse, ideação suicida) e físicos (fadiga, perda de energia, alteração de peso e sono, dores de cabeça, nas costas, no pescoço, entre outras) da doença, proporcionando significativa melhora na qualidade de vida do paciente. A duloxetina, um medicamento dos laboratórios Boehringer Ingelheim e Eli Lilly, foi estudada até o momento em mais de 6.000 adultos com depressão e é comercializada em mais de 40 países, entre os quais Estados Unidos, México, Reino Unido, Alemanha e África do Sul.

É importante ressaltar, porém, que não se deve usar nenhum medicamento sem prescrição e rigoroso acompanhamento médico. Os pacientes com depressão devem também ser encorajados a modificar seus hábitos diários: realizar atividades físicas regulares, manter um período satisfatório de sono diário, ter uma boa alimentação e evitar o uso de substâncias como anorexígenos, álcool e tabaco.

Fonte: Jornal de Vinhedo

segunda-feira, 29 de março de 2010

Estudo relaciona terceirização com as mortes no trabalho, no setor elétrico

Estudo realizado pela rede eletricitários do Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Sócioeconômicos (Dieese) mostra que mais da metade da força de trabalho do setor elétrico do país é terceirizada, e a incidência de mortes no trabalho para os terceirizados chega a ser quatro vezes e meia maior do que para os trabalhadores próprios.

O trabalho tomou como base os dados da Fundação Coge, uma entidade que reúne 64 empresas responsáveis por 90% da energia produzida no país. Ainda de acordo com o estudo, o segmento contava, em 2008, com 227,8 mil trabalhadores, dos quais 126,3 mil eram terceirizados, o que correspondia a 55,5% da força de trabalho do setor.
Quando são consideradas apenas as empresas que informaram à Fundação Coge seu nível de terceirização, o percentual sobe para 58,3% da força de trabalho em 2008.

Quando analisadas apenas as distribuidoras, o contingente de trabalhadores terceirizados foi superior, na casa dos 59,9%, enquanto nas empresas que desempenhavam atividades de geração, transmissão e outras, o índice de terceirização foi mais baixo (52,6%), mas ainda superior à metade da força de trabalho.


Em 2008, a taxa de mortalidade da força de trabalho do setor elétrico foi de 32,9 mortes por grupo de 100 mil trabalhadores. Naquele ano, a análise segmentada da força de trabalho revelou uma taxa de mortalidade 3,21 vezes superior entre os trabalhadores terceirizados em relação ao verificado para o quadro próprio. A taxa ficou em 47,5 para os terceirizados contra 14,8 para os trabalhadores do quadro próprio das empresas.

Entre as conclusões do estudo destacam-se o nível de terceirização do setor elétrico, na casa dos 58,3% da força de trabalho, e o resultado obtido com a apuração das taxas de mortalidade por acidente de trabalho, que se mostraram substancialmente mais elevadas entre os terceirizados do que as apuradas para o segmento próprio. O resultado permitiu concluir que existe maior risco de morte associado ao segmento terceirizado da força de trabalho.

Fonte: DIEESE