sexta-feira, 5 de março de 2010

Cresce número de famílias chefiadas por mulheres no Brasil, aponta OIT

As mulheres representam quase metade dos trabalhadores do país, estão cada vez mais participativas no orçamento familiar - em 35% dos casos são as principais responsáveis -, mas ainda enfrentam muitas desigualdades no mercado de trabalho, apresentou estudo divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Entre 1998 e 2008, aumentou o número de mulheres chefes de família. Em 1998, elas eram responsáveis financeiramente em 25,9% dos lares. Em 2008, o percentual passou para 34,9%. A OIT divulga os dados com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Ainda conforme os dados da organização, as mulheres no fim de 2008 representaram 43,7% das pessoas acima de 16 anos no mercado de trabalho. Ou seja, eram 42,5 milhões entre os 97 milhões de trabalhadores do país.

Mesmo com a participação semelhante entre os trabalhadores, as informações da OIT mostram que elas sofrem muito mais com o desemprego do que os homens. A situação é ainda pior entre as mulheres negras. Entre as negras a taxa de desemprego atingiu 10,8% em 2008 e entre as mulheres brancas, 8,3%.

Entre os homens negros, a taxa de desemprego foi de 5,7% e entre os brancos, 4,5%.

A OIT apresenta ainda a informação de que 15,8% das mulheres ocupadas estão no trabalho doméstico, e a maioria, em relação precária de trabalho: somente 26,8% têm carteira assinada. Entre as mulheres negras, a situação também piora: 76% das que atuam no trabalho doméstico estavam na informalidade em 2008.

"As mulheres – principalmente as mulheres negras – possuem rendimentos mais baixos que os dos homens e, ainda que em média tenham níveis de escolaridade mais elevados, seguem enfrentando o problema da segmentação ocupacional, que limita seu leque de possibilidades de emprego. As mulheres e os negros são mais presentes nas ocupações informais e precárias e as mulheres negras são a grande maioria no emprego doméstico, uma ocupação que possui importantes déficits no que se refere ao respeito aos direitos trabalhistas", destaca a OIT em comunicado.



Jornada maior

Além da situação desigual no mercado de trabalho, as mulheres trabalham cinco horas a mais por semana do que os homens, considerando os afazeres domésticos.

A jornada semanal média no mercado de trabalho é de 34,8 horas semanas para a mulher e 42,7 horas semanais para o homem. Quando considerados os afazeres domésticos, a carga de trabalho feminina passa para 57,1 horas semanais contra 52,3 horas semanais dos homens.

Mudanças nas famílias
Entre 1998 e 2008, o perfil das famílias apresentou mudanças, segundo os dados da OIT. O percentual de casais sem filhos passou de 13,3% para 16,6% dos casais do país.

Aumentou ainda de 16,7% para 17,2% as famílias com mulheres sem cônjuges, mas com filhos. A taxa de fecundidade entre as mulheres de 15 a 49 anos caiu de 2,9 para 1,95 por mulher.


Convenção 156

A OIT informou que atua para que o governo brasileiro ratifique a Convenção 156 da OIT, que visa reduzir as desigualdades de gênero no mercado de trabalho.

Segundo a organização, a convenção traz "importantes orientações" para a elaboração de políticas que promovam o compartilhamento de responsabilidades entre homens e mulheres e a igualdade de oportunidades.


Fonte:G1

quinta-feira, 4 de março de 2010

Estresse no trabalho causa distúrbios na voz de professores

Uma pesquisa da Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo) diz que o estresse na sala de aula está fortemente associado aos distúrbios na voz dos professores. A doença aumenta de seis a 9,5 vezes as chances de o profissional tornar-se incapaz para o trabalho. As informações foram divulgadas na Agência USP.

A conclusão faz parte da pesquisa da fonoaudióloga Susana Gianini, que avaliou 167 professores que têm distúrbios na voz e dão aulas de ensino infantil, fundamental ou médio da cidade de São Paulo. Comparando-os com 105 colegas saudáveis que atuam nas mesmas escolas, a pesquisadora associou os distúrbios vocais ao estresse provocado pela organização do trabalho.

Isso porque, dos professores analisados, 70% dos que tinham problemas vocais apresentaram excesso de trabalho, com nível de pressão médio ou alto para realizá-lo. Já nos professores saudáveis a porcentagem era de 54,4%.

A carga de estresse entre os professores foi medida pelos níveis de excesso de trabalho e pela falta de autonomia sobre seus afazeres.

Entre os profissionais doentes, 73% mostraram ter pouca ou média autonomia para realizar o seu trabalho. Já entre os professores sem alteração vocal, a porcentagem é de 62,1%, explica Susana.

- A condição de estresse é de alto desgaste. Nesse nível, o professor perde a possibilidade de criar e intervir no trabalho. Ele tem muitas tarefas para desempenhar e não consegue criar soluções para os problemas que aparecem.

Classes cada vez mais cheias são um outro fato de estresse, pois aumentam o trabalho em volume e pressão.

Um levantamento da Faculdade de Fonoaudiologia da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) já havia apontado em 2003 que cerca de 60% dos professores da rede municipal da cidade de São Paulo têm distúrbios na voz — uma prevalência cinco vezes maior que no resto da população.

A realidade do professor de voz adoecida é a aposentadoria precoce ou o redirecionamento da carreira.

Fonte: R7

Participação das mulheres no mercado de trabalho cai na Grande SP

A participação das mulheres no mercado de trabalho na região metropolitana de São Paulo diminuiu 1,5% em 2009% em relação ao ano anterior. De acordo com a pesquisa divulgada nesta quinta-feira (4) pela Fundação Seade, 55,9% das mulheres estão inseridas no mercado de trabalho, número inferior ao de 2008, quando foi registrado 56,4% de participação.

Ainda segundo a pesquisa, a redução ocorreu principalmente entre os grupos economicamente vulneráveis, como o de mulheres jovens, as que ocupam a posição de filha no domicílio em que residem, aquelas menos escolarizadas e as negras.

A taxa de desemprego total das mulheres diminuiu pelo sexto ano consecutivo: ela foi de 16,5% em 2008 para 16,2% em 2009.

Entre os homens também houve uma queda na taxa de participação no mercado de trabalho, quase na mesma proporção das mulheres, passando de 72% em 2008 para 71,5% em 2009. A taxa de desemprego entre os homens cresceu de 10,7% em 2008 para 11,6% em 2009.

Fonte:G1

terça-feira, 2 de março de 2010

Apple admite trabalho infantil em 3 provedores

A empresa tecnológica Apple, fabricante do iPhone, do iPod e dos computadores Mac, divulgou hoje um relatório no qual reconhece que três de seus provedores empregaram menores de idade em suas fábricas.

O documento, publicado anualmente pela Apple destinado às empresas fornecedoras de componentes, assegura que três dessas companhias contrataram um total de 11 jovens de 15 anos. A legislação de seus respectivos países estabelece a idade mínima de 16 anos para trabalhar.

Todos eles já haviam chegado à idade mínima para trabalhar no momento em que se realizou a auditoria, mas tinham apenas 15 anos quando foram contratados, ressalta a Apple.

Após a descoberta, a Apple exigiu a cada uma das fábricas "desenvolver e implementar sistemas de gestão apropriados para impedir a contratação de menores no futuro", como melhores sistemas para verificar a idade dos funcionários.

Nenhum dos jovens continua trabalhando nas fábricas que os contrataram.

Com a publicação desse relatório, auditado a um total de 102 centros de produção, a Apple busca se antecipar a possíveis críticas.

A empresa americana não deu os nomes das companhias que se incluem nele, mas se sabe que seus auditores visitaram fábricas nos Estados Unidos, República Tcheca, Coreia do Sul, Filipinas, Cingapura, China, Taiwan e Tailândia.

O documento revela também outros sérios incidentes. Os funcionários trabalhavam mais horas do que as devidas em um total de 60 fábricas e 24 provedores, que pagavam salários abaixo do mínimo.

No total, a Apple descobriu 17 tipos de violações de suas normas de responsabilidade social, como documentos falsificados, taxas de contratação excessivas ou incidências no tratamento de resíduos perigosos.

Fonte: G1

segunda-feira, 1 de março de 2010

Sidrolândia (MS): Sem salário de janeiro, funcionários de usina ameaçam parar

Fonte: Imprensa Força Sindical

A usina Santa Olinda, distrito de Quebra Coco, município de Sidrolândia, ainda não efetuou o pagamento de salário referente ao mês de janeiro aos seus mais de 700 funcionários, que ameaçam paralisar as atividades na empresa a partir desta segunda-feira (1º). A denúncia é de Oviedo Santos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Fabricação do Açúcar e Álcool de Rio Brilhante. A empresa deve também, aos empregados, a 2º parcela do 13º salário de 2009 e pagamento de férias a dezenas de trabalhadores, referentes aos meses de maio, junho e julho do ano passado.

Oviedo informou que os trabalhadores estão revoltados com a continuidade dos atrasos de pagamento de salário. "Esse problema se arrasta desde 2008. É preciso que as autoridades constituídas dêem um basta a essa situação, já que inúmeros problemas sociais e econômicos têm gerado ao longo dos meses de atraso", comenta o sindicalista que tece duras críticas ao empresário José Pessoa, dono da Santa Olinda e de outras seis usinas de álcool e açúcar no País.

A Santa Olinda é administrada pelas empresas CBAA – Companhia Brasileira de Açúcar e Álcool e a Agrisul, ambas do empresário José Pessoa, que recentemente, segundo Oviedo Santos, promoveu uma audiência pública no município de Sidrolândia, para anunciar o investimento de R$ 50 milhões em meio ambiente. "Como podem fazer esse tipo de investimento se não conseguem honrar o compromisso básico que é o pagamento de salários em dia?"questiona Oviedo, que conta com o apoio da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Mato Grosso do Sul – FTI/MS, nessa luta pela regularização dos pagamentos.
O presidente da Força Sindical, Idelmar da Mota Lima, teceu duras críticas à direção da usina Santa Olinda, mais conhecida como "Quebra Coco", pelos constantes atrasos de pagamento de salário. "Salário é sagrado. Quanto tempo essa empresa vai demorar para entender isso?", questionou.

Eleição – No sábado (26) foi eleita a nova diretoria da FTI/MS, que reconduziu José Roberto Silva à presidência da entidade por mais quatro anos. Na solenidade, estavam presentes Idelmar da Mota Lima, presidente da Força Sindical Mato Grosso do Sul e presidente do sindicato e federação de trabalhadores no comércio da Capital e do Estado, respectivamente; Estevão Rocha dos Santos, vice-presidente da Força e presidente do Sintraconta; Hélio Rodrigues, coordenador da Força Sindical MS.

O processo eleitoral foi presidido por Luiz Lopes de Lima, secretário regional da região Centro-Oeste da CNTI (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias). Na mesa dos trabalhos, Hélio Rodrigues, da Força Sindical e Maria Valdete Dantas Machado, da Funtrab.

Além de José Roberto Silva, para presidência da federação, foram eleitos os seguintes diretores: Alcemir Remelli, secretário geral; Alberto José Oliboni, secretário de finanças; José Carlos Dutra secretário para assuntos do trabalho e Previdência Social; Cassiano de Oliveira, secretário de Educação. Suplentes: Elizangela Sandim da Silva, Alcir Lopes Gonçalves, Alsinio Teixeira Dias, Elizeu Assumpção Lopes e João Alves Pinheiro.

O conselho fiscal foi formado por: Oviedo Santos, Daniel Monteiro e Carlos Ajala Medina. Suplentes: Gelzo Rodrigues da Silva, Luiz Bridio Ângelo e Izidorio Ferreira dos Santos. Delegação confederativa: José Roberto Silva ef Alcemir Remelli. Suplentes: Oviedo Santos e Reinaldo de Queiroz.

Fonte: MS Notícias

Chile declara toque de recolher em cidades atingidas por tremor que matou 711

Fonte:da Reuters, em Concepcion (Chile), da Folha Online

O governo do Chile enfrenta nesta segunda-feira o desafio de levar ajuda a milhares de desabrigados nas cidades costeiras devastadas pelo terremoto de magnitude 8,8 de sábado (27), seguido de tsunamis, que matou ao menos 711. Cerca de 10 mil militares foram alocados nas regiões mais atingidas e impuseram toque de recolher na noite deste domingo e madrugada desta segunda-feira para evitar roubos e saques a lojas.

O toque de recolher foi aplicado na região de Maule e na cidade de Concepcion, das 21h às 6h, onde centenas de pessoas saquearam lojas não apenas por comida e água, mas por eletrodomésticos e outros bens. Os roubos também ocorreram em partes da capital, Santiago.

"Nós não temos água nem nada. Ninguém apareceu com ajuda e nós precisamos de mais polícia para manter a ordem", disse Ana, 78, em outra cidade muito afetada pelo tremor, Talca, 250 km ao sul da capital.


Em Concepcion, sobreviventes enfurecidos, acampados nas estradas com medo de novos desmoronamentos, descontavam suas frustrações nos bombeiros que distribuíam água potável em potes térmicos. Eles danificaram seus veículos.

Somente na cidade, onde as ondas destruíram carros e esmagaram casas, 350 pessoas morreram, segundo funcionários da equipe de emergência citadas pela TV estatal.

O governo elevou neste domingo para 711 o número de mortos pelo terremoto do fim de semana, enquanto imagens de destruição e de cidades atingidas por ondas gigantes são divulgadas na imprensa.

Com um número ainda não determinado de desaparecidos e algumas cidades na região central ainda isoladas por estradas danificadas, a presidente Michelle Bachelet disse que o número de vítimas deve aumentar.

Réplicas

Três novas replicas de mais de 5 graus de magnitude na escala aberta de Richter atingiram na noite deste domingo as regiões do Maule e de Bío-Bío, as duas áreas mais castigadas pelo terremoto da véspera, segundo o Instituto Geológico dos Estados Unidos (USGS).

Os dois tremores mais potentes, de 5,8 e 5,4 graus, foram registrados às 22h10 e 23h44 respectivamente, a 95 e 30 quilômetros de Talca, na região do Maule. O epicentro do primeiro foi localizado a 35 graus latitude sul e 72,6 graus longitude leste, a 26 quilômetros de profundidade sob o nível do mar. Enquanto o segundo foi localizado a 35,1 graus latitude sul e 71,7 graus longitude leste, a 42,6 quilômetros de profundidade sob o nível do mar.

Um terceiro tremor, de 5,1 graus, foi registrado às 0h07, a 80 quilômetros de Chillan, na região de Bío-Bío. Seu epicentro foi localizado a 36,1 graus latitude sul e 72,7 graus longitude leste, a 40 quilômetros de profundidade sob o nível do mar.

Emergência

A presidente do Chile, Michelle Bachelet, anunciou neste domingo um plano de emergência para ajudar os dois milhões de desabrigados pelo terremoto e declarou zona em estado de catástrofe as regiões do Maule e de Bío-Bío.

Equipes de resgate atuam com cautela por receio dos novos tremores. Mais de noventa terremotos de magnitude 5 ou maior atingiram a região após o tremor de sábado.

Além dos mortos, cerca de 500 mil casas foram destruídas, de acordo com a presidente. "Estamos enfrentando uma catástrofe gigantesca, que irá exigir um esforço de recuperação gigantesco", disse Bachelet, após encontro com ministros e militares no palácio La Moneda.

Bachelet, que deve deixar a Presidência em 11 de março, anunciou que o país irá aceitar a ajuda oferecida por vários países. Ontem, o presidente americano, Barack Obama, disse que o Chile é um "amigo próximo" e que os EUA estão "prontos a ajudar".

Segundo a presidente, o país necessita com urgência de hospitais móveis, plantas de purificação de água e especialistas em análise de danos. Ela também pediu o envio de mais homens para as equipes de resgate e para os esforços de reconstrução após o tremor.

Tremor

Em 1960, o Chile foi atingido por um terremoto de magnitude 9,5, um dos mais fortes já registrados. O tremor devastou a cidade de Valdivia, matou 1.655 pessoas e causou um tsunami que atingiu a Ilha da Páscoa, distante 3.700 quilômetros da costa chilena. A onda continuou e chegou ao Havaí, Japão e Filipinas. As ondas que chegaram nas Filipinas demoraram cerca de 24 horas para atingir o país.

O terremoto deste sábado foi sentido em São Paulo e também nas Províncias argentinas de Mendoza e San Juan. Uma série de abalos subsequentes atingiram a região costeira do Chile.