sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Incenso é três vezes mais tóxico que o cigarro

Fonte: O Momento

Aquela vareta, aparentemente inocente, usada por muitos como aromatizante de ambientes, pode ser um vilão para a saúde devido as substâncias cancerígenas existentes em sua composição. Um estudo feito pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, em 2008, concluiu que a fumaça do incenso libera substâncias altamente tóxicas que podem provocar desde irritação nos olhos até pneumonia e câncer.

A pessoa que queima um incenso por dia, por exemplo, está inalando a mesma quantidade de benzeno, substância cancerígena, contida em três cigarros, o que é igual a 180 microgramas por metro cúbico. E as mucosas serão facilmente irritadas por causa do formol, cerca de 20 microgramas por metro cúbico.

Antigamente essas especiarias aromáticas eram feitas secretamente pelos sacerdotes. Atualmente são produzidas de maneira que o consumidor não sabe que substâncias está inalando. Tudo isso por falta de regulamentação própria. Quem fabrica incensos não é obrigado a informar do que o produto é feito.

Mas existem alternativas para substituir o incenso, como trocá-lo pela queima de velas aromáticas ou de concentrados, ou essências específicas para aromatização. Ou, se o objetivo é perfumar a casa, uma das dicas é optar por elementos naturais, como flores ou folhas. É importante lembrar que o tabagismo é a terceira maior causa de morte evitável no mundo, e que o cigarro faz mal até mesmo para quem não fuma. Já o incenso é três vezes mais nocivo.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

SUS vai usar mais plantas medicinais e fitoterápicos

ANGELA PINHO Folha de S.Paulo
MATHEUS PICHONELLI Agência Folha - 08/01/2009

O governo federal vai ampliar a oferta de plantas medicinais e fitoterápicos na rede pública. Em dois anos, o número de prefeituras que disponibilizam os produtos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) subiu de 116 para 350, chegando a 6,3% dos municípios em 2008. A ideia agora é ampliar o número de cidades e a variedade de substâncias disponíveis.

Em dezembro de 2008, foi aprovado o programa nacional de plantas medicinais e fitoterápicos, coordenado pelo Ministério da Saúde. Ele prevê a destinação de verbas para o setor e a ampliação da lista de produtos que poderão ser pagos com recursos federais.

O governo estima que ao menos 200 plantas medicinais nativas têm potencial de uso no SUS, mas só dois fitoterápicos, feitos a partir do guaco e da espinheira-santa, estão na lista de medicamentos comprados com a verba do ministério.

Experiências locais

Em cidades como Cuiabá (MT), que tem um programa municipal, ao menos 20 plantas já são utilizadas, como a babosa, a erva-cidreira e o alho. Elas não podem, porém, ser adquiridas com a verba repassada pela União, já que não constam da lista de referência do ministério. Com a iniciativa federal, gestores do SUS esperam contar com mais medicamentos a partir deste ano.

Segundo Isanete Bieski, supervisora do Programa Municipal de Plantas Medicinais e Fitoterapia, da Secretaria da Saúde de Cuiabá, a redução dos gastos pode chegar a 80% em relação à compra de medicamentos convencionais. Na cidade, moradores recebem medicamentos e são orientados a adaptar, em casa, hortas com plantas medicinais.

"Com a aprovação do programa, haverá mais incentivos à implantação ou adequação de farmácias públicas de manipulação de fitoterápicos para atender às realidades regionais. Esses programas vão receber verbas de fomento federais."

O governo também estuda desonerar a produção das plantas e destinar mais verbas à pesquisa e ao desenvolvimento de tecnologia para o setor. A ideia é que a produção seja feita principalmente na agricultura familiar. Embora a lista de fitoterápicos aumente, não está previsto um incremento do orçamento para a compra de medicamentos pelos municípios, de R$ 7,10 por habitante, em verbas federais, estaduais e municipais, a cada ano.

Segurança

O Ministério da Saúde garante a segurança das plantas medicinais e fitoterápicos que serão distribuídos. "O fitoterápico é eficaz, embora tenha riscos como qualquer outro [medicamento], e tem que seguir as regras que a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] exige", diz José Miguel do Nascimento Júnior, diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica da pasta.

Roberto D'Ávila, vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, diz não se opor ao uso de fitoterápicos, desde que a segurança e eficácia tenham sido comprovadas.

É a mesma opinião de Rosany Bochner, coordenadora do Sinitox (Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas), da Fiocruz. Ela ressalta que os medicamentos à base de plantas também têm efeitos colaterais, por isso é preciso ficar atento à bula. "É muito presente na população essa ideia de que, porque é natural, não faz mal", afirma.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Governo quer dobrar usinas poluentes

Fonte: Folha de São Paulo

Ministério de Minas e Energia planeja construção de 82 termelétricas até 2017, 68 delas movidas a combustíveis fósseis


Plano colocado em consulta pública na véspera de Natal prevê aumento de 172% nas emissões de gás carbônico do parque térmico nacional

No ano em que o mundo terá de entrar em acordo sobre a adoção de metas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, o Brasil apresenta um Plano Decenal de Energia que dobra o parque termelétrico do país e enfatiza as fontes de energia sujas, que colaboram para o aquecimento global.
O plano prevê a criação de 82 usinas termelétricas de 2008 a 2017, com potência total de 15.305 MW. Dessas, 68 serão movidas a combustíveis fósseis. Hoje, há 77 térmicas instaladas, 74 delas de fontes fósseis, que juntas têm potência de 15.444,7 MW. Com o plano, as emissões de gás carbônico das termelétricas subirão 172% -passando de 14,43 milhões de toneladas para 39,3 milhões de toneladas.
Se as emissões de todos os outros setores da economia, como transportes e indústria, permanecessem estáveis nesse período, as emissões das termelétricas passarão de 4,3% do total atual para 12% em 2017.
O plano prevê ainda a criação de 71 hidrelétricas, 11 usinas a menos em relação às térmicas. Porém, o potencial hidrelétrico a ser instalado será bem maior que o do novo parque termelétrico, com 28.938,5 MW.
Na opinião de Luiz Pinguelli Rosa, diretor da Coppe-UFRJ (Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro), o governo está cometendo um "erro grande" ao priorizar as termelétricas. "Entramos na contramão da história e vamos aumentar a emissão de gases-estufa desnecessariamente."

Dois países?
O Ministério de Minas e Energia colocou o plano que prevê a expansão da energia suja em consulta pública na internet (www.mme.gov.br) no dia 24 de dezembro. Duas semanas antes, o Brasil recebia em Poznan, Polônia, elogios internacionais por seu Plano Nacional de Mudanças Climáticas. No documento, o governo assume metas internas de redução do desmatamento e defende a ampliação das energias renováveis. No final deste ano, deve ser fechado na conferência de Copenhague, na Dinamarca, um acordo entre os países sobre as novas metas de redução das emissões a partir de 2012.
Para a senadora Marina Silva (PT), ex-ministra do Meio Ambiente e colunista da Folha, o Plano Decenal de Energia "é uma contradição". "Se for para o Brasil ir pelo caminho mais fácil, não precisa do plano [de Mudanças Climáticas]."
"Se vai reduzir emissão em função da diminuição do desmatamento você não pode aumentar as emissões por outro lado, senão você não fecha essa conta", disse.
Ela ressaltou que a energia eólica é pouco explorada no Plano Decenal, por exemplo. Hoje, os ventos representam 0,3% da geração total de energia no Brasil e, em 2017, passarão para 0,9%.
Dos 15.305 MW previstos para entrar em operação no horizonte do plano por meio das usinas térmicas, 89,4% são provenientes de combustíveis fósseis. E as usinas a óleo combustível dominarão o cenário a partir de 2010 até o final do período -serão 41 usinas novas.
A maior parte das térmicas, um total de 55, deve ser instalada no Nordeste. A segunda região que mais receberá esse tipo de usinas será o Sudeste, que deve ganhar 20 delas.

Culpa
Segundo Pinguelli Rosa, a população também tem sua parcela de culpa na ampliação das térmicas, ao criticar a construção de hidrelétricas no país. "Mas o governo tem maior responsabilidade. Não pode cometer um erro desses só porque a sociedade se equivoca", disse.
O Ministério de Minas e Energia, procurado na manhã de ontem, não respondeu à Folha até o fechamento desta edição. De acordo com a página do ministério na internet, a consulta pública sobre o Plano Decenal de Energia terminará em 30 de janeiro.
Sérgia Oliveira, do Ministério do Meio Ambiente, não respondeu às questões específicas da reportagem sobre o Plano Decenal de Energia. Ela afirmou que a pasta defende a promoção da energia renovável e que o Ministério de Minas e Energia "tem sido muito aberto" para discutir a questão.
(AFRA BALAZINA)

Aposentadoria em meia hora parecia piada

Aposentadoria em meia hora parecia piada
ELIO GASPARI
Fonte: Folha de São Paulo

As coisas boas também acontecem, o INSS está livrando o país de uma inhaca cinquentenária

ADMITA-SE QUE em dezembro de 2003 uma pessoa resolvesse listar cinco coisas impossíveis e produzisse algo assim:
1 - Em 2008 os Estados Unidos elegerão um presidente negro com nome muçulmano.
2 - José Dirceu, o "capitão do time" de Lula, será defenestrado, terá o mandato cassado e ficará exposto até mesmo ao furto da memória de seu computador.
3 - Os EUA acabarão atolados numa guerra civil no Iraque e os dois lados pedirão a saída de suas tropas.
4 - O INSS concederá aposentadoria por idade em meia hora.
5 - Wall Street irá à garra.
A previsão da boa nova para os trabalhadores brasileiros talvez fosse a mais estapafúrdia. Todas aconteceram, mas a vitória obtida pelo governo de Nosso Guia merece respeito. É sucesso na veia do andar de baixo, precisamente numa faixa social onde "espera" e "INSS" significavam malogro, fraude e desrespeito. Ninguém se esquece do momento-Calígula do ministro Ricardo Berzoini, que convocou todos os velhinhos do país para um recadastramento.
As paixões políticas turvam a cena em que ocorrem mudanças que beneficiam o andar de baixo. À esquerda e à direita há um certo desconforto para se reconhecer que o general Garrastazu Médici lançou a base do que é hoje a aposentadoria do trabalhador rural e que João Goulart defendeu e sancionou a lei que criou o 13º salário.
O tempo de espera para quem busca a aposentadoria por limite de idade já estava na faixa decente dos 21 dias, mas uma tramitação de meia hora era coisa na qual ninguém seria capaz de acreditar. O sistema começou a funcionar nesta semana, com alguns enguiços. Talvez em um ano todas as outras modalidades de aposentadorias tramitarão com rapidez semelhante.
Imagine-se a ridícula situação em que fica um daqueles médicos da rede privada que condenam seus pacientes a esperas intermináveis: "Doutor, sua consulta está demorando mais que tramitação de processo de aposentadoria no INSS". A patuléia se livrou de uma aporrinhação, numa época em que é chique ficar na fila para entrar em cercadinho VIP, para comprar jatinhos e reservar mesa em restaurantes que servem espumas. A maison Hermès gosta de dizer que a fila de espera para a sua bolsa Birkin é de dois anos. (Mentira, mas ficar numa fila-Hermès dá status.)
A benfeitoria do INSS deriva de avanços tecnológicos, mas seria injusto atribuir a eles o êxito conseguido. Os computadores poderiam ter feito esse serviço há mais de dez anos. Basta ver que em São Paulo o governador Mario Covas criou em 1997 o Poupatempo, para a rápida obtenção de documentos que consumiam semanas. Num e noutro caso, havendo tecnologia, houve vontade de usá-la em benefício da choldra. Há questões em que há a tecnologia, mas, como faltam vontade e trabalho, nada acontece. É esse o caso do ressarcimento devido ao SUS pelas operadoras de saúde privada e da regularização da propriedade de lotes urbanos em terrenos públicos.
Em outubro de 2005, Nosso Guia prometeu: "A ordem é acabar com as filas, [do INSS] dando dignidade ao cidadão. A partir de março, começo de abril, podem me cobrar". Ninguém cobrou a bufonada, mas, três anos depois, pelo menos uma das esperas do INSS vai-se embora. As coisas boas também acontecem.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Novo material não molha nunca

Material enviado por Arline Arcuri - Membro do Conselho Científico do Diesat

RICARDO BONALUME NETO - Folha de São Paulo 30/12/08

Gotículas de água (azul) e óleo de 3 milímetros de diâmetro sobre uma superfície omnifóbicaAnish Tujela/Wonjae Choi

Grupos nos EUA e na Suíça desenvolvem superfícies capazes de repelir todo tipo de líquido, de água a óleo

Materiais foram chamados de "omnifóbicos" e podem ser utilizados em tecido, vedação de tanque de avião e até aparelhos auditivos

Imagine uma roupa que se lava sozinha. Ou a capa de chuva que não deixa entrar nem uma gotinha. Ou a camisa branca imune a manchas de vinho tinto. Feitos com um material que resiste não só à água, mas também não admite ser manchado com óleo ou com gasolina. Pois os primeiros protótipos deste tipo de material já foram produzidos nos EUA e na Europa.
Os pesquisadores conseguiram um feito raro, melhorar o que existe na natureza. Há folhas de plantas com superfícies hidrofóbicas, isto é, repelem a água, que em vez de penetrá-las forma gotas na sua superfície. As penas das aves também têm essa propriedade -mas podem ser maculadas por óleo, como os derramamentos de petróleo demonstram tristemente.
A equipe de Robert Cohen, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, EUA, criou superfícies igualmente hidrofóbicas e oleofóbicas. As propriedades "anti-sociais" do material são tão fortes que os pesquisadores criaram uma nova palavra para descrevê-lo: "omnifóbico", o que repele tudo.
Uma das maneiras de obter a propriedade envolveu produzir uma textura microscópica na superfície capaz de repelir o líquido em contato graças a minúsculos bolsões de ar. A textura tem estruturas que lembram a forma de um cogumelo.
O conceito essencial é o de "tensão superficial", o efeito que faz a superfície de um líquido se comportar como uma membrana elástica. Ela é causada pela atração entre as moléculas no interior do líquido. Os líquidos procuram adotar uma forma que minimize a superfície, o que explica por que as gotas tendem a ser esferas (a forma com a menor relação entre superfície e volume).
A água tem uma tensão superficial alta, o que explica sua facilidade em formar gotas sobre uma superfície hidrofóbica. Já os óleos têm tensão baixa, por isso tendem a formar poças rasas e a penetrar tecidos.
Além da superfície com a forma correta, Cohen e colegas também usaram uma camada de um composto químico hidrofóbico, o fluorodecil-POSS, para criar um material verdadeiramente omnifóbico, como descreveram em artigo publicado no periódico "PNAS". O efeito pôde ser observado até em uma pena de pato, que passou a repelir óleo depois de mergulhada no composto.
"Os efeitos sinergéticos da textura reentrante da pena de pato e a pequena energia de superfície das moléculas de fluorodecil-POSS permitem à pena repelir facilmente diversos tipos de líquidos", diz Anish Tuteja, primeiro autor do estudo.
Já a equipe de Stefan Seeger, da Universidade de Zurique, Suíça, conseguiu um tecido com propriedades super-hidrofóbicas ao revestir fibras de poliéster com microscópicos filamentos de silicone.
O tecido impede a entrada de água, que se mantém na forma de gotas esféricas, mantendo o mínimo contato com a superfície. Segundo Seeger, é também a combinação da estrutura microscópica com a camada química que produz o efeito.
Mesmo debaixo d'água o tecido mantém a propriedade. Retirado em seguida, ele está seco. Seeger descreveu o material na revista científica "Advanced Functional Materials".
As aplicações da tecnologia não se limitam a tecidos. O estudo de Cohen e Tuteja teve financiamento da Força Aérea dos EUA, interessada em obter membranas e vedações à prova de óleo e combustível de avião. Mas a descoberta despertou interesse até de fabricantes de aparelhos auditivos, que querem evitar o acúmulo de cera do ouvido nos seus produtos.

FUP: Política de SMS da Petrobrás mata mais um

Política de SMS da Petrobrás mata mais um

Fonte: Imprensa da FUP

A Petrobrás já inicia o ano de 2009 causando revolta e indignação aos trabalhadores, devido a mais um acidente ocorrido ontem, 04, na P-34.
O saldo do acidente provocado por falha de uma válvula de bloqueio na plataforma FPSO P-34, que opera no campo de Jubarte, no litoral sul do Espírito Santo, a 130 km de Vitória, foram dois trabalhadores feridos e um morto.
Os trabalhadores prestavam serviços à Petrobrás pela UTC Engenharia, que até o momento não se pronunciou.
O trabalhador falecido Willian Robson Vasconcelos era caldeireiro, morador do Município de Serra – ES, e infelizmente, é mais um nome que entra para a lista de tragédias causadas pela política de (in) segurança da empresa.
Os outros dois trabalhadores Mário Alves de Souza e Marivaldo Pedro Alves de Souza, sofreram escoriações leves e foram atendidos na enfermaria da plataforma.
O Sindipetro ES já indicou um diretor de SMS que também fará parte do grupo de trabalho montado pela Petrobrás para investigar as causas do acidente.
A FUP está encaminhando um ofício à Petrobrás, solicitando o quanto antes, uma reunião para discutir o acidente.

Acidente mata operário na plataforma da Petrobras

Acidente mata operário na plataforma da Petrobras
15 morreram em unidades da empresa em 2008

Fonte Folha de São Paulo
PEDRO SOARESDA SUCURSAL DO RIO

Uma explosão na plataforma da Petrobras FPSO P-34 provocou a morte, no final da noite de anteontem, de um trabalhador terceirizado da companhia -historicamente, o grupo mais vulnerável aos acidentes fatais ocorridos na empresa.
O caldeireiro William Robson Vasconcelos, 28, morreu às 23h15 de domingo, após falha de uma válvula que resultou numa explosão e obrigou a Petrobras a paralisar a produção de petróleo. A unidade opera no campo de Jubarte, na bacia de Campos, no sul do Espírito Santo (130 km de Vitória).
Morador de Serra (Grande Vitória), o operário era contratado da UCT Engenharia. Outros dois empregados da empresa, Mário Alves de Souza e Marivaldo Pedro Alves de Souza, sofreram escoriações leves, foram atendidos na enfermaria da plataforma e liberados.
Segundo dados da FUP (Federação Única dos Petrobras), a maioria dos acidentes com morte atingem empregados terceirizados. Das 273 mortes em unidades da Petrobras desde 1995, 220 (80%) eram funcionários contratados de firmas prestadoras de serviço.
Os terceirizados estão mais ligados aos serviços que envolvem mais riscos. Têm carga horária maior: trabalham 15 dias embarcados e folgam 15 dias; já para os empregados próprios, a escala é de 14 para 21 dias.
Em 2008, 15 trabalhadores -tanto próprios como terceirizados- morreram. Em 2007, foram 16. Esse é o primeiro acidente com vítima fatal de 2009."Infelizmente, é mais um nome que entra para a lista de tragédias causadas pela política de segurança da empresa", diz a FUP, em nota. A entidade critica a falta de segurança nas operações dos terceirizados.
Já a Petrobras lamenta, em nota, a morte do caldeireiro e afirma que dará apoio à família da vítima. "A Petrobras e a empresa UTC Engenharia estão prestando toda assistência à família da vítima." A estatal diz ainda que as investigações sobre o acidente começaram.
Segundo a Petrobras, as providências para a retomada da produção de óleo estão sendo tomadas e a situação deve se normalizar hoje.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Cientistas apostam em geoengenharia para frear aquecimento

Folha Online - 02/01/2009 - 10h57

O fracasso mundial em interromper as emissões de gás carbônico da atmosfera e a consequente intensificação do aquecimento global está levando muitos cientistas a pensar em um "plano B" para o problema.

É o que mostra uma pesquisa recente com cientistas realizada pelo jornal britânico "The Independent", em que a maioria defendeu o investimento em projetos de geoengenharia, que consiste em planos artificiais para forçar a absorção de gás carbônico pela natureza.

Esse tipo de medida, que envolve tecnologias altamente controversas -- como fertilizar os oceanos com partículas de ferro para aumentar a quantidade de algas ou mesmo espalhar sulfato no ar para refletir de volta a luz do sol-- já é considerada necessária para boa parte dos cientistas para diminuir as temperaturas do planeta.

Na consulta realizada pelo "Independent" com 80 renomados especialistas em aquecimento global, 54% disseram que a situação está tão ruim que é necessário um plano envolvendo manipulação do clima global para combater os efeitos nocivos das emissões de gás.

Outros 35% dos cientistas discordaram, argumentando que estratégias artificiais poderiam ofuscar o objetivo principal de cortar as emissões de CO2. Os 11% restantes dos pesquisadores disseram que não sabem se uma estratégia de geoengenharia é ou não necessária.

É quase consenso entre todos os pesquisadores, no entanto, que é necessária uma ação emergencial para tratar o problema, já que acordos assinados na última década, como o Protocolo de Kyoto, não tiveram o efeito esperado. Além das emissões de CO2 terem crescido em média 1% ao ano no mundo nos último anos, a absorção natural do gás pelas florestas e oceanos diminuiu drasticamente.

Entre os cientistas entrevistados que defendem o uso de tecnologias para frear o aquecimento global, quase todos dizem que esse tipo de estratégia não deve impedir esforços para que as autoridades tracem políticas para cortar as emissões de gás. Para eles, remediar e prevenir não devem ser opções excludentes.

Planos

As tecnologias e projetos para conter o aquecimento sofrem oposição há vários anos e envolvem medidas arriscadas; algumas delas lembram ficção científica.

Alguns cientistas, por exemplo, sugerem que seria possível refletir a luz solar com um espelho gigante ou um conjunto deles colocados entre a Terra e o Sol. O esquema levantou controvérsia sobre como isso poderia ser controlado, além dos efeitos secundários desconhecidos poderia causar.

Outra ideia é injetar partículas de sulfato artificial na estratosfera, camada superior da atmosfera terrestre. Quem sugeriu o plano foi o ganhador do Nobel Paul Crutzen, após verificar que erupções vulcânicas liberam sulfato suficiente para refletir o calor do sol e baixar as temperaturas da Terra em 0,5 ºC em dois anos. O risco, no entanto, é que a medida pode provocar chuvas ácidas e efeitos nocivos para a agricultura.

O cientista John Latham, do Centro Nacional de Pesquisas Atmosféricas dos Estados Unidos, em Boulder, no Colorado, trabalha em uma pesquisa para atomizar água do mar e com elas produzir gotículas que formem pequenas nuvens marítimas de baixa altitude para cobrir parte da superfície oceânica. A única matéria prima seria a própria água do mar e o processo poderia ser interrompido facilmente. A ideia, no entanto, só impediria o aquecimento em áreas oceânicas.

Adicionar sais de ferro nos mares foi uma medida pensada para forçar a absorção de CO2 pela natureza. O plano iria multiplicar o crescimento de algas marinhas, que absorvem o gás, que precipitaria para águas profundas. Mas caso animais se alimentem das algas, o gás subiria de volta às superfícies.

Estudo identifica fator de risco genético para infarto na juventude

Mutação traz risco de ataque cardíaco em pessoas com menos de 37 anos.
Idéia é trazer chance de prevenção para quem tem tendência ao problema.

Luis Fernando Correia - 05/01/09 - G1


Infartos do coração em pacientes mais jovens geralmente são graves e de efeito devastador. Os médicos já haviam identificado que existia um aumento do risco em famílias onde aconteceram casos de morte súbita por doença coronariana. Segundo um artigo publicado na revista "PLoS Genetics" por cientistas da Universidade Duke (EUA), uma variação genética é a causa do aumento do risco.
Uma determinada região do cromossomo 7 já havia sido previamente identificada como possível localização da variação genética. Para determinar qual variação de genes estava associada ao problema, mil famílias com casos de doença coronariana ou infartos do coração tiveram seu genoma estudado.Para selecionar esses participantes praticamente todos os pacientes que foram submetidos a um cateterismo cardíaco na universidade desde 2001 foram avaliados.

Os cientistas identificaram uma variação genética que foi batizada de gene do neuropeptídeo Y (gene NPY). A presença da variação do gene NPY no cromossomo herdado da mãe ou do pai aumenta o risco da doença coronariana.
A relação entre aumento do risco e variação genética é maior em pessoas com idade menor do que 37 anos de idade.

Essa pesquisa aponta para a possibilidade de que possamos diagnosticar de forma precoce os indivíduos que têm risco de sofrer problemas cardíacos tão cedo.

Há 94 anos, a Ford dobrava o salário de seus operários.

Há 94 anos, a Ford dobrava o salário de seus operários.

Fonte: Site Auto Estrada foto de Jorge Meditsch


No dia 5 de janeiro de 1914, a Ford passou a pagar a seus operários um mínimo de U$ 5,00 por dia de trabalho. O valor era praticamente o dobro do oferecido pelas outras indústrias automotivas e provocou uma verdadeira revolução no mercado nas mais diversas áreas.
Descontado quase um século de inflação, o valor mínimo recebido na época por um funcionário da Ford eqüivaleria hoje a cerca de US$ 106,00 (aproximadamente R$ 265,00). Os novos salários criaram uma nova classe de consumidores que, além de melhorarem imediatamente seu padrão de vida, passaram a ser compradores potenciais do próprio carro que fabricavam. Em 1914, o Ford Modelo T básico custava US$ 550,00.
Lucros - A notícia do aumento do salário básico em janeiro de 1914 veio acompanhada por outra, de igual repercussão. Henry Ford, o proprietário da empresa, decidiu distribuir aos seus funcionários US$ 10 milhões, como participação nos lucros da empresa que, no ano anterior, chegaram a US$ 28 milhões. O mesmo comunicado informava que a Ford passava a operar em três turnos de oito horas, em lugar de dois de nove, abrindo milhares de vagas para novos operários.
Curiosamente, embora também fossem beneficiados pelo novo salário, “garotos” (trabalhadores solteiros com menos de 22 anos) e mulheres não foram incluídos na repartição dos lucros, com exceção dos que comprovassem ser financeiramente responsáveis por suas famílias.

Um morre e 2 ficam feridos em plataforma da Petrobras

Um morre e 2 ficam feridos em plataforma da Petrobras

Fonte: Agência Estado
Em São Paulo (SP)




Um funcionário morreu e outros dois ficaram feridos em um acidente na plataforma FPSO P-34, que opera no campo de Jubarte, no litoral sul do Espírito Santo, a 130 quilômetros de Vitória.
Segundo comunicado da Petrobras, o acidente ocorreu na noite de ontem e foi provocado pela falha de uma válvula de bloqueio na plataforma, atingindo e matando o caldeireiro William Robson Vasconcelos, contratado da empresa UTC Engenharia, que presta serviço à estatal.
Outros dois empregados da UTC Engenharia, Mário Alves de Souza e Marivaldo Pedro Alves de Souza, sofreram escoriações leves e foram atendidos na enfermaria da plataforma e liberados em seguida.
De acordo com a nota, a Petrobras e a UTC Engenharia estão prestando toda assistência à família da vítima, de 28 anos. A Petrobras já comunicou a ocorrência aos órgãos competentes e instaurou comissão técnica para analisar as causas do acidente.
Em razão do acidente, a produção da plataforma foi temporariamente interrompida. As providências para sua retomada já estão em andamento.

Nanopartículas podem auxiliar no tratamento de doenças, diz pesquisa

Fonte: JB Online

MASSACHUSETTS - Cientistas americanos do Massachusetts Institute of Technology descobriram uma maneira de utilizar nanopartículas de ouro para auxiliar o tratamento de doenças. As nanopartículas serviriam para transportar e liberar uma quantidade de remédio em partes específicas do corpo de forma controlada. A principal esperança é que a descoberta possa auxiliar no tratamento do câncer.

Nanopartículas são partículas invisíveis ao olho humano, no caso das de outro podem ter em tamanho apenas um nanômetro, o que equivale a um bilionésimo de um metro. Segundo os cientistas, as nanopartículas se dissolvem quando expostas a diferentes níveis de luz infravermelha. Com a utilização de dois tipos diferentes de nanopartículas, que têm pontos diferentes de derretimento, seria possível que diferentes remédios fossem liberados de forma separada, em intervalos controlados.

Dessa forma, é possível utilizar as nanopartículas para transporte e liberação do medicamento, o que permitiria que drogas mais tóxicas fosse usadas com menos risco a outros órgãos, por levar o medicamento a parte específicas. No caso do câncer, poderia agir direto nos tumores minimizando os efeitos agressivos da quimioterapia. No entanto, a investigação ainda não foi concluída e o trabalho não pode ser testado em seres humanos.A pesquisa foi publicada na revista científica ACS Nano.

Com informações da BBC Brasil

Carta sugere redução de ritmo de trabalho nos frigoríficos

Fonte: Repóter Brasil - 23/12/08

Entidades públicas e da sociedade civil recomendam a redução da jornada e do ritmo de trabalho, além das pausas durante a jornada, como pontas de lança para melhorias nas condições tensas que caracterizam unidades frigoríficas

Por Repórter Brasil*

Redução da jornada e do ritmo de trabalho, além de pausas de recuperação de fadiga - no meio da jornada - nos termos da Norma Regulamentadora 17 (NR 17). As recomendações da “Carta de Florianópolis sobre a saúde e segurança do Trabalho em Frigoríficos” podem ser entendidas como um pontapé na tentativa de construção de uma agenda proposta por órgãos públicos e civis voltada para a melhoria do ambiente de trabalho no setor.
Pelo menos esta foi a intenção dos participantes do seminário “Frigoríficos: como superar a atual situação de adoecimentos de trabalhadores”, realizado em Florianópolis (SC) no último dia 12 de dezembro.
Participaram do encontro representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT), da Justiça do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), do Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados de Santa Catarina (Sindicarnes), da Confederação dos Trabalhadores da Alimentação (Contac), da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Carnes e Alimentação de Santa Catarina (Fetiaesc) e da Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas (Abrat).
Está marcado para março do ano que vem o "Encontro Nacional de Responsabilidade Social de Fato", que tem como objetivo a definição de processo de implementação efetiva de “medidas visem melhorar a condição de saúde e dignidade humana no exercício do trabalho nos frigoríficos”.
“Estamos todos a consumir produtos que são fruto do sofrimento humano”, salientou o procurador do Trabalho Sandro Sardá, do Ofício do MPT em Chapecó (SC), um dos organizadores do evento. Para ele, há uma verdadeira legião de lesionados e é fundamental rever o ritmo da agroindústria. Sandro sugeriu a intensificação da parceria entre o MPT e o MTE, com a criação de grupos móveis de fiscalização do setor frigorífico, atuando em nível nacional.
O procurador fez uma apresentação sobre o trabalho nos frigoríficos e traçou um quadro marcado por atividades fragmentadas e repetitivas (de baixa remuneração), permanentemente em ambientes frios (de 7,6 a 11ºC). Os trabalhadores são obrigados a acompanhar uma cadência imposta pelas máquinas, geralmente em pé e com posturas inadequadas (ombros elevados, tronco inclinado e pescoço extendido). Em espaços exíguos que impedem a livre movimentação, eles são expostos continuamente tanto a níveis de ruído acima dos 80 decibéis como à umidade e riscos biológicos (carne, glândulas, vísceras, sangue, ossos). Funcionários chegam a fazer, em média, 45 mil movimentos por jornada de trabalho – três vezes mais que os 15 mil recomendados por estudos.

R$ 10 milhões
O vazamento de gás amônia na unidade do frigorífico Bertin de Campo Grande, em 25 de fevereiro deste ano, se encaixa em mais um dos casos graves que se repetem no setor. A Procuradoria Regional do Trabalho da 24ª Região (PRT-24) ajuizou uma ação civil pública requerendo que a Justiça do Trabalho condene o Bertin a pagar uma indenização de R$ 10 milhões. O procurador Odracir Juares Hecht pediu a condenação da empresa por conta do vazamento (e da conduta da empresa diante do ocorrido).
De acordo com a investigação do Ministério Público do Trabalho (MPT), o frigorífico teria obrigado 26 empregados a manter o trabalho por várias horas dentro da planta industrial, inalando o gás tóxico, mesmo depois que funcionários começaram a passar mal.
Depoimentos colhidos pelo procurador Odracir dão conta de que alguns funcionários passaram muito mal por causa da inalação do gás, que começou a vazar ainda pela tarde. O ritmo de produção na sala de desossa do frigorífico foi mantido, mesmo com o insuportável o cheiro da amônia.
Relatos confirmam também que ninguém foi socorrido pela empresa, que teria impedido até que os funcionários chamassem o Corpo de Bombeiros. Assustados, alguns ligaram mesmo assim para pedir ajuda. Quando chegaram à empresa, os bombeiros foram barrados na portaria por cerca de 40min pelos seguranças, que chegaram a declarar que desconheciam o problema do vazamento. A empresa ainda teria tentado esconder as vítimas. Funcionários só foram socorridos por volta das 22h, depois que os bombeiros entraram à força na unidade e encontraram os trabalhadores escondidos.
Segundo o Capitão Luidson Borges Tenório Noleto, que chefiou a operação, os trabalhadores socorridos apresentavam nítido déficit pulmonar obstrutivo crônico (DPOC), parecido com uma asma forte. Muitos reclamavam de ardência no nariz e nos olhos, além de dores no peito. Segundo estudos do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a amônia pode até matar quando inalada em grande quantidade.
O gerente industrial do frigorífico e o encarregado da equipe de limpeza foram presos em flagrante pelos crimes de omissão de socorro e desobediência. A empresa só emitiu as Comunicações de Acidente de Trabalho (CATs) dez dias depois do ocorrido. A lei exige que as CATs sejam emitidas dentro de 24 horas, salvo impedimento justificável.
A empresa ainda descontou do salário os dias em que os funcionários não foram trabalhar porque estavam passando mal. Várias das vítimas foram demitidas pouco tempo depois do vazamento de amônia sem que fosse realizado qualquer exame médico para avaliar seus estados de saúde.

Um grupo de nove vítimas foi ouvido pelo autor da ação civil pública. Segundo o procurador, muitos reclamam que sofrem com problemas de saúde até hoje: sentem falta de ar, dores de cabeça e no estômago. Por isso, alegam enfrentar dificuldades para conseguir outro emprego. Alguns teriam sido coagidos pela empresa a mentir no inquérito policial, sob pena de demissão.

Para o procurador Odracir, "a conduta da empresa, ao mesmo tempo que demonstra seu total descaso para com a dignidade e a vida dos trabalhadores, revela o seu desprezo em relação às instituições públicas, o que não pode ser admitido pela sociedade". Além da indenização por danos morais coletivos, a ação que tramita na 6ª Vara do Trabalho de Campo Grande exige também que o frigorítico Bertin seja obrigado a adequar várias outras irregularidades encontradas no meio ambiente de trabalho.

Em nota por ocasião de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado por conta de irregularidades flagradas na unidade de Naviraí (MS), o Bertin declarou que o grupo tem compromisso "com a legalidade e a garantia de todos os direitos trabalhistas de seus colaboradores" e "prevê que a empresa estabeleça parâmetros com relação a alguns aspectos subjetivos na legislação trabalhista vigente". Um dos maiores frigoríficos do país com um total de vendas de R$ 1,2 bilhão em 2007, o Bertin tem hoje cerca de 25,5 mil funcionários.

Recentemente, o Bertin obteve dois volumosos financiamentos: conseguiu um financiamento de US$ 90 milhões da International Finance Corporation (IFC), braço do Banco Mundial responsável por empréstimos ao setor privado, e recebeu outros R$ 2,5 bilhões para ampliar a capacidade de suas fábricas e consolidar o plano de internacionalização da principal fonte de empréstimos para o fomento da indústria nacional - o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

*Com informações do Ministério Público do Trabalho

INSS INICIA CONCESSÃO MAIS ÁGIL DE APOSENTADORIA NESTA SEGUNDA FEIRA

Fonte: Faxaju.com.br

Governo promete conceder benefício em 30 minutos. Isso é possível em razão da adoção de cadastro informatizado.

A partir desta segunda-feira (5), as agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) já estão aptas a conceder, em 30 minutos, aposentadorias por idade aos trabalhadores urbanos, com reconhecimento automático de direitos.

Em vez da exigência de apresentar uma série de documentos, que pode fazer o processo demorar mais de um ano, o trabalhador já pode requisitar a aposentadoria apresentando somente a carteira de identidade.

A maior agilidade na concessão das aposentadorias por idade é possível, segundo o Ministério da Previdência, a partir da aprovação da lei que autorizou o INSS a ampliar a base de dados certificados do Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS), utilizado na concessão das aposentadorias.

Essa lei foi regulamentada pelo decreto 6.722, publicado em edição extra do Diário Oficial de 31 de dezembro. A lei também criou a figura do microempreendedor individual, que permitirá a trabalhadores com pequenos negócios informais se inscrever na Previdência Social pagando alíquota reduzida de 11% sobre o salário mínimo.

Demais benefícios

Ainda de acordo com a Previdência, gradualmente, os dados do CNIS estarão disponíveis para a concessão dos demais benefícios da Previdência Social. Em março de 2009, por exemplo, a previsão é que seja possível conceder aposentadoria por tempo de contribuição para trabalhadores urbanos e, em julho, a concessão de aposentadoria por idade para trabalhadores rurais.

O decreto 6.722 regulamenta ainda a criação do cadastro de dados dos segurados especiais da Previdência, que são os pequenos produtores rurais, pescadores artesanais, seringueiros, bem como cônjuges e filhos destes.

O INSS fechou parcerias com entidades representativas dos trabalhadores rurais, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e a Via Campesina, para pesquisar os dados sobre esses trabalhadores para montagem do cadastro até julho de 2009.

Fumo passivo pode trazer dificuldades para engravidar

Fumo passivo pode trazer dificuldades para engravidar

Mulheres expostas ao tabagismo passivo na infância ou na idade adulta têm mais risco de sofrer abortos espontâneos

Pesquisa concluiu que 40% das mulheres expostas à fumaça por 6 horas ou mais por dia tiveram dificuldade de engravidar ou abortaram

CLÁUDIA COLLUCCI
Fonte: Folha de São Paulo
DA REPORTAGEM LOCAL


Mulheres expostas ao fumo passivo na infância ou na vida adulta têm mais chances de enfrentar dificuldades para engravidar ou de sofrer abortos espontâneos, revela um estudo da Universidade de Rochester (EUA), publicado na revista "Tobacco Control". É a maior pesquisa já feita a mostrar essa associação.
Na análise, que envolveu 4.800 mulheres não-fumantes atendidas no Roswell Park Cancer Institute, os pesquisadores constataram que 40% daquelas que eram expostas à fumaça do cigarro por seis horas ou mais por dia tiveram dificuldade para engravidar ou sofreram abortos espontâneos.
Mulheres expostas ao cigarro na infância tiveram 1,27 vez mais chances de ter problemas com a gravidez. Já entre as que conviveram com fumantes na vida adulta o risco foi 1,3 vez maior. A comparação em ambos os casos foi feita em relação a mulheres que viveram em ambientes livres de cigarro.
No estudo, 4 em 5 mulheres disseram terem sido expostas à fumaça em algum momento da vida, com metade delas tendo crescido em uma casa com pais fumantes. Em relação aos abortos, 12,4% relataram múltiplos abortos espontâneos.
Segundo Luke Peppone, um dos autores do estudo, o cigarro contém toxinas que, supostamente, podem danificar o material genético das células reprodutivas- inibindo a fertilização- e aumentar o risco de aborto espontâneo por influir na produção de hormônios necessários ao desenvolvimento da gravidez.
No entanto, Peppone alerta que não há confirmação científica de como o fumo passivo afeta o organismo da mulher. "É preciso cautela na interpretação dos resultados porque, até a presente data, não conseguimos concluir a causalidade [a relação causa e efeito do fumo passivo e fertilidade]."
Para o ginecologista Rui Ferriani, professor da USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão Preto e vice-presidente da Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo), a pesquisa americana comprova o que os médicos já suspeitavam. "Está muito bem documentado que o fumo prejudica a qualidade dos óvulos e dos espermatozoides. A gente imaginava que o fumo passivo também pudesse ser prejudicial à fertilidade. Agora, está comprovado."
Segundo ele, os ginecologistas devem informar às pacientes que desejam engravidar sobre os riscos do cigarro -pode levar à menopausa precoce, por exemplo- e do uso de drogas, mas ele acredita que uma campanha de saúde pública sobre os fatores que podem levar à infertilidade seria mais eficaz. "Tem mais impacto do que falar individualmente", afirma.
O ginecologista Renato Kalil, do Hospital e Maternidade São Luiz, também avalia que é difícil convencer o casal, especialmente o homem, a deixar de fumar sob o argumento de que o vício pode dificultar a gravidez. "Na hora, ele cita vários amigos fumantes que engravidaram suas mulheres sem problema. Fica difícil argumentar."
Segundo Kalil, até por falta de mais evidências científicas sobre os males do fumo passivo na reprodução, não é prática dos médicos alertar os casais nesse sentido.
O urologista Edson Borges, especialista em reprodução humana, concorda. "Eu não pergunto à mulher [que está tentando engravidar] se ela frequenta ambientes com cigarro. É muito difícil estabelecer essa relação [fumo passivo e dificuldade de gravidez]. Precisaria saber, por exemplo, a que quantidades de substâncias tóxicas ela está exposta." Borges argumenta que há muitas variáveis relacionadas à infertilidade e aos abortos recorrentes e acredita que faltam mais evidências científicas sobre os efeitos do fumo passivo na fertilidade.

Colaboraram RACHEL BOTELHO, da Reportagem Local, e DESIREÊ ANTÔNIO