As radiações emitidas por telefones celulares foram classificadas como  "possivelmente cancerígena para os seres humanos." pela Organização  Mundial de Saúde (OMS) hoje (31). A agência lista o uso do telefone  móvel como potencial causador de câncer, mesma categoria do chumbo,  escapamento de motor de carro e clorofórmio. A informação foi publicada  no site CNN Health.
   Antes do anúncio de hoje, a OMS havia garantido aos consumidores que a  radiação não tinha sido relacionada a nenhum efeito nocivo à saúde.
   Uma equipe de 31 cientistas de 14 países, incluindo Estados Unidos,  tomou a decisão depois de analisar estudos revisados por especialistas  sobre a segurança de telefones celulares.
   Isto significa que não existem estudos suficientes a longo prazo para  concluir se a radiação dos telefones celulares é segura, mas há dados  suficientes que mostram uma possível conexão, e que os consumidores  devem ser alertados.
   O tipo de radiação que sai de um telefone celular é chamado de  não-ionizante. Não é como um raio-X, mas mais como um forno de  micro-ondas de baixa potência.
   "O que a radiação do micro-ondas faz, em termos mais simples, é  semelhante ao que acontece aos alimentos no micro-ondas: cozinha o  cérebro", disse Keith Black ao site da CNN, neurologista do Centro  Médico Cedars-Sinai, em Lós Angeles.
   A OMS classifica os fatores do ambiente em quatro grupos: cancerígenos  --ou causadores de câncer-- para o homem; possivelmente cancerígeno para  os seres humanos; não classificados quanto ao risco de câncer para o  homem; e provavelmente não cancerígeno para os seres humanos.
   O tabaco e o amianto estão na categoria "cancerígeno para os seres  humanos". Chumbo, escapamento do carro e clorofórmio estão listados como  "possivelmente cancerígeno para os seres humanos".
   O anúncio foi feito do escritório da OMS em Lyon, na França, após o  número crescente de pedidos de cautela sobre o risco potencial da  radiação do celular.
   A Agência Europeia do Ambiente pediu mais estudos, dizendo que os  telefones celulares podem ser tão nocivos para a saúde pública quanto o  tabagismo, o amianto e a gasolina.
   O líder de um instituto de pesquisa do câncer da Universidade de  Pittsburgh enviou um memorando a todos os funcionários, pedindo a  diminuição do uso do celular por causa de um possível risco de câncer.
   A indústria de telefonia celular afirma que não há provas conclusivas  de que a radiação dos aparelhos cause impacto sobre a saúde dos  usuários.
   O anúncio de hoje pode ser um divisor de águas para as normas de  segurança. Os governos costumam usar a lista da Organização Mundial de  classificação de risco cancerígeno como orientação para as recomendações  de regulamentação ou ações.
   Com informações da Folha