domingo, 11 de maio de 2008

Indústria tem maior ligação entre doença e profissão

Indústria tem maior ligação entre doença e profissão

Setores como os de carvão mineral, madeira e petróleo são campeões

DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Fonte: Folha de São Paulo

Os ramos da extração de carvão mineral, da fabricação de produtos de madeira, da reciclagem e da fabricação de coque e refino de petróleo estão entre os que mais apresentaram nexo técnico da ocorrência com o trabalho em 2007.
Segundo o estudo da UnB, esses são os setores que tiveram a maior proporção de benefícios acidentários (ligados à atividade laboral) em relação aos benefícios previdenciários.
"Toda a área industrial é muito propensa a lesões", analisa Anadergh Barbosa-Branco, da UnB. "O setor de carvão mineral é pequeno, mas de altíssimo risco e campeão de afastamentos", acrescenta.
Na última segunda-feira, uma explosão em uma mina em Lauro Müller, a 209 km de Florianópolis (SC), causou a morte de dois trabalhadores e deixou diversos feridos.
Ainda assim, tanto o sindicato dos trabalhadores como a entidade patronal ressaltam os esforços para diminuir ocorrências -um "trabalho imenso com a questão da segurança", diz Cléber Gomes, engenheiro do Siecesc (Sindicato da Indústria da Extração de Carvão do Estado de Santa Catarina).
No setor petrolífero, também campeão de nexo entre ocorrência e trabalho, as preocupações já ultrapassam o campo das refinarias e siderúrgicas.
De acordo com Luiz Sérgio Brandão de Oliveira, coordenador da Comissão Nacional do Benzeno, em breve será estudada a situação de profissionais de distribuidoras e comércios de combustível, que também ficam expostos ao produto.

Informal
Para Alberto Ogata, diretor do Comitê de Responsabilidade Social da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e presidente da ABQV (Associação Brasileira de Qualidade de Vida), os setores campeões em doenças e acidentes são aqueles em que há mais empresas na informalidade.
Ele ressalta que há grandes indústrias siderúrgicas, de alimentos e elétricas com "nível baixíssimo de acidentes".
"Na maioria das grandes empresas, o tema está em elevada prioridade, mas, quanto menor o porte, maior a dificuldade para as firmas serem bem preparadas", diz Emerson Casali, gerente-executivo de relações do trabalho e desenvolvimento associativo da CNI (Confederação Nacional da Indústria).
Luís Carlos de Oliveira, coordenador do DSST do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, afirma que falta empenho das empresas para deixar o ambiente de trabalho mais seguro. "Os acidentes acontecem por falta de gestão responsável."
"Às empresas cabe cumprir as normas de segurança e saúde do trabalho expedidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Aos trabalhadores cabe observar as normas expedidas pela empresa", finaliza Casali.

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