quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Por causa de uns, a lei prejudica quem precisa, diz docente

BRUNA SANIELE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Para a professora de artes da Escola Estadual Clodomiro Carneiro, Sandra Bárbara, as seis faltas são insuficientes. "Por causa de alguns, que se achavam no direito de faltar, a lei acabou prejudicando aqueles que precisam. Tive câncer de pele, é difícil sair de uma doença dessas. Em alguns meses tenho que me consultar com três especialistas e não posso abonar. Fiquei prejudicada", afirma Sandra.
Segundo ela, deveria haver um controle de faltas por meio de relatório médico. "Se fossem mais, ia ser bem melhor. Não precisava ser 12 como na prefeitura, mas podia aumentar um pouco", diz Samanta de Oliveira Barbosa, professora de educação básica.
Para a professora de português Patrícia Valéria Pereira, os professores com alta carga horária são os mais prejudicados. "Dependendo da carga horária que esse professor tenha, vão existir algumas faltas."
Conforme a diretora da Escola Estadual Clodomiro Carneiro, Helena Maria Aparecida Bittencourt, até o ano passado o número de faltas era alto devido aos atestados médicos.
"Alguns professores chegaram a tirar 15 faltas médicas em um mês. Quem estava saindo prejudicado era o aluno. Então conscientizamos os professores de que esses alunos não podiam ficar ociosos."
De acordo com a diretora, o trabalho de orientação incluiu reuniões, palestras e teleconferências -em 2008, a média da escola foi de duas faltas por professor.
"Dentro do que a lei manda, nunca houve muito problema. Quando o professor tem um compromisso com a escola, ele dificilmente falta. Assim você tem um aluno dentro da sala de aula", afirma Márcia Marques Quadros de Melo, professora de ciências.
A professora de matemática Ione Lopes dos Santos faz uma ressalva: "A freqüência melhorou, mas há pessoas que acabam vindo trabalhar mesmo doentes".
Fonte: FSP 04/12/08

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