terça-feira, 24 de novembro de 2009

Redução da jornada de trabalho divide opiniões

Para sindicalistas, proposta geraria 2,5 milhões de novos empregos

Fonte: Jornal Bom Dia / Aline Mustafa

À espera de votação na Câmara e no Senado, a redução de jornada de 44 horas para 40 horas semanais gera opiniões contrárias. O assunto foi tema de uma manifestação nesta semana, em Brasília, na 6ª Marcha da Classe Trabalhadora.
Para o coordenador técnico do Diesat (Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes de Trabalho), Wilson Cesar Ribeiro Campos, a proposta é positiva aos trabalhadores desde que não signifique aumento no ritmo do trabalho, o que pode ser prejudicial ao trabalhador.
“A redução da jornada deve servir para compensar o aumento de produtividade alcançado nas últimas décadas e tem de gerar aumento do número de trabalhadores empregados”, enfatiza.
Para os sindicalistas, a redução da jornada de trabalho geraria 2,5 milhões de novos empregos. O impacto sobre os custos das empresas seria de 1,99%.
Dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Aplicada) revelam que é crescente o percentual de brasileiros ocupados que cumprem jornada acima de 44 horas – as horas extras. Esse percentual era de 30,6% em 1988 e pulou para 43,6%, em 2007 Econômica.
Wilson acredita que o Congresso dificultará a aprovação do projeto. “A forma como o Brasil enfrentou e saiu desta crise econômica demonstra que nossa economia é forte se tivermos um mercado fortalecido pela massa de trabalhadores. Esse é o principal fator contra o argumento de que a redução da jornada irá acarretar um custo maior para as empresas”, enfatiza.
O advogado trabalhista Marcos Vinicius Poliszezuk avalia que o projeto dificilmente será aprovado devido ao aumento no custo da produção dos empresários e consequente diminuição de seus lucros. “Não se trabalha
apenas 8 horas diárias numa empresa, e sim, as 24 horas. Neste patamar, se levada em consideração a necessidade do mercado, a redução das 44 horas semanais é prejudicial”,analisa.

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