sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Trabalhadores da Opel na Alemanha se mobilizam contra a GM

Milhares de trabalhadores da Opel na Alemanha paralisaram hoje as atividades, a pedido dos sindicatos, em protesto à decisão da General Motors de não vender a empresa para o consórcio liderado pela austro-canadense Magna.

As mobilizações devem ser mantidas amanhã e na segunda-feira, e pode atingir também outras plantas da Opel em outros países da Europa, embora a reação à decisão da GM não tenha sido uniforme entre elas.

Na Alemanha, a Opel emprega cerca de 25 mil trabalhadores espalhados em quatro unidades, localizadas nas cidades de Rüsselsheim, Eisenach, Bochum e Kaisersleutern
"A General Motors perdeu o valor mais importante de uma empresa: sua credibilidade. A perdeu perante a opinião público e perante quem faz uma empresa andar, nós, os trabalhadores", disse o presidente do conselho de funcionários da Opel, Klaus Franz. "Nossa confiança [na GM] é zero, e esse é a raiz do problema."

Ele disse para trabalhadores da unidade de Rüsselsheim que, com a manutenção da GM no comando, os funcionários não irão mais contribuir para a recuperação da empresa --o que significa, por exemplo, que irão cobrar o bônus de Natal e reajustes salariais. Em acordo com a Magna, o sindicato havia se comprometido a fazer renúncias trabalhistas no valor de 230 milhões de euros em troca de 10% das ações da Opel.

Franz informou ainda que só reabrirá conversações com a General Motors com duas condições: que a Opel seja transformada em uma Sociedade Anônima alemã e após acertar um reajuste salarial para os funcionários.

O sindicalista também justificou sua preferência pela Magna porque a empresa austro-canadense lhe garantiu que não haveria corte de empregos --a GM, por sua vez, já informou que demitirá cerca de 10 mil funcionários e poderia deixar de produzir alguns modelos. "A Magna, por sua vez, pensava em um novo [carro tipo] Mini, um Mini Opel, em dois novos modelos e novos motores, não haveria fechamento de fábricas, não haveria cortes nos planos de investimento", disse.

Fonte: Folha Online - da Efe, em Frankfurt (Alemanha)

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