quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Mulheres ganham menos e trabalham até 12 horas a mais que homens, diz OIT

Relatório da Organização Internacional do Trabalho divulgado nesta quarta-feira (16) indica que em 2007 as mulheres tiveram salários menores, ocuparam menos cargos de chefia e ainda cuidaram mais dos afazeres domésticos do que os homens, acumulando jornada semanal dupla de trabalho média de 12,7 horas a mais que a masculina.

De acordo com levantamento “O perfil do trabalho decente”, elaborado pela Escritório da Organização Mundial do Trabalho no Brasil, enquanto as mulheres gastam cerca de 22,3 horas semanais em afazeres domésticos, os homens dedicam cerca de 9,7 horas por semana à mesma atividade, uma média de 12,7 horas a menos.

No total, a jornada dupla das mulheres foi de 57,1 horas semanais, contra 52,3 horas dos homens.

Além disso, as mulheres receberam em média 29,7% a menos do que os homens em 2007.

O levantamento aponta que, apesar da inserção feminina no mercado de trabalho, ainda é desigual a dedicação de homens e mulheres aos afazeres domésticos, o que resulta em uma jornada dupla semanal feminina pesada.

"A sociedade ainda não entrou em um consenso de quem assume essa responsabilidade pela vida familiar. Muitas mulheres que assumem dupla jornada e isso pode ter seqüelas graves, como problemas de saúde e estresse", diz José Ribeiro, um dos autores da pesquisa e coordenador de projetos da OIT.

Cargos menores

O levantamento considerou a situação do mercado de trabalho entre 1992 e 2007 e dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad).
Em 2007, as trabalhadoras representaram apenas 29% dos cargos de dirigentes e chefia.

Para José Ribeiro, os dados da pesquisa mostram que a discrepância de oportunidades de trabalho e ascensão profissional para homens e mulheres está diminuindo no Brasil, mas em ritmo lento.

"Ao longo dos anos há uma redução, relativamente lenta. Há evolução em alguns setores e desafios em outros, como é o caso da proporção de mulheres dirigentes, por exemplo", diz o pesquisador.

Fonte: G1

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