quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Espanha faz greve geral, e Europa tem protestos contra austeridade

Sindicatos espanhóis dizem que 10 milhões pararam, mas governo contesta. Bruxelas e outras capitais tiveram atos contra 'aperto de cinto' de governos.

A Espanha enfrenta nesta quarta-feira (29) a primeira greve geral em oito anos, ao mesmo tempo que várias manifestações pela Europa protestaram contra as medidas de austeridade impostas pela União Europeia.
A greve espanhola teve impacto limitado, mas prejudicou os transportes e o funcionamento de algumas fábricas.

O primeiro-ministro José Luis Rodríguez Zapatero, do Partido Socialista, apresentará na quinta ao Parlamento o seu orçamento para 2011 e prometeu manter as medidas de austeridade e as reformas trabalhistas destinadas a facilitar a contratação e demissão de funcionários pelas empresas.

Os sindicatos disseram que 10 milhões de pessoas, ou mais de metade da força de trabalho, aderiram à greve.

O governo não citou estimativas, mas minimizou a paralisação.

Os mercados financeiros também reagiram com indiferença, pois analistas descartam a hipótese de o governo recuar nas medidas destinadas a cumprir as metas de redução de déficit público da União Europeia.

No centro de Madri, centenas de trabalhadores agitaram bandeiras, interditaram ruas e obrigaram algumas lojas a baixar as portas. Líderes sindicais disseram que 30 manifestantes foram detidos, mas a maioria foi solta rapidamente. Poucos ônibus circularam na capital e metade dos trens de metrô parou. Mas os sindicatos cumpriram o compromisso de manter um serviço mínimo, segundo o ministro do Trabalho, Celestino Corbacho.

No norte da Espanha, montadoras de veículos interromperam a produção. A demanda energética no país caiu 20% durante o protesto, segundo a empresa operadora do sistema.

"Vamos continuar a greve se isso for necessário para derrubar a reforma trabalhista, que ameaça tornar os empregos ainda mais vulneráveis", disse o designer gráfico Alfredo Pérez em um piquete.

Pela proposta de Zapatero, a idade mínima de aposentadoria subiria de 65 para 67 anos.
 
Protestos pela Europa
A greve coincide com protestos sindicais em Bruxelas, Atenas e outras cidades europeias contra as medidas de austeridade adotadas por governos em todo o continente. Pelo menos 13 capitais europeias - de Lisboa a Helsinque - registraram protestos.

Pelo menos 148 pessoas foram detidas preventivamente na manifestação de Bruxelas, segundo a polícia, que explicou que todas foram prisões preventivas.



Fonte: G1

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