segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Funcionários de hospital em SP protestam por falta de pagamento; médicos fazem greve

Enfermeiros, auxiliares de enfermagem e técnicos do hospital Sorocabana (zona oeste de SP), que protestam desde as 7h desta segunda-feira em frente à unidade, dizem que não recebem pagamento há três meses. Por conta disso, os médicos do local já estão em greve há um mês, segundo eles.

O grupo de cerca de 70 pessoas bloqueou duas faixas da rua Faustolo, no bairro da Lapa, e diz que não vai sair de lá enquanto não receber um posicionamento concreto da direção do hospital. Apenas os serviços terceirizados, como limpeza e segurança, continuam funcionando.

A própria administração admite que é preciso R$ 6 milhões para sanar as dívidas do hospital, que é mantido pela ABHS (Associação Beneficente dos Hospitais Sorocabana). Antes da associação assumir, gestões anteriores sofreram denúncias de desvio de verba e administração irregular.

A enfermeira Luciana Messias, uma das coordenadoras da manifestação, diz que 30% dos funcionários se revezam para atender os poucos pacientes --o local tem 217 leitos, mas apenas 20 estão ocupados.

Ela afirma que o grupo tenta negociar há tempos com a direção, mas que não há nenhuma previsão de quando os funcionários vão receber o pagamento.

Outros benefícios, como salário maternidade e FGTS, também estariam atrasados. Michele Aparecida Lopes, 26, está em licença maternidade e conta que ainda não recebeu o benefício.

O diretor de relações institucionais do hospital, Spartaco Angelo Martinelli, afirma que está ciente dos problemas, mas que não há como efetuar os pagamentos sem o aporte de R$ 6 milhões.

Segundo ele, o atendimento voltado quase que exclusivamente ao SUS (Sistema Único de Saúde) dificulta a administração e é insuficiente para pagar todas as despesas do hospital. Ele afirma que pretende manter o diálogo com os funcionários e buscar parceiros na iniciativa privada e nas secretarias municipal e estadual de Saúde pra investir no hospital.

Além da busca por apoio financeiro, um próximo passo, segundo ele, seria ampliar o número de atendimentos particulares e formar convênios para atender as classes B e C.

Fonte: Folha de São Paulo

Foto: Folha Online

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