quinta-feira, 17 de julho de 2008

Evite excessos com tocador de MP3

DA REPORTAGEM LOCAL

Os fones de ouvido são fontes de problemas, não só de diversão. Também por isso, os problemas auditivos, como perda de audição e zumbido, antes tão relacionados às pessoas mais velhas, começam a se tornar mais comuns entre jovens. "Nos últimos três anos, cresceu em 20% a procura de gente com 20 anos ou menos ao nosso grupo", diz Tanit Ganz Sanchez, livre-docente da Faculdade de Medicina da USP, responsável pelo grupo Zumbido (http://www.zumbido.org.br/).
Ela diz que três fatores relacionados aos fones são potencialmente danosos ao aparelho auditivo. "Os sons vão direto ao tímpano, não há dispersão; há o uso bastante contínuo dos tocadores; e o volume médio de cada marca de tocador, conforme uma pesquisa realizada nos EUA, já é o suficiente para lesar o ouvido, e as pessoas usam acima dessa potência." Para ela, as empresas deveriam se preocupar em fazer aparelhos com o volume médio mais baixo.
PrevençãoA professora ainda cita outra questão. "Os usuários mais ativos dos tocadores pertencem a uma classe da humanidade que não acredita em prevenção: o adolescente.
"Para se prevenir de problemas auditivos, Ganz dá algumas sugestões. Primeiro, é importante que o som não esteja vazando, ou seja, a música não deve ser escutada por quem está próximo ao usuário.
Segundo ela, também não se deve ficar com os fones mais do que uma hora. A professora diz que não há um período de descanso mínimo, mas sugere, pelo menos, meia hora. "Cada um tem sua sensibilidade, não há um estudo que defina isso. Mas todos estão sujeitos a problemas, quanto maior for a exposição. Tem gente que vai na balada uma vez e se sente mal, tem quem vá toda semana e não relata problemas", exemplifica.
Outra coisa que deve ser evitada é tentar abafar o ruído externo em ambientes barulhentos, aumentando o volume do tocador.
Tanit Ganz Sanchez diz que é freqüente, para quem está exposto a ruídos de forma danosa, sintomas como dor de cabeça, insônia e até irritabilidade, durante o uso ou logo após a exposição. "Na hora em que aparecem os sintomas ou o próprio zumbido, qualquer um deve procurar ajuda."
No telefone
A professora diz que o volume no telefone normalmente não é danoso. "E é difícil ficar mais de uma hora no aparelho", lembra.
Mas ela adverte que, nos celulares, a fonte de danos pode ser outra. "Não há pesquisa que comprove, mas ondas eletromagnéticas podem afetar. Uma coisa é fato: há queixas de o aparelho celular esquentar durante o uso. Se isso acontece, eu digo para afastar o telefone da orelha, arrumar uma solução, como o fone de ouvido de telefone."

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