quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

AL perderá 2,4 milhões de empregos, diz OIT

Fonte: Folha de São Paulo

A crise internacional deverá anular a expansão do mercado de trabalho na América Latina e Caribe em 2008, fazendo com que a taxa de desemprego ao final deste ano retorne ao patamar de 2007.
Isso significa que o número de trabalhadores desempregados da região aumentará até 2,4 milhões pessoas em 2009.
A previsão faz parte da análise que a OIT (Organização Internacional do Trabalho) divulga anualmente sobre o comportamento do mercado de trabalho. Segundo o Panorama Laboral de 2008, a taxa de desemprego caiu de 8,3%, em 2007, para 7,5% nos países da América Latina e Caribe no ano passado. Para 2009, projeta-se que o índice volte, no pior cenário, para 8,3%.
"Se isso se concretizar, será sem dúvida um retrocesso. Em 2008, chegamos ao nível mais baixo de desemprego na região desde 1992, depois de cinco anos contínuos de resultados positivos, com queda nas taxas. Infelizmente, detectamos sinais de que a crise chegou ao mercado de trabalho", afirmou a representante da OIT no Brasil, Laís Abramo.
Na avaliação da organização internacional, mulheres, negros e jovens são os mais expostos a riscos e, em um quadro de crise, são os primeiros a perderem suas vagas. "E os que mais têm dificuldades para depois recuperá-las", disse Abramo.
Além disso, afirmou ela, há uma tendência à precarização das relações de trabalho em situações turbulentas como a atual. "A solução para a crise não pode ser a precarização do trabalho. Isso tem um efeito mais negativo ainda para acentuar o processo de desaceleração da economia", disse a representante da OIT ao comentar a discussão entre empresários e trabalhadores brasileiros sobre a redução da jornada de trabalho e de salários.

Pico
Embora desde setembro a crise venha causando estragos no mercado de trabalho latino-americano -no Brasil, em especial nos meses de novembro em dezembro-, a OIT avalia que ainda não é possível afirmar se o pico das demissões já passou. Em dezembro, o Brasil perdeu mais de 654 mil postos com carteira assinada.
As projeções do Panorama Laboral referem-se ao mercado de trabalho formal e informal, mas não há dados por país. Para a organização, porém, o Brasil se encontra em situação mais favorável do que seus vizinhos para atravessar a crise.
Ontem Abramo se reuniu com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, para apresentar o Panorama Laboral e discutir medidas anticrise.

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