quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Vale Refeição não cobre gastos do trabalhador

O vale-refeição médio pago aos trabalhadores brasileiros em 2009 ficou cerca de 45% abaixo do preço cobrado nos restaurantes do país, aponta pesquisa da Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador (Assert). Conforme os dados, no ano passado, o trabalhador pagava, em média, R$ 18,20 por refeição, enquanto o valor recebido da empresa estava em cerca de R$ 10,00 ao dia.

Essa disparidade cresceu em relação a 2008, quando, segundo a Assert, o valor médio da refeição era de R$ 16,30, contra R$ 9,50 do tíquete pago. “Os preços são altos para a realidade brasileira. O que você tem não é suficiente para pagar as refeições. Essa é uma contradição que nós temos de enfrentar”, afirmou o presidente da Assert, Artur Almeida.

A pesquisa mostra que, mesmo com os preços sob controle no ano passado – o IPCA subiu 4,31%, ficando, portanto, abaixo da meta do governo, de 4,5% –, o valor da refeição fora de casa para os trabalhadores que recebem o benefício registrou um aumento de cerca de 11% no período.

“A alimentação fora de casa foi a maior contribuição para a inflação em 2009, com alta de 9,05%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA )”, afirmou Almeida. Os preços estão em sintonia com o apresentado pelo IBGE.

A Assert realizou o levantamento em 3.224 estabelecimentos que operam com o sistema de vale-refeição em 22 cidades. Entre as cinco regiões, as que registraram a refeição (composta por bebida, prato principal, sobremesa e café) mais cara foram Centro-Oeste e Sudeste, com R$ 19,10. Em seguida vem o Norte, com R$ 16,90, seguido pelo Nordeste (R$ 15,60) e pelo Sul (R$ 15,40). Almeida explicou que os preços na região Centro-Oeste são puxados por Brasília, que tem uma renda média mais alta e custo de vida maior.

De acordo com o presidente da Assert, o aumento nos preços no ano passado foi influenciado pela elevação nos custos administrados pelo governo, como água (que subiu 4,42%, segundo o IPC-Fipe, que mede a inflação na cidade de São Paulo), energia (10,93%) e gás (12,13%). Entre os alimentos, ele destacou a alta do açúcar(58,39%), da cebola (41,45%) e da batata (43,71%).

Neste ano, porém, com uma melhora esperada nas condições econômicas do país, o cenário deve ficar mais positivo para os trabalhadores, na opinião de Almeida.

Fonte: Jornal do Comercio

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