segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Pesquisa mostrou aumento de metal em água de garrafa PET armazenada

Folha de São Paulo - 27/01/2008

Matuiti Mayezo - 22.jan.08/Folha Imagem
PET gigante de artista no Tietê; material é alvo de ambientalistas


DA REPORTAGEM LOCAL

Assim como o policarbonato, a garrafa PET também é alvo de críticas de cientistas e ambientalistas e vem sendo destaque na mídia internacional.
Uma pesquisa e artigos de cientistas da Universidade de Heidelberg (Alemanha) divulgados em 2006 e 2007 são os principais responsáveis pela polêmica. Eles defenderam que o antimônio -metal pesado usado na fabricação da resina da garrafa PET- aumenta consideravelmente sua presença na água que é armazenada.
"Chegamos à conclusão por acidente", disse à Folha um dos autores do estudo, o cientista William Shotik. Por e-mail, ele contou que estudava a presença do metal, jogado no ambiente por indústrias, em águas subterrâneas no Canadá. Ao comparar os resultados com a água de garrafas PET da Europa e do Canadá, verificou que esta tinha mais antimônio.
Mas a principal conclusão se deu meses depois, quando comparou a quantidade de antimônio em garrafas armazenadas. O nível havia subido mais de 90% em algumas.
Mesmo assim, ficou bem abaixo do permitido pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Entretanto, o pesquisador alertou que, "a liberação contínua de antimônio da garrafa para o líquido sugere que novos estudos são necessários" para conhecer o impacto da maior quantidade do metal.
Segundo a Abipet (Associação Brasileira da Indústria do PET), o consumidor pode "ficar tranqüilo e seguro quanto à qualidade das águas envasadas em PET, que são plenamente testadas e analisadas". Alfredo Sette, presidente da entidade, diz que o material "é inerte".
O PET poderá ser reciclado em breve para armazenar alimentos, segundo texto aprovado pela Anvisa após consulta pública. Hoje, o reciclado serve apenas para outros produtos.

Consumo
As recentes pesquisas sobre plásticos ainda não foram capazes de gerar novos consensos para a compra e o uso doméstico de produtos. Mara Dantas, pesquisadora do laboratório de embalagens do IPT (Instituto de Pesquisa Tecnológicas), diz que o consumidor pode tomar cuidados na hora de comprar. "Se ele notar que o garrafão de água está muito riscado ou tem uma sujidade, já não dá para ter uma confiança no uso", afirma.

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