quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Lula diz que Temporão não sai; PMDB anuncia trégua

Fonte: Folha de São Paulo

Lula diz que Temporão não sai; PMDB anuncia trégua

Presidente afirma que só deixarão o ministério os que forem concorrer em 2010

Líder do PMDB afirma que ministro concordou em manter Forte na Funasa; titular da Saúde criticou o órgão, chefiado pela sigla


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em encontro ontem, o ministro José Gomes Temporão (Saúde) e o PMDB "selaram a paz", segundo relato de presentes à reunião, e chegaram ao acordo de manter Danilo Forte no comando da Funasa (Fundação Nacional de Saúde). A cúpula da sigla, no entanto, disse que deve haver mudanças institucionais no órgão.
Temporão, indicado ao posto pelo governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ), criticou publicamente a qualidade dos serviços da fundação, que é subordinada ao ministério. Na semana passada, disse que a Funasa era alvo de corrupção. Forte também é uma indicação do PMDB.
Diante da pressão de peemedebistas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou de "diz-que-me-diz" especulações sobre troca de ministros. Segundo ele, só deixarão o governo os que forem concorrer em 2010. Sobre o titular da Saúde, Lula foi taxativo: "Temporão fica, é meu ministro".
"Havia um clima de tensão [entre o ministro e a bancada peemedebista], mas que com a conversa terminou. O ministro levantou a bandeira branca e nós aceitamos. Também concordamos que a Funasa tem que ser aperfeiçoada, tem que ser modernizada", disse o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN).
A contrapartida para a manutenção de Forte no comando do órgão foi o compromisso do PMDB de aceitar a criação da Secretaria de Atenção e Proteção à Saúde, que, na prática, tiraria poderes da Funasa e vai administrar a saúde indígena.
Após o encontro com Temporão, Alves almoçou com Forte para informá-lo sobre o acordo estabelecido. O líder da bancada esteve ainda com o ministro Paulo Bernardo (Planejamento) para pedir mais verba para o Ministério da Saúde -e, portanto, para a Funasa.

Congresso
Lula também disse que não vai dar palpites na disputa pelas presidências da Câmara e do Senado, mas sinalizou que deveria haver equilíbrio para que o PMDB não ficasse com os dois comandos.
"O equilíbrio é dado pelo comportamento dos partidos. O PMDB tem maioria nas duas casas. Tradicionalmente o partido que tem maioria indica os presidentes da Câmara e do Senado, não temos muita experiência do mesmo partido ocupar duas Casas. Mas, de qualquer forma, os políticos são eles, quem tem sensibilidade são eles", disse.

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