terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Só 30% dos reabilitados pela Previdência são reinseridos

Fonte: Folha de São Paulo

Problema é a falta de qualificação e de capacitação, justifica ministério

Oferecida pela Previdência Social, a reabilitação de profissionais acidentados que tiveram a capacidade de trabalho reduzida -com inclusão ou não na Lei de Cotas- promove a reinserção no mercado laboral de apenas 30% dos segurados.
Segundo dados do Ministério da Previdência Social, em 2008, 60.638 segurados foram inscritos no programa de reabilitação. Contudo, apenas 18.064 retornaram para o mercado. Não há estatísticas de quantos acidentes levam à deficiência.
De acordo com Leila Cannalonga, chefe da divisão de Reabilitação Profissional da Previdência, o grande problema desses profissionais é a falta de qualificação e de capacitação.
"Hoje o mercado exige, no mínimo, que a pessoa tenha o ensino médio completo. O que acontece é que grande parte dessas pessoas fez apenas o ensino fundamental ou somente é alfabetizada", afirma.

Aptidão
Cannalonga explica que o programa de reabilitação deve ser recomendado por um perito da Previdência que, com um orientador profissional, atesta não só a capacidade física do trabalhador mas também seu perfil socioprofissional -ou seja, para quais atividades ele está apto para atuar.
A fim de agilizar o atendimento dessas pessoas, o ministério firmou convênios com entidades em todo o país.
No Estado de São Paulo, a parceria é feita com a Avape (Associação para Valorização e Promoção de Excepcionais).
Segundo Eliana Victor, diretora da divisão de reabilitação e inclusão da entidade, 206 pessoas foram atendidas desde agosto, quando foi fechada a parceria com o governo.
"Demos a elas cursos como informática e vendas. Mas não sabemos quantas conseguiram obter uma recolocação."
O empacotador Anderson Antonio dos Santos, 28, que tem movimentos reduzidos na perda direita, foi um dos beneficiados pela reabilitação.
Após fazer alguns cursos, ele conseguiu um emprego em uma editora, onde conferia revistas. "Na Avape, eu fazia dinâmicas de grupo e eles avaliavam minha capacidade de trabalho. Hoje sou empacotador em uma indústria. Vejo que tem bastante oportunidade, mas como só tenho o ensino fundamental, não consegui o melhor posto."
Para driblar essa situação, em janeiro, Santos pretende fazer um supletivo e ainda sonha em fazer faculdade de engenharia mecânica. (MCN)

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